As potencialidades e vantagens competitivas de Mato Grosso do Sul foram apresentadas pelo governador Eduardo Riedel para empresários de diversos setores durante o ‘Lide Brazil Conference’, que é realizado em Londres, capital do Reino Unido. O evento é uma realização do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) com o jornal Folha de São Paulo e o portal UOL.
Riedel foi um dos conferencistas do painel realizado terça-feira (29), que debateu oportunidades de investimentos no âmbito do tema ‘agricultura e meio ambiente’. Os secretários Rodrigo Perez (Segov) e Jaime Verruck (Semadesc) também participam do evento, que reúne investidores, empresários e líderes do Brasil e de outros países.
O Estado desponta com transformações em logística, geração de emprego e melhoria da qualidade de vida e da renda da população. Com foco na segurança alimentar, transição energética, sustentabilidade e inclusão social, o Mato Grosso do Sul tem políticas públicas específicas baseadas nos eixos ‘digital, verde, próspero e inclusivo’.
Grandes empresas mundiais – Suzano, Eldorado, Bracell, Arauco – investem na área de florestas plantadas. “São investimentos robustos dentro do Estado, transformando 1,5 milhão de hectares, vindo de pastagem degrada. São mais de 4 milhões de hectares que saíram do sistema produtivo de baixa produtividade, basicamente pecuária extensiva, para sistemas produtivos de alta produtividade, agricultura, floresta plantada, e agora produção de citrus, a nova fronteira agrícola. E todas elas vêm acompanhada da industrialização”, explicou o governador.
A industrialização baseada e verde é uma das ações em desenvolvimento no Estado, já com o olhar para as mudanças que podem ocorrer no Brasil.
“A reforma tributária no Congresso Nacional, talvez vá impor uma mudança muito considerável de posicionamento de cada estado. Discussão e incentivo fiscal não serão mais regra para poder atrair investimentos de industrialização ou serviço. Será a capacidade que cada estado tem de oferecer infraestrutura, competitividade, e dentro daquilo que naturalmente já se coloca como diferencial para poder oferecer ao empresariado de uma maneira geral”, disse Riedel.
Com ação vigorosa para atração de indústrias, grandes setores se destacam atualmente no Estado. “Temos quatro grandes setores, o florestal, de bioenergia, citrus e as proteínas animais, que sempre foi um forte, mas está expandindo agora com as cooperativas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com as empresas de transformação da pecuária bovina, frango, suíno e o que o Brasil é líder global em produção e exportação. E o Estado se posicionou dentro deste sistema para poder buscar aquilo que a gente quer ver em qualquer sociedade, que é desenvolvimento e inclusão social”, explicou o governador.
Na área da infraestrutura, os projetos estão em andamento para melhorar a logística e o escoamento produtivo.
“Os grandes projetos de infraestrutura terão no MS uma carteira extremamente vigorosa. Nós estamos falando já de R$ 10 bi realizados em concessões rodoviárias. E tão importantes quanto as estradas são as infovias digitais. Ouvimos falar aqui o sucesso brasileiro em relação a todas as transações digitais e a gente ainda carece de infraestrutura para que isso ocorra de maneira mais célere. E por isso uma PPP que envolve a cobertura dos 79 municípios com mais de 7 mil km de fibra ótica termina este ano. O MS passa a estar absolutamente conectado com o mundo, desde a fazenda, o campo, a digitalização do agro, até as áreas urbanas e principalmente os serviços públicos em saúde, com a telemedicina, em educação, dentro da sala de aula, e na segurança pública. E os novos projetos que continuam, agora estamos negociando na Bolsa de Valores R$ 5,7 bi para 870 km de rodovias federais e estaduais. E toda uma negociação de investimentos em hidrovia, rodovias, ferrovias, que são absolutamente imprescindíveis para o que acontecendo no Estado”, afirmou Riedel.
O resultado dos inúmeros investimentos em andamento no Estado é o desenvolvimento social. “No Estado estamos com 3,8, uma das menores taxas de pobreza extrema do país, e ainda assim nós vamos perseguir a eliminação da pobreza extrema no país. Nós não podemos admitir que num estado como o nosso ainda exista pobreza extrema, nós vamos buscar isso através da inclusão. E um crescimento que se traduz em bem-estar, renda média maior e elevada para a nossa população de uma maneira geral”, disse o governador.
Outra grande área de atuação do Estado é o meio ambiente. “E falando do meio ambiente, não temo como separar desenvolvimento, a economia, do social e do ambiental, conceito clássico da sustentabilidade. A gente resolveu também se posicionar nos três grandes eixos água, biodiversidade, balanço de carbono, de uma maneira extremamente proativa e atrelando isso a políticas públicas que premiem, a políticas públicas que levem pelo bolso a responsabilidade de todos, que de alguma forma tem uma conexão com a preservação. Saindo de uma lógica punitiva para uma lógica de valorizar os ativos ambientais. E a gente tem feio isso de uma maneira a usar diferentes instrumentos, para que a gente possa premiar essas ações. Nós estamos falando de induzir e diminuir carga tributária de sistemas produtivos absolutamente mais eficientes”, pontuou Riedel.
No primeiro trimestre de 2025, o Governo de MS vai lançar um programa para a preservação de biodiversidade no Pantanal.
“Que é o pagamento por serviço ambiental a partir dessa lógica e dentro da lei, aqueles que resolverem a preservar vão ser remunerados por isso também. Então a lógica do incentivo, é a que vai prevalecer, e por isso nós constituímos o Fundo Pantanal que tem recebido recursos do Governo, com orçamento próprio, calibrado, para que a gente faça esta política. E nós vamos caminhar para ter um estado carbono neutro em 2030. E isso também é um ativo ambiental. Com a contribuição de todos estes setores e com a indução da política pública para chegarmos lá, nós vamos buscar posicionar o MS dentro dessa lógica e trazer isso também para o ambiente econômico. A remuneração destes processos para o Estado, transformados em política pública para a sociedade de uma maneira geral. O meio ambiente também é recurso econômico, assim deve ser para que a gente dê sustentabilidade para este projeto. O MS está preparado para esta nova onda, esta geração, não é mais só do Estado, ou do brasil, é global”, finalizou o governador.