Integrantes do MST na MS-164 (Foto: Canal Aberto)
Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) voltaram a bloquear rodovias de Mato Grosso do Sul nesta segunda-feira (28). A ação acontece horas depois de famílias que viviam em um acampamento às margens da MS-379, em Dourados, serem retiradas do local pelo Batalhão de Choque.
Os manifestantes ocupam as pistas da BR-060 – entre Campo Grande e Sidrolândia – e a MS-164, em Ponta Porã.
Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), no BR-060, o grupo se concentra no km 414, próximo ao acesso para o Capão Seco. Nas primeiras horas do dia, nenhum veículo foi autorizado a passar pelo local. As pistas de ambos os sentidos foram fechadas pelos manifestantes. Sem conseguir passar, caminhoneiros estacionaram as margens da rodovia federal.
Após negociação, os policiais conseguiram a liberação por 15 minutos em cada sentido.
Já na MS-164, as duas pistas estão interditadas no km 82. Vídeos enviados por manifestantes mostram o grupo na rodovia, galhos no asfalto e fumaça. A Polícia Militar Rodoviária acompanha a situação e informou que, até o momento, não há previsão de liberação por parte dos ocupantes.
Em Campo Grande, um grupo de aproximadamente 30 pessoas também ocupa o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Os manifestantes afirmam que não vão deixar os locais enquanto não forem atendidos por representantes do Incra.

O motivo
Os bloqueios, segundo o MST, foram motivados pela desapropriação de aproximadamente 270 famílias das margens da MS-379, em Dourados, nesse domingo (27).
De acordo com nota publicada pelo MST, a ação aconteceu “sem mandado judicial e de forma truculenta”, uma vez que foram utilizadas pelos militares bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar as famílias que viviam no local.
“A ocupação é uma ampliação do Acampamento Esperança, onde 270 famílias do MST vivem há cerca de dois anos, na beira da rodovia MS-379, onde as famílias denunciam o despejo ilegal, arbitrário, injusto e repressivo, onde barracos foram destruídos, bem como as roças de subsistência das famílias do acampamento, já existente às margens da rodovia.
Dessa forma, repudiamos as constantes violências sofridas contra o acampamento já existente e pedimos urgência para que essas famílias possam ser assentadas. Apenas em 2024, a comunidade foi alvo de três incêndios e um ataque de pistoleiros”.Nota MST
Informações divulgadas pelo Incra apontam que a confusão ocorreu porque as famílias entraram em imóvel rural de posse da empresa JBS. Elas já estavam acampadas às margens da rodovia MS-379 e decidiram ingressar na área para denunciar que o imóvel não cumpre a função social há mais de 12 anos.





