Simone da Silva, de 35 anos, foi morta a tiros em Itaquiraí (Foto: Redes Sociais)

A tarde de 15 de maio de 2025 marcou para sempre a vida de uma família em Naviraí, no interior de Mato Grosso do Sul. Aos 35 anos, Simone da Silva foi assassinada a tiros dentro de casa, na frente dos filhos, em mais um caso de feminicídio que interrompe histórias e deixa marcas profundas em crianças que jamais esquecerão a violência a que foram expostas.

De acordo com o boletim de ocorrência, Simone foi morta por William Megaioli Ebbing, de 22 anos. O jovem responsabilizava a vítima pelo fim do casamento dos pais e foi até a residência armado com um revólver calibre .38.

Os disparos foram fatais. O mais velho dos filhos de Simone, Enzo, de 14 anos, foi quem, em meio ao desespero, pegou o celular da mãe e ligou para uma tia pedindo socorro.

As primeiras a chegarem ao local foram a irmã da vítima e uma amiga, que encontraram a cena já preservada pela Polícia Militar. A perícia confirmou o crime e recolheu as evidências.

Fonte: Primeira Página

O autor fugiu logo após o crime, mas pouco depois se apresentou na delegacia de Naviraí, acompanhado de advogada, levando consigo a arma usada no assassinato.

Segundo familiares, o crime teve origem em conflitos após a descoberta do caso de Simone com o pai do acusado. Um parente, que preferiu não se identificar, afirmou que a situação gerou tensões entre todos.

“Até onde a gente entende, o pai dele continuou o caso com ela. No dia do ocorrido, acho que foi no calor do momento”, relatou.

O mesmo parente também negou que William tenha enviado fotos do crime a grupos de amigos, como chegou a circular em boatos.

Atualmente, William segue preso no presídio de Naviraí, aguardando julgamento. O caso é investigado como feminicídio qualificado, por ter ocorrido na presença dos filhos da vítima, e também por porte ilegal de arma.

Após a prisão do suspeito, a delegacia recebeu outra denúncia de violência doméstica envolvendo a família. O pai de William foi preso em flagrante por ameaçar a esposa, mãe do rapaz, de morte. Segundo relato de um familiar, ele permaneceu cerca de três meses no presídio e já está em liberdade.

Simone agora passa a integrar uma estatística dolorosa: a das mulheres vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul. Cada número registrado em balanços policiais representa, na verdade, rostos, nomes, sonhos e histórias interrompidas.

Para a família, amigos e, sobretudo, para seus filhos, a ausência de Simone será sentida todos os dias. Sua memória, no entanto, resiste como lembrança de uma mulher que não deveria ter sido silenciada pela violência.

🚨 Denuncie a violência contra a mulher

Violência doméstica — seja psicológica, física, moral ou verbal — é crime e precisa ser combatida. Saiba como denunciar:

Emergência: se a agressão estiver acontecendo, ligue 190 imediatamente;

Central de denúncias: disque 180. O atendimento é gratuito, sigiloso e funciona 24 horas por dia, todos os dias. Também é possível denunciar via WhatsApp: (61) 9610-0180;

Presencial: procure a delegacia mais próxima ou acione a Polícia Militar pelo 190;

Em Mato Grosso do Sul as denúncias de violência de gênero podem ser feitas de maneira on-line. Clique aqui e faça a denúncia.