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Após 2 anos, Casa da Criança deve sair do papel

Após dois anos de espera, a chamada Casa da Criança, um espaço projetado para ampliar e integrar o atendimento a crianças vítimas de violência em Campo Grande, deve finalmente iniciar as obras. O projeto inicial, estimado em R$ 7 milhões, foi ampliado no fim de 2024 e agora está orçado em cerca de R$ 10 milhões. A previsão é que seja entregue em 2026.

Com objetivo estratégico, o terreno fica próximo a Casa da Mulher Brasileira, no Jardim Imá, para que os diversos serviços e atendimentos oferecidos para mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência, sejam mais acessíveis.

Depois de debates, a criação do centro foi anunciada após o caso que chocou Mato Grosso do Sul em janeiro de 2023, quando Sophia, de dois anos, foi levada sem vida pela mãe a uma unidade de saúde da e o laudo apontou série de violência. O caso repercutiu no País.

“Não é um simples projeto, é um projeto que contempla outras instituições e essas foram as discussões para conter um modelo que atua de forma a atender todos. Então há um tempo maior, por quê? Porque ele vai ter ali funcionando no centro diversos órgãos e poderes”, disse Antônio Carlos Videira, secretário de Segurança.

Inspirada no modelo da Casa da Mulher Brasileira, a nova estrutura será erguida em um terreno de 5,9 mil m², com área construída de 1.776 m². O projeto prevê a atuação conjunta de órgãos como a DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), Conselho Tutelar, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).

Segundo Fábio Alex Corrêa, arquiteto e coordenador de projetos da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), a obra foi pensada para garantir que as vítimas não tenham contato com os agressores. O prédio terá 40 salas, brinquedoteca, salas multidisciplinares e duas celas com acesso lateral exclusivo, além de três entradas distintas.

A planta também prevê a criação de duas ruas para facilitar o acesso. A proposta será encaminhada à Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), que fará a planilha orçamentária e abrirá licitação ainda este ano.

Os números mostram a urgência: dados da Sejusp indicam que, entre janeiro e julho de 2025, mais de 700 crianças de até 11 anos foram vítimas de violência em Mato Grosso do Sul, sendo o estupro o crime mais frequente, com 514 ocorrências.

Para Adriano Vargas, presidente da Acetems (Associação dos Conselheiros Tutelares de MS), a demora na execução do projeto mantém as crianças expostas.

“Quanto mais tempo demora, mais aumenta a possibilidade de violação de direitos e o distanciamento do poder público dessas crianças. Com esse centro, conseguimos integrar serviços e evitar que a vítima tenha que repetir seu relato várias vezes”, afirmou.

*Com inofrmações do Primeira Página e Governo de MS

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