Erik Erikson foi um dos mais importantes psicanalistas e psicólogos do século XX, e desenvolveu uma reconhecida teoria sobre o desenvolvimento da personalidade humana. Diferentemente da grande maioria das pessoas, Erick não enxergava as dificuldades da vida como acontecimentos negativos, mas como processos fundamentais, que nos levam à evolução e consciência. Para ele, todos os seres humanos passam por oito idades principais no decorrer da vida, e cada uma delas é marcada por um conflito específico.
1. De 0 a 1 ano: Confiança Básica vs. Desconfiança básica
Quando recém-nascida, a pessoa naturalmente estabelece um relacionamento profundo com sua mãe, baseado na dependência e satisfação de necessidades básicas de vida. Quando cresce em um ambiente saudável, a criança desenvolve aprendizados e confiança.
Conforme cresce e se desenvolve, começa a entender o seu ambiente e o considerar familiar. A partir de então, começará a explorar esse ambiente, e sua primeira grande conquista será ficar bem na ausência da mãe, liberando o medo do abandono. Ele se arriscou e sua primeira grande realização foi não sentir ansiedade na ausência da mãe, para superar o medo de ser abandonada por ela.
2. De 1 a 3 ano: Autonomia vs. Vergonha e dúvida
Quando atinge essa idade, a pessoa está mais desenvolvida, e assim consegue se deslocar com mais independência. No entanto, ainda não está desenvolvida o suficiente para começar a atender suas próprias necessidades, e pede aquilo que precisa do choro, que é decodificado pela família.
Se, nesse período, a criança não tiver suas principais necessidades atendidas, começará a crescer dentro de si mesma um sentimento de medo, de auto dúvida. Dessa maneira, ela sentirá uma profunda necessidade de se esconder, o que pode causar acessos de raiva e choro. Nessa situação, precisa de um apoio externo firme para poder despertar sua autonomia.
3. De 3 a 6 anos: Iniciativa vs. Culpa
Quando alcança essa idade, a criança desperta dentro de si uma grande iniciativa, principalmente situações de interação social, quando começa a descobrir o que é mais interessante para si mesma.
Nessa fase, ela começa a identificar quem realmente é e se mostrar autenticamente no mundo. Porém, nessa fase também podem ter início conceitos como rivalidade e ciúme, porque começa a ter maior contato com outras crianças em sua vida. Se nessa fase a criança não recebe um tratamento amoroso e cuidadoso, pode começar a desenvolver culpa e ansiedade.
4. Dos 6 anos à adolescência: Destreza vs. Inferioridade
Nessa fase geralmente começa o convívio escolar, fase em que a criança começa a ser reconhecida por novas pessoas em um novo ambiente, não importa como se sinta em relação a ele. Ela começa a aumentar o seu grau de conhecimento e tem a oportunidade de colocá-los em prática.
No entanto, graças à complexidade de nossa cultura atual, torna-se mais difícil tomarmos iniciativas genuínas, e quando não temos reconhecimento de nossas novas habilidades, pode surgir um sentimento de inadequação, que automaticamente nos leva a nos sentir inferiores.
5. Adolescência: Identidade vs. Confusão de papéis
A adolescência é um período de grandes mudanças na vida de uma pessoa, desde mudanças biológicas até de personalidade, o que a leva a questionar tudo aquilo que lhe foi ensinado.
Além disso, adolescentes são naturalmente preocupados em se encaixar em padrões e agradar as pessoas ao seu redor, o que os leva a conflitos sobre qual caminho seguir na vida. Apesar de todas as dificuldades, se eles passarem por esse estágio com sucesso, estarão preparados para construírem uma identidade sólida. Se não conseguirem, levarão uma vida de aparências, constantemente fingindo ser aquilo que não são.
6. Intimidade vs. Isolamento
No começo da fase adulta, a pessoa está mais preparada para novos comprometimentos em sua vida, como trabalho, relacionamentos pessoais e românticos, sempre aprendendo que todos os relacionamentos exigem uma troca. Se o jovem adulto não conseguir aplicar essa regra em seus relacionamentos, provavelmente estará no isolamento.
Nessa fase começam decisões importantes da vida, no sentido de trazer conforto e estabilidade através das responsabilidades. É o primeiro passo para a vida adulta.
7. Generatividade vs. Estagnação
Para Erikson, a generatividade é a preocupação com o desenvolvimento da comunidade e o bem-estar e felicidade das próximas gerações. Quando não existe esse sentimento natural, a pessoa passa por um processo de estagnação pessoal, e sente que não é importante o suficiente, ou que não será capaz de ter boas conquistas futuras.
Apenas quando vivemos os momentos bons e ruins da vida, criamos e compartilhamos ideias e dedicamos tempo e cuidado para nossos próximos, somos capazes de amadurecer gradualmente.
8. Integridade do eu vs. Desespero
Essa é a última idade de vida, e sua qualidade depende totalmente de como as idades anteriores foram vividas.
Se a pessoa consegue aliar suas experiências com reflexões, viverá essa fase com sucesso. No entanto, se ainda existirem situações não resolvidas e que causam sofrimento, é comum que se desenvolva tensão e medo profundo de sofrimentos e até mesmo da morte.