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Especialista revela os 5 mitos sobre o conflito entre Israel e Hamas

Conforme explica o professor e cientista político Heni Ozi Cukier (HOC), existem diversos mitos que circulam na mídia, nas redes sociais e nos debates envolvendo o conflito entre Israel e Palestina. Segundo ele, grande parte das pessoas, repetem o que ouvem, e repetem desinformações, que não são a verdade. Ele listou e desmentiu os 5 principais mitos em um vídeo que lançou recentemente. 

Heni Ozi Cukier é cientista político, palestrante e professor. Ele se formou nos Estados Unidos em Filosofia e Ciências Políticas, e é mestre em Paz Internacional e Resolução de Conflitos pela American University. Trabalhou no Conselho de Segurança da ONU entre outras instituições internacionais e think tanks. É fundador do Insight Geopolítico, uma consultoria de risco político, e é atualmente professor de Relações Internacionais da ESPM.

Confira:

  1. Gaza é a maior prisão ao ar livre do mundo, criada por Israel;
  2. O terrorismo do Hamas é um produto da violência de Israel;
  3. Hamas e Palestina são a mesma coisa;
  4. Israel é o único obstáculo para a criação do Estado Palestino;
  5. Israel não quer a paz.

Mito 1: “Gaza é a maior prisão ao ar livre do mundo, criada por Israel”

Nem sempre o território de Gaza e a população que vivia lá foi governada pelos palestinos ou pelo Hamas. Os Otomanos já governaram e ocuparam Gaza, depois os britânicos e os egípcios.

Em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, Israel assumiu o controle da Faixa de Gaza até 2005. A sua retirada da região envolveu um acordo unilateral com os palestinos.

As forças israelenses retiraram todos os 9 mil judeus que viviam na região para que não houvesse ocupação ou presença de Israel em Gaza.

Em 2006, o Hamas venceu a eleição e se tornou a autoridade em Gaza. Em seu estatuto, o grupo terrorista preconiza o extermínio de Israel.

Pela guerra, as fronteiras entre Israel e Palestina estão fechadas. Assim como todos os países que estão em guerra, afirma o professor, como as duas Coréias, Rússia e Ucrânia.

Em tempos de paz, comenta o professor HOC, existe um local na fronteira Israel-Gaza em que diariamente 20 mil palestinos vão à Israel para trabalhar e voltam. Todo mês, cerca de 8 a 9 mil caminhões transportam bens entre os territórios em outro acesso fronteiriço.

Gaza tem fronteira com Israel e com o Egito, mas os egípcios também mantêm a fronteira fechada aos palestinos. Isso porque sabem que estão lidando com um grupo terrorista.

Entre 2014 e 2015, o Egito entrou em Gaza, destruiu residências e afastou a fronteira com Gaza para criar um tampão de vácuo entre os territórios. Isto para afastar os terroristas do Hamas da fronteira.

Mito 2: “O terrorismo do Hamas é um produto da violência de Israel”

O professor HOC afirma que os líderes do Hamas sequer vivem em Gaza, eles criaram uma ideologia tão forte que coopta pessoas e as radicaliza a ponto de serem usadas para seus ataques terroristas.

Os ataques são altamente coordenados e calculados em termos de objetivos políticos, ganhos financeiros e outras questões.

O próprio estatuto do Hamas, como foi mencionado, fala da destruição de Israel em seu primeiro artigo.

Historicamente, afirma o professor, todas as vezes que se chegou próximo a um acordo, o Hamas atuou e atacou.

“Não podemos esquecer que o Hamas é uma organização que tem como objetivo a destruição total do Estado de Israel. Ele nasceu e vive com essa função, esse objetivo. O terrorismo é uma ferramenta para os líderes do Hamas”.

Mito 3: “Hamas e Palestina são a mesma coisa”

O professor explica que o Hamas é um grupo radical islâmico formado após a primeira intifada, em 1987, uma ramificação da Irmandade Muçulmana, que fica no Egito. Em 2005, quando os israelenses saem de Gaza, a autoridade palestina fica no poder por um ano e são convocadas eleições.

Concorreram o Hamas e o Fatah, dois grupos terroristas adversários. O Hamas foi eleito com 44% dos votos, contra 41% do Fatah. O grupo sequer tem a maioria em Gaza.

Após a vitória, eles perseguiram todos os seus opositores com violência, controlando o território com base na força.

O Fatah controla a Cisjordânia, onde está o restante da população palestina, cerca de 3 milhões de pessoas. Enquanto o Hamas, controla Gaza com 2 milhões de palestinos.

O cerne de toda a questão aqui é que os objetivos do Hamas não são os mesmos da população de Gaza, muito menos dos palestinos como um todo. Para vocês terem uma ideia, 54% dos palestinos em Gaza dizem ter medo de criticar o Hamas.

Uma outra pesquisa em 2022 diz que 53% dos palestinos de Gaza concordam que o Hamas deveria parar de pedir a destruição de Israel. Uma terceira pesquisa em 2022 diz que 71% dos palestinos em Gaza acreditam que o Hamas e as suas instituições são muito corruptas.

Além disso tem vários outros relatórios de organizações internacionais que investigam abusos de direitos humanos, como o Human Rights Watch, que diz que o Hamas abusa da sua população.

A gente não tem como medir o apoio da população na realidade na prática porque é uma ditadura não tem mais eleição as pessoas não têm voz elas não têm como lutar”.

  • O norte de Israel também está sob ataque, liderado por outro grupo terrorista, o Hezbollah.

Mito 4: “Israel é o único obstáculo para a criação do Estado Palestino”

O conflito iniciou-se como uma guerra árabe-isralense, a questão nacionalista da Palestina foi posterior, com o surgimento do Hamas, afirma o professor HOC.

Diversos outros países árabes ocuparam Gaza e não se preocuparam em criar o estado palestino. A Jordânia e o Egito nunca se preocuparam com a criação do Estado Palestino.

Mito 5: “Israel não quer a paz”

O professor fez uma linha do tempo para provar que Israel deseja a paz. Em 1937, uma solução para o problema foi ventilada pelos ingleses que controlavam a região. Eles propuseram uma partilha em dois territórios, sendo 80% árabe e 20% judeu, bem mais do que a atual divisão.

Os judeus concordaram e os árabes negaram a proposta. O mesmo aconteceu com a partilha sugerida pela ONU em 1947, 1948.

Em 1967, o Egito preparou-se para atacar Israel e eliminá-lo, conforme seu governante Gamal Abdel Nasser afirmava. Países vizinhos se organizam para participar de um ataque definitivo, mas Israel atacou preventivamente a Síria como resposta e tomou:

  • a Faixa de Gaza;
  • a Península do Sinai;
  • as Colinas de Golã;
  • a Jerusalém Oriental;
  • a Cisjordânia.

Após a vitória, Israel foi repreendida pela ONU, mas o Estado judeu aceitou ceder os territórios em troca da paz. A liga árabe respondeu com três nãos:

  1. não a paz com Israel;
  2. não negociaremos com Israel;
  3. não reconheceremos Israel.

Em 2005, conforme foi dito, os judeus se retiraram de Gaza após um acordo unilateral. O professor HOC menciona diversos outros esforços pela paz feitos pelo Estado de Israel.

Confira o vídeo no link https://youtu.be/qJvgXqKYeKg?si=in-jwThroKuqI3B5

Olga Cruz  

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