O presidente Lula (PT) teve frustrado seu esforço de promover um jantar com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para expor um pretenso gesto de unidade institucional contra as sanções dos Estados Unidos ao Brasil e ao ministro Alexandre de Moraes. O evento da noite desta quinta-feira (31) foi desprestigiado por cinco dos 11 integrantes da cúpula do Judiciário.
A demonstração de apoio ao ministro alvo do presidente Donald Trump não contou com as presenças dos ministros Luiz Fux, Kassio Nunes Marques, André Mendonça, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. O furo na agenda petista sinaliza que, tirando o próprio alvo da sanção máxima dos EUA a um estrangeiro, metade do Supremo não considerou importante posar ao lado do presidente Lula em mais um gesto de embate aos esforços de Trump para livrar de uma ação penal no STF seu aliado e rival do petista, Jair Bolsonaro (PL).
Lula discute possíveis reações do Brasil às sanções do tarifaço norte-americano a produtos brasileiros e da Lei Magnitsky, esta aplicada a Moraes por ordem do presidente Trump, que considera o ministro como líder de uma perseguição judicial a Bolsonaro, que ainda será julgado pelo STF.
A sanção a Moraes foi divulgada na quarta-feira (30), ocasião em que o STF divulgou nota ressaltando que “não se desviará do seu papel de cumprir a Constituição e as leis do país, que asseguram a todos os envolvidos o devido processo legal e um julgamento.
Estiveram presentes no jantar os ministros Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Além dos magistrados, participaram da reunião o procurador-Geral da República, Paulo Gonet, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o advogado-geral da União, Jorge Messias.
A ausência dos demais ministros pode refletir as dificuldades de articulação do governo diante da crise. Nenhuma das autoridades quis falar ao fim do encontro.
Fonte: Diário do Brasil e Poder 360





