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Falar sozinho, um hábito com benefícios para a mente

Falar sozinho, prática muitas vezes associada a distração ou comportamento excêntrico, vem ganhando destaque como um hábito com benefícios comprovados para a saúde mental, a organização pessoal e até mesmo a aprendizagem. Diversos estudos revelam que dialogar consigo mesmo pode ser uma ferramenta poderosa para melhorar o foco, a memória e a regulação emocional.

Embora possa parecer inusitado, falar sozinho é mais comum do que se imagina. Pesquisadores da Universidade de Bangor, no Reino Unido, descobriram que as pessoas frequentemente verbalizam pensamentos para organizar ideias e tomar decisões. Segundo a psicóloga Linda Sapadin, essa prática ajuda a aumentar a clareza mental e o autocontrole. “Falar em voz alta dá às palavras uma forma concreta, permitindo que o cérebro processe ideias de maneira mais eficiente”, explica Sapadin.

Um estudo publicado no Quarterly Journal of Experimental Psychology revelou que verbalizar palavras pode ajudar a melhorar a memória. Durante um experimento, participantes foram convidados a encontrar objetos específicos em um ambiente. Aqueles que disseram o nome dos objetos em voz alta conseguiram localizá-los mais rapidamente do que os que permaneceram em silêncio.

Isso ocorre porque falar ativa tanto os sistemas de percepção quanto de ação no cérebro, reforçando conexões neurais e tornando mais fácil a recuperação de informações importantes.

Além de auxiliar na memória, falar sozinho pode ajudar a regular emoções. Conversar consigo mesmo funciona como uma espécie de diálogo interno mais estruturado, permitindo que as pessoas reflitam sobre sentimentos e pensamentos com maior profundidade. Estudos da Universidade de Michigan mostraram que falar sozinho em terceira pessoa (“Você está se sentindo nervoso, mas pode lidar com isso”) pode reduzir o estresse e a ansiedade, criando uma distância emocional que permite avaliar situações de forma mais racional.

No campo da educação, o hábito de falar sozinho também é benéfico. Professores frequentemente recomendam que estudantes expliquem conceitos em voz alta como forma de consolidar o aprendizado. Essa prática, conhecida como “ensinar para si mesmo”, ajuda a identificar lacunas no conhecimento e reforça o entendimento.

Adotando o hábito sem constrangimento

Embora útil, falar sozinho em público ainda pode ser motivo de julgamento social. Para incorporar a prática no dia a dia, especialistas sugerem fazê-lo em momentos de privacidade, como durante caminhadas, em casa ou no carro. Outra dica é transformar o diálogo interno em anotações, que também têm efeitos positivos na organização mental.

O hábito de falar sozinho é uma prática poderosa que vai além do mero desabafo. Ele promove autoconhecimento, aumenta a clareza mental, e pode ser um aliado tanto na organização da rotina quanto na busca por soluções criativas. Da próxima vez que sentir necessidade de organizar seus pensamentos, experimente verbalizá-los. Afinal, um bom diálogo consigo mesmo pode ser o primeiro passo para entender melhor o mundo ao seu redor.

“Ter pesquisado para escrever este artigo me deixou ainda mais tranquila quanto ao hábito que tenho de falar sozinha. Inclusive, escrevendo este artigo falei, e muito, sozinha…”.

Olga Cruz 

*Com informações de VEJA: https://veja.abril.com.br/saude/conheca-as-vantagens-de-falar-sozinho e  The Summer Hunter: https://thesummerhunter.com/o-poder-de-falar-sozinho/

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