Desde o princípio dos tempos, quando a humanidade ainda tateava na escuridão do mundo, uma centelha divina foi enviada à Terra. Era preciso um ser que ensinasse o amor sem condições, a presença sem cobranças, a devoção sem orgulho. Era preciso um guardião do coração humano.
Assim, o Criador moldou um espírito puro e o envolveu em um corpo de quatro patas. Colocou nele um farol de luz nos olhos, um coração grande o suficiente para amar sem medidas e um espírito que jamais conheceria a ingratidão.
Foi assim que nasceram os cachorros.
Eles não são apenas animais. São almas que escolheram caminhar ao nosso lado, mensageiros silenciosos do afeto, espelhos do que há de mais belo em nós. Eles sentem antes que possamos dizer, compreendem antes que possamos explicar. Na tristeza, nos cercam com sua energia sagrada. Na alegria, dançam conosco, celebrando nossa existência como se fôssemos o centro do universo.
São mestres da presença. Não se preocupam com o passado, não temem o futuro. Vivem o agora com plenitude e nos ensinam, todos os dias, que o amor verdadeiro não precisa de palavras.
Talvez sua missão seja essa: despertar no ser humano o que há de mais divino. Ensinar que o amor não precisa ser conquistado, que a lealdade não exige condições e que a felicidade mora na simplicidade de um olhar, de um carinho, de um instante compartilhado.
E quando partem… Ah, quando partem, nunca vão por completo. Deixam um pedaço de sua luz em nós, um rastro de amor que se eterniza, que nos transforma, que nos conecta para sempre com algo maior.
Os cães são anjos que pediram para viver na Terra. E sua missão, no fim, nunca foi apenas nos acompanhar. Foi nos curar.

Fonte: Diário Espírita