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Fevereiro Roxo: conscientizando sobre o Lúpus 

Como prometido, no decorrer deste mês o Portal de Notícias MS DELAS, abraçou as campanhas: Fevereiro Laranja – de conscientização à leucemia, e o Fevereiro Roxo – de conscientização do Lúpus, Fibromialgia e  Alzheimer.

Neste fim de semana vamos falar sobre o “lúpus”, que nada mais é que uma doença autoimune, ocorre quando o sistema imunológico do seu corpo ataca seus próprios tecidos e órgãos. A condição é capaz de afetar diversos sistemas do corpo, como articulações, pele, rins, células sanguíneas, cérebro, coração e pulmões.   

O QUE É LÚPUS?  

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, que pode acometer múltiplos órgãos de forma rápida ou lenta e progressiva, variando com fases de atividade e de remissão. 

A origem do LES não é totalmente conhecida, sabe-se que fatores hormonais, genéticos e ambientais estão envolvidos no desencadeamento da doença.  

Mulheres em idade fértil são até 9 vezes mais acometidas que os homens, uma vez que o estrogênio exerce papel importante na patogênese da doença. Algumas pessoas nascem com susceptibilidade genética para desenvolver a doença e, somada à interação de fatores ambientais (irradiação solar, tabagismo, infecções por alguns vírus ou outros micro-organismos), passam a apresentar alterações imunológicas. Essa interação genética + ação de fatores ambientais podem levar a um desequilíbrio na produção de anticorpos que reagem contra proteínas do próprio organismo, causando inflamação em diversos órgãos, como pele, rins, articulações, pulmões e mucosas. 

Existem 4 tipos de Lúpus mais comuns: 

LÚPUS DISCOIDE 

Doença restrita à pele, que apresenta lesões arredondadas, vermelhas e descamativas, sendo notadas principalmente no rosto, couro cabeludo, região cervical e tronco. Estas lesões podem se tornar mais evidentes quando a pessoa se expõe ao sol.   

LÚPUS SISTÊMICO 

Doença sistêmica que acomete, além da pele, diversos órgãos (articulações, rins, pulmões, sistema nervoso e pleura). 

LÚPUS INDUZIDO POR DROGAS 

Ocorre quando há desenvolvimento de sintomas semelhantes ao do lúpus eritematoso sistêmico, temporalmente relacionado à exposição a drogas. Geralmente, a resolução do quadro se dá após a suspensão do medicamento desencadeante. A associação mais clássica é feita com a procainamida e a hidralazina. 

LÚPUS NEONATAL 

É uma doença autoimune adquirida que acomete recém-nascidos causada pela passagem de anticorpos ( Anti-Ro e Anti-La) da mãe para a criança através da placenta, durante a gravidez. Muitas mães sabidamente têm doenças que apresentam esses anticorpos no sangue, como lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren e doença mista do tecido conjuntivo. O feto ou recém-nascido pode evoluir com o surgimento de lesões cutâneas fotossensíveis, alterações hepáticas, hematológicas ou, até mesmo, cardíacas. 

SINTOMAS 

Os sintomas do LES são diversos e podem variar em intensidade e quantidade de sistemas acometidos de acordo com cada indivíduo e com a fase de atividade ou remissão da doença. Inicialmente, são comuns manifestações dermatológicas e sintomas gerais sistêmicos, como febre baixa, cansaço, desânimo, perda de peso e apetite. As manifestações mais específicas são surgimento de: 

Lesões de pele (até 80% dos casos), caracterizadas por manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e dorso do nariz, denominadas lesões em asa de borboleta; lesões por fotossensibilidade (desencadeadas pela sensibilidade desproporcional à luz solar). Pode ocorrer também lesões discoides, vasculite e alopecia (queda de cabelo) – cicatricial ou não. Além disso, há surgimento de aftas / úlceras orais, geralmente indolores; 

Há manifestação articular com dor, com ou sem inchaço, envolvendo principalmente as juntas das mãos, punhos, joelhos e pés, e tendem a ser bastante dolorosas; 

Inflamação das membranas que recobrem o pulmão (pleurite) e coração (pericardite) ocasionando dor ao respirar, tosse seca, falta de ar e dor no peito; 

Acometimento renal (nefrite): é uma das manifestações que mais preocupam e ocorrem em cerca de até 50% dos pacientes. Nas formas mais graves evolui com pressão alta, inchaço nas pernas, urina espumosa e com sangue. Quando não tratada rapidamente e adequadamente, pode haver evolução para insuficiência renal e o paciente pode precisar fazer diálise ou transplante renal; 

Alterações neuro-psiquiátricas: podem causar convulsões, acidente vascular encefálico, alterações de humor ou comportamento (psicoses), depressão e alterações dos nervos periféricos e da medula espinhal; 

Manifestação hematológica: alterações nas células do sangue são devido aos anticorpos contra estas células, causando sua destruição. Assim, se os anticorpos forem contra os glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos e/ou plaquetas haverá, respectivamente, anemia, leucopenia ou linfopenia ou plaquetopenia.  

O diagnóstico deve ser realizado por um médico através da anamnese da história clínica do paciente (com presença de sinais e sintomas sugestivos), exame físico e exames laboratoriais. A presença do FAN (fator ou anticorpo antinuclear), embora não seja exclusiva da doença, quando positiva em títulos elevados, em uma pessoa com sinais e sintomas característicos, permite o diagnóstico. Outros testes laboratoriais que confirmam a suspeita diagnóstica é a presença de anticorpos anti-Sm e anti-DNA, que são específicos para a doença, assim como o consumo de frações do complemento (C3 e C4).  

TRATAMENTO

O tratamento do LES deve ser guiado de acordo com o grau de severidade e quais órgãos acometidos pela doença. O uso de corticoides (via oral ou em pulsoterapia endovenosa), hidroxicloroquina e imunossupressores podem contribuir na busca pelo controle e remissão do quadro.

 TEM CURA? 

Não. O Lupus não tem cura, mas tem controle. Para isso é fundamental que o tratamento seja realizado de forma correta, com acompanhamento regular com o reumatologista, uso das medicações prescritas, adoção de hábitos saudáveis, fotoproteção e evitar exposição solar. 

PREVENÇÃO 

Para evitar novos surtos de atividade da doença, o paciente com LES deve fazer uso correto das medicações prescritas, evitar exposição solar (principalmente entre 10h – 15h) e cessar tabagismo. Ir regularmente em consultas médicas e realizar exames de controle, fazer uso de bloqueador solar e adotar hábitos de vida saudáveis também são medidas a serem adquiridas. (Fonte: Alta Diagnósticos – dra Gabriela Munhoz). 

Redação 

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