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Fundação de Cultura promoveu curso de Amigurumi para detentos e artesãs de Naviraí

A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, ofereceu oficinas de Amigurumi para os internos do Presídio de Segurança Máxima de Naviraí, e também para artesãs da cidade por meio  da Fundação Municipal de Cultura, na semana passada, entre os dias 18 a 22 de setembro de 2023. Para quem não conhece, Amigurumi é uma junção de palavras de origem japonesa que significa “ami” – “tricô” ou “malha” e “nuigurumi”- “bichos de pelúcia”, sendo bichos de pelúcia de tricô. 

Já faz algum tempo que os amigurumis surgiram lá no Japão, mas foi só recentemente que eles passaram a ganhar fama por aqui. Confeccionados geralmente com linhas de algodão, os amigurumis podem ter as mais variadas cores e formatos. Mas eles possuem algumas características que os tornam inconfundíveis.

Uma delas é que os bichinhos geralmente possuem formas esféricas e cilíndricas. Outra particularidade são a cabeça e os olhos grandes, evidenciados em relação ao restante do corpo. Os amigurumis também são baixinhos, seu tamanho varia entre 10 e 30 centímetros.

Rejane Benetti Gomes, gestora de Atividades Culturais, da gerência de Artesanato da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, explica que a Fundação de Cultura leva essas oficinas “para além de despertar a criatividade das pessoas e o talento para as artes, mas para o desenvolvimento econômico dos municípios no viés da geração de renda”.

Valdirene de Góis Domingos, chefe da Educação no Presídio de Segurança Máxima de Naviraí, disse que a oficina teria para os custodiados o objetivo maior de ensinar um ofício. “Muitos estão fora do mercado de trabalho há bastante tempo e quando saírem poderão ter um ofício. Eles teriam direito a uma carteirinha do artesão. Inclusive, as peças que eles estão produzindo nós vamos levar para vender numa feira em Campo Grande em novembro”.

O curso de Amigurumi na Fundação de Cultura de Naviraí também foi ministrado para as artesãs. Para Virgínia Moreira de Melo, coordenadora de Artesanato da Fundação de Cultura de Naviraí, a parceria com a FCMS é fundamental. “Sozinhos não avançamos. Essa parceria está sendo muito bacana mesmo. A atuação das alunas no curso foi maravilhosa. Achei que elas avançaram bastante, foi um aprendizado excelente. O nosso carro-chefe do artesanato aqui em Naviraí é o bagaço da cana, que é um artesanato que desenvolvemos na Fundação. Já demos cursos também, mas por enquanto estamos trabalhando com poucas pessoas. A oficina com Amigurumi veio para diversificar, mas tem mais coisas também, elas trabalham com crochê, com pintura, com bonecas, corte e costura”.

Uma das alunas, Edineia da Silva Alcântara, disse que nunca tinha feito crochê para venda. “O meu sustento é com a pintura. O que me motivou a fazer o curso é aprender novas coisas. Gostei muito de fazer. Pretendo continuar a fazer amigurumi, tanto é que já tenho até encomenda”.

A ministrante do curso tanto no presídio quanto na Fundação de Cultura de Naviraí, Alexandra Ferreira Sampaio, disse que se surpreendeu com a dedicação dos alunos. “Principalmente lá no presídio. Apesar de eu já ter uma ideia de que os presos sabem fazer crochê, eles tiveram muita facilidade, uma criatividade incrível que eles têm. Foi assim, às vezes as pessoas pensam ‘ah pode ser perigoso’, não, foi super tranquilo, eles são muito educados, pessoal da Agepen também, os agentes, muito dedicados. Aí à tarde eu vinha para a Fundação de Cultura, as meninas também são mais iniciantes, mas esforçadas em aprender e ver as dicas, em fazer. Atualmente, vivo do artesanato. De formação acadêmica sou médica veterinária, por conta de ter casado, ter tido filhos, parei de atuar como médica veterinária e faço crochê desde os dez anos de idade, são 42 anos fazendo crochê, e no amigurumi desde 2017. Em 2013 eu fui para o mundo digital, comecei a criar loja pela internet, e de lá para cá participei de feiras, vendo na Casa do Artesão e comecei a dar aulas online. Artesanato para mim é criatividade, é paz, é tudo de bom, uma fonte de renda, é maravilhoso”.

O município que tiver interesse em ter este serviço de oficinas de artesanato, basta entrar em contato com a Gerência de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da Fundação de Cultura pelos telefones (67) 3316-9107 / 3316-9152 ou pelo e-mail artesanato.fcms@gmail.com

Redação

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