A ministra Cida Gonçalves participou na Casa da Mulher Brasileira na tarde desta sexta-feira (31), da inauguração da segunda unidade do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL) de Campo Grande. O Instituto começa a funcionar hoje mesmo, a partir das 19h, na Rua Brasília no Jardim Imá. A inauguração teve a presença da prefeita Adriane Lopes, da primeira-dama do Estado Mônica Riedel e de outras autoridades.
O núcleo é resultado de um Termo de Cooperação celebrado entre o Governo do Estado, por meio da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), e a Prefeitura de Campo Grande, por intermédio da Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais e da Subsecretaria Municipal de Políticas para a Mulher.
O Instituto atenderá às demandas da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), que não são poucas, por receber todos os casos de violência doméstica e tentativas de feminicídio. Vai funcionar 24 horas por dia e também será apoio no plantão para atendimento de crianças vítimas de crimes nos feriados.
A ministra explicou que antes as mulheres vítimas de crimes tinham que atravessar a cidade para fazer exames no Imol. O outro instituto fica localizado no Jardim Monte Alegre, na Avenida Senador Filinto Müller. “Nesse caminho, não voltam ao atendimento e acabam assassinadas. Hoje em dia, as mulheres também são vítimas de uma ‘machosfera’ que está na internet divulgando”, afirmou Cida Gonçalves.
A ministra ainda ressaltou que Mato Grosso do Sul é exemplo no combate à violência contra as mulheres e convidou para uma manifestação. “Convoco todas as pessoas para uma marcha do respeito à mulher em todo o País partindo de Mato Grosso do Sul. Não queremos mais ser caladas, nem mortas, nem invisibilizadas”.
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, avaliou que os desafios são grandes, mas lembrou que o serviço irá ajudar a diminuir o índice de violência. “Temos a primeira Casa da Mulher Brasileira do Brasil e vai ser sempre a primeira. Não queremos ser só a primeira, queremos ser referência em combate à violência, referência na discussão de políticas públicas e não só de discussão, mas em agir, efetivar e fazer com que sejam cumpridas na íntegra. Da Casa da Mulher até o IMOL, onde são feitos os exames de corpo de delito, eram quase 10 quilômetros. A mulher que não tinha um vale transporte para ir até lá, poderia deixar de ir ou até mesmo ser convencida a não denunciar. Que possamos avançar a cada dia”, afirmou.
Para a subsecretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Carla Stephanini, ações como revelam o compromisso do poder público. “Quando há compromisso do poder público com a execução da política pública conseguimos alcançar resultados como este. Trazer a sala do IMOL para a Casa da Mulher Brasileira vai trazer, além da facilidade do exame, condições que fortalecerão a instrução do inquérito policial e a consequente ação penal. O que as mulheres almejam é que as coisas andem mais rápido, diante do ato de coragem que tiveram de vir fazer a denúncia”, afirmou.
Olga Mongenot