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Desafios e esperança para a conservação do Bioma

Neste 12 de novembro, celebra-se o Dia do Pantanal, uma data que reforça a importância de um dos biomas mais ricos em biodiversidade e vital para o equilíbrio ambiental da América do Sul. O Pantanal, que cobre cerca de 210 mil quilômetros quadrados e se estende entre Brasil, Bolívia e Paraguai, abriga milhares de espécies de animais e plantas, algumas endêmicas e ameaçadas de extinção. Contudo, o cenário atual preocupa ambientalistas e estudiosos: a combinação entre queimadas, desmatamento e mudanças climáticas coloca em risco o futuro desse ecossistema único.

Nos últimos anos, o Pantanal tem enfrentado recordes de incêndios e degradação ambiental. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o bioma foi severamente impactado nos anos recentes, registrando aproximadamente 4,4 milhões de hectares queimados em 2020, um dos piores períodos para o Pantanal em décadas. Em 2023, embora o número de queimadas tenha sido menor, a recuperação do bioma seguiu lenta, e piorou com as recente seca e os diversos incêndios floretstais que afetou o bioma neste ano de 2024.

As queimadas no Pantanal têm um efeito devastador. A perda de vegetação afeta não apenas a fauna local — que inclui onças-pintadas, ariranhas, jacarés e aves diversas — mas também a vida das comunidades que dependem do ecossistema, como pescadores, ribeirinhos e indígenas. Além disso, o impacto se estende para além da fronteira pantaneira, afetando a qualidade do ar e o clima regional.

A situação crítica do bioma é agravada pelas mudanças climáticas, que tornam os períodos de seca mais intensos e prolongados, aumentando a vulnerabilidade do Pantanal às queimadas. Segundo especialistas, o aumento da temperatura média global contribui para a evaporação acelerada dos rios e a perda de umidade do solo, fatores essenciais para a manutenção do ciclo hidrológico do Pantanal, famoso por suas cheias e secas sazonais que sustentam o equilíbrio natural.

Apesar dos desafios, há esforços em curso para a preservação do Pantanal. Programas de monitoramento ambiental, ações de reflorestamento e campanhas de conscientização têm sido promovidos por ONGs, instituições governamentais e pela sociedade civil. Organizações como o WWF-Brasil e o Instituto SOS Pantanal atuam para proteger áreas de preservação, promover o turismo sustentável e oferecer alternativas econômicas menos prejudiciais ao bioma.

Após uma longa temporada de seca, o Pantanal, considerada a maior planície alagável de água doce do mundo, busca sobreviver aos impactos dos incêndios e da seca severa. Dados do MapBiomas mostram que o Brasil já perdeu definitivamente 1/3 da sua cobertura vegetal nativa e, somente em Mato Grosso, essa área caiu de 87% para 60%. O mesmo estudo ainda apontou que o Pantanal é o bioma com mais municípios que tiveram perdas de áreas naturais, com 82%.

No Dia do Pantanal, é importante lembrar que a preservação desse bioma é responsabilidade de todos nós! Em um cenário de mudanças ambientais e climáticas intensas, proteger o Pantanal significa preservar a biodiversidade, o equilíbrio climático e a qualidade de vida das populações que dependem desse ambiente singular.

Olga Cruz

8Com informações da fundação Neotrópica; G1; Imasul; Milaré.

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