Desde 2010 chegou ao Brasil o que já era tradição nos Estados Unidos a Black Friday (sexta-feira negra, em tradução livre) que ocorre sempre na quarta sexta-feira de novembro, com o objetivo maior de renovar os estoques das lojas para o Natal.
Nos Estados Unidos, tradicionalmente se realiza grandes promoções na sexta-feira seguinte ao feriado de Ação de Graças. Como no Brasil não se comemora a data, o comércio encontrou um grande impulsionador para o sucesso da data: o pagamento do 13º salário, uma vez que a primeira parcela deve ser paga pelos empregadores até dia 20 de novembro.
Muitas lojas e prestadoras de serviço oferecem descontos vantajosos aos olhos dos consumidores, no entanto para evitar problemas futuros é importante controlar a ansiedade frente às “mega liquidações” e preços aparentemente baixos e tomar alguns cuidados antes de sair comprando ou contratando serviços.
Planejar é fundamental, pois os preços podem até parecer tentadores, mas é importante se planejar para não complicar o orçamento com a Black Friday. Logo depois da data, chega a hora de pagar o IPTU, o IPVA, a matrícula escolar, o plano de saúde e dessas contas não dá para se livrar.
O Idec em seu site apresenta dicas para que o consumidor possa aproveitar a Black Friday com consciência e planejamento.
Para não gastar mais do que pode, a dica é fazer uma lista de produtos que precisa e que gostaria de comprar, estabelecendo um limite de gastos. Assim, saberá exatamente quanto da sua renda estará comprometida.
Pesquise antes, pois novembro mal inicia, e as ofertas já começam a aparecer. Contudo, uma das regras para se dar bem na Black Friday é pesquisar em várias empresas o produto desejado.
Muitas empresas maquiam o preço para que o produto pareça mais barato, alterando o valor na véspera e baixando na data do Black Friday como se fosse uma oferta. Essa prática é considerada publicidade enganosa pelo Código do Consumidor e o estabelecimento pode ser penalizado.
Ainda segundo o Idec existem algumas maneiras de evitar esse tipo de prática.
Fornecendo algumas sugestões para o consumidor é uma delas é visitar sites e lojas diferentes com, pelo menos, duas semanas de antecedência. Pesquise o preço, as condições de venda e as especificações do produto.
Guarde o folheto ou tire um print screen (foto da tela do computador ou celular) com a demonstração do produto, valor, e também com informação do link, nome da empresa, data e hora em que foi feita a pesquisa. Dessa forma, você pode conferir se a oferta realmente foi cumprida.
Alguns sites e os PROCONS fazem o monitoramento de preço para ajudar os consumidores que não pesquisaram antes.
Vale a pena dar uma conferida e checar se o preço que encontrou é realmente o mais vantajoso.
Outro cuidado importante, principalmente se a compra for feita pela internet, é pesquisar a idoneidade da loja.
Certifique-se de que a empresa existe, verificando se possui endereço físico e canal de relacionamento com o consumidor. Também é importante acessar o histórico de reclamações no PROCON de seu município e no site consumidor.gov.br, do Ministério da Justiça, para verificar a reputação da loja.
Outra boa dica é consultar a lista do PROCON-SP, com cerca de 500 sites que devem ser evitados.
Na compra pela Internet é importante que ao acessar o endereço eletrônico, verifique se aparece um cadeado no canto esquerdo da barra de busca. Caso esteja visível, provavelmente a loja é segura.
Evite também sites que só aceitam pagamento via boleto, pois além de não passar pela verificação da administradora do cartão, caso haja fraude, não conseguirá reaver o valor pago.
Caso se depare com uma empresa falsa, denuncie ao PROCON.
Promoções enviadas por e-mail também devem ser objeto de maiores cuidados e atenção.
Confesso que eu mesma já tive problemas com site da Walmart apesar de receber a oferta por e-mail, era de empresa fake, usando o nome da loja Walmart.
Com o aproximar da data, provavelmente, você irá receber diversos e-mails com ofertas imperdíveis. Antes de clicar, desconfie. Você pode ser uma vítima de fraude.
Golpistas aproveitam do aumento das transações para ludibriar consumidores. Sendo assim, preste muita atenção ao remetente. Os ataques de phishing – crime em que os internautas são convencidos a revelar informações pessoais, como senhas e dados de cartão de crédito – costumam fraudar o internauta, utilizando e-mails inexistentes e domínios que embora pareçam com o original não têm relação com a empresa da suposta oferta.
Fiquem atentos, pois preços muito abaixo da média praticada também são indícios de fraude.
Como dizia minha avó em sua sabedoria repassada por antepassados: quando a esmola é grande o santo desconfia… e ainda: – cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém…
Brincadeiras a parte, vamos às compras com as dicas do Idec e responsabilidade, mas sem medo de ser feliz!
Iacita Azamor Pionti
Advogada e presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres





