Um estudo global encomendado pela ResMed, líder mundial em tecnologia para melhorar a saúde respiratória e a qualidade do sono, revelou dados alarmantes sobre a crise global do sono e as diferenças entre gêneros quando se trata de descansar adequadamente.
A pesquisa apontou que as mulheres enfrentam mais dificuldades para adormecer do que os homens, com 38% delas relatando problemas para dormir, enquanto entre os homens esse índice é de 29%.
A pesquisa destaca que a crise do sono não se limita a um grupo específico, mas afeta pessoas ao redor do mundo, com impactos significativos na saúde mental, nos relacionamentos e na produtividade.
O levantamento mostra que as pessoas perdem em média quase três noites de sono restaurador por semana, o que contribui para o aumento do estresse, ansiedade e problemas de saúde física e mental.
A situação é preocupante, pois o sono é essencial para manter o equilíbrio emocional, a capacidade cognitiva e o bom funcionamento do organismo.
Apesar da conscientização crescente sobre a importância de uma boa noite de sono, muitas pessoas ainda preferem conviver com os problemas ao invés de buscar ajuda especializada, o que pode agravar ainda mais o quadro.
Embora a sociedade moderna esteja cada vez mais consciente da relevância do sono para o bem-estar, fatores como estresse financeiro, ansiedade e até mesmo questões hormonais estão minando a capacidade das pessoas de dormirem adequadamente. A seguir, exploramos as principais descobertas da pesquisa e as causas da crise global do sono.
Diferenças entre mulheres e homens no sono
A pesquisa mostrou que as mulheres enfrentam mais problemas para dormir do que os homens, sendo que elas têm, em média, 3,83 noites de sono de qualidade por semana, enquanto os homens registram uma média de 4,13 noites de sono restaurador.
A diferença pode parecer pequena, mas representa um impacto significativo na saúde e no bem-estar ao longo do tempo.
Entre as causas mais comuns para a pior qualidade de sono das mulheres estão as mudanças hormonais. A menopausa, por exemplo, se mostrou um fator relevante, já que 44% das mulheres na menopausa relataram dificuldades para dormir pelo menos três vezes por semana.
Durante essa fase, a queda na produção de estrogênio e progesterona pode resultar em ondas de calor, suores noturnos e inquietação, prejudicando diretamente o descanso noturno.
Além da menopausa, outros períodos da vida feminina também afetam o sono, como a gestação e o período pós-parto. O aumento da ansiedade, o desconforto físico e a preocupação com o bebê contribuem para a privação de sono e para noites mal dormidas.
Causas da crise global do sono
Crise global do sono identificada: a pesquisa revelou que as pessoas estão perdendo quase três noites de sono restaurador por semana.
As principais causas apontadas são:
- Estresse: 57% das pessoas afirmam que o estresse cotidiano interfere diretamente na qualidade do sono.
- Ansiedade: 46% dos entrevistados apontam a ansiedade como um fator crucial para noites mal dormidas.
- Pressões financeiras: 31% relatam que preocupações financeiras os mantêm acordados durante a noite.
Apesar da consciência crescente sobre a importância do sono, muitos optam por conviver com os problemas sem buscar soluções. Globalmente, 22% dos entrevistados afirmam que simplesmente aceitam a situação, sendo que na Austrália, o número chega a 41%.
Conscientização e comportamento
Mesmo com o aumento da conscientização sobre os malefícios de noites mal dormidas, poucos tomam medidas para melhorar sua qualidade de sono. Apenas 24% dos entrevistados tomariam atitudes imediatas para resolver problemas relacionados ao sono, apesar de 89% acreditarem que dormir bem melhora o bem-estar pessoal.
Especialistas recomendam que as pessoas adotem práticas de higiene do sono, como manter um horário regular para dormir, evitar telas antes de deitar e criar um ambiente tranquilo e confortável no quarto. O uso de técnicas de relaxamento, como meditação e respiração profunda, também pode ser benéfico.
Impacto nos relacionamentos e na produtividade
Relacionamentos e sono
A falta de sono de qualidade também impacta diretamente os relacionamentos. Cerca de 18% dos casais optam pelo “divórcio do sono”, ou seja, dormir em quartos separados para garantir noites mais tranquilas.
Entre os que aderiram à prática, 31% relataram que a qualidade do relacionamento melhorou, enquanto 30% sentiram piora. Curiosamente, 28% disseram que a vida sexual melhorou, mas 22% afirmaram o contrário.
Produtividade no trabalho
A falta de sono afeta diretamente a produtividade no ambiente profissional. Segundo a pesquisa, 71% dos empregados em todo o mundo já faltaram ao trabalho devido a noites mal dormidas, com destaque para a Índia, onde esse número chega a 94%. Além das faltas, a produtividade reduzida e a dificuldade de concentração são efeitos comuns da privação de sono.
Necessidade de ação imediata
Os especialistas reforçam que melhorar a qualidade do sono não deve ser uma tarefa adiada. Técnicas como terapia comportamental cognitiva para insônia (CBT-I), práticas de relaxamento e hábitos saudáveis são estratégias essenciais para recuperar noites bem dormidas.
Metodologia da pesquisa
O levantamento foi realizado pela PureSpectrum, entre 12 e 28 de dezembro de 2024, entrevistando 30.026 pessoas de diversos países. As amostras foram representativas no que diz respeito a gênero e idade da população.
Os resultados reforçam a necessidade urgente de conscientização sobre a qualidade do sono e a implementação de políticas que promovam o bem-estar e o descanso adequado.
Fonte: O Segredo e Forbes





