Uma frase que ouvi essa semana me motivou a trazer essas reflexões a seguir: “O que faz o barco afundar é a água de dentro”.
E daí surge a difícil pergunta. Eu me conheço? Eu sei quem sou? Eu tenho me preocupado com o autocuidado? E com essas dúvidas fui pesquisar alguns estudos despretensiosos sobre o assunto.
Nós somos educados e criados para atender às expectativas das pessoas que estão ao nosso redor, sempre fazendo o que os outros consideram ser importantes para nós e vamos crescendo e sendo recompensados à medida que correspondemos ao que o outro espera de nós.
Dessa forma não desenvolvemos a nossa capacidade de auto percepção e não sabemos distinguir nossos próprios sentimentos e emoções. Não somos capazes de identificar o que de fato nos faz bem e do que gostamos realmente. Somos criados com um nível de desconexão com nosso corpo e com nosso próprio eu, que vai gerar uma demanda no futuro de um trabalho árduo em processos de terapia e autodesenvolvimento para que possamos nos reconectar àquilo que realmente é bom e atende às nossas verdadeiras necessidades.
No entanto, conhecendo aquilo que nos faz bem, para nos sentir seguros, saudáveis e em equilíbrio é que podemos ir em busca do exercício do autocuidado.
Em especial, aprendendo a dizer os “nãos” necessários para tudo o que não vai nos beneficiar ou atender nossas necessidades de cuidado. Parece algo simples, mas realmente viver o autocuidado é um grande desafio a todos nós.
Mas, à medida que conseguimos nos conhecer e nos cuidar, nossa autoestima e autoconfiança são elevadas para outro patamar. Conseguimos perceber tudo à nossa volta com mais clareza e tranquilidade e tomar decisões mais assertivas também.
E não se pode esquecer que só é possível efetivamente “cuidar” do outro à medida em que eu souber cuidar de mim, a partir desse lugar de confiança e tranquilidade alcançada pelo processo de autocuidado. Caso contrário, este “cuidar” pode ser somente um disfarce de controle e dominação sobre o outro.
Cuidar de si verdadeiramente exige que possamos aumentar nosso grau de conexão interior entendendo o que é importante para nós e não só para o seu chefe, para sua família, para o mercado de trabalho, para o mundo lá fora.
Ter coragem de fazer escolhas que atendam às nossas necessidades, mais do que às necessidades do mundo.
Ao reconhecer nossos pontos fortes e fracos, podemos trabalhar para desenvolver habilidades e aceitar limitações, facilitando a tomada de decisões.
O autoconhecimento permite que façamos escolhas mais alinhadas com os valores e objetivos que acreditamos, evitando decisões impulsivas ou baseadas em pressões externas.
Compreender nossas próprias emoções e necessidades ajuda a construir relacionamentos mais saudáveis e a lidar melhor com conflitos.
Identificar e lidar com essas emoções e padrões de comportamento, pode reduzir o impacto negativo do estresse e da ansiedade.
O autoconhecimento é um processo contínuo que leva ao desenvolvimento pessoal, à medida que você aprende mais sobre si mesmo e evolui como indivíduo.
Reservar um tempo para refletir sobre seus pensamentos, sentimentos, experiências e relacionamentos e até buscar um profissional que possa lhe dar suporte e orientação para explorar seu mundo interior é importante nesse caminhar.
Precisamos estar abertas a novas experiências e desafios, pois eles podem revelar aspectos desconhecidos de nossa personalidade.
Contudo, é importante ter em mente que o autoconhecimento é uma jornada individual e contínua, e cada pessoa tem seu próprio caminho para descobrir sua essência.
Acredito que podemos fortalecer nosso interior buscando o autoconhecimento posto que melhorando o interior do barco ele possa navegar em águas mansas ou turbulentas sem afundar, pois, o interior estará leve e equilibrado.
Em frente, no caminho do sol, enfrente, sem medo de ser feliz!
*Dra. Iacita Azamor Pionti – Advogada, Coordenadora Municipal da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande-MS e presidente do Conselho Municipal da Mullher





