A discussão sobre qual é a melhor opção para a saúde, manteiga ou margarina, continua dividindo opiniões de especialistas e consumidores em todo o mundo. Ambas as opções são amplamente utilizadas na culinária, mas possuem composições nutricionais distintas, podendo afetar de diferentes maneiras o organismo humano.
Manteiga: natural, mas rica em gordura saturada
A manteiga é um produto natural derivado do leite e amplamente utilizada há séculos. Seu sabor característico e textura cremosa a tornam popular, especialmente em pratos que exigem um toque especial. No entanto, sua composição levanta preocupações de especialistas em nutrição. A manteiga contém cerca de 50% de gorduras saturadas, o que, segundo a American Heart Association (AHA), está associada ao aumento do colesterol LDL (o “mau colesterol”) e ao risco de doenças cardiovasculares.
Dr. Marcelo Castro, cardiologista e pesquisador da Sociedade Brasileira de Cardiologia, ressalta que “o consumo excessivo de gorduras saturadas está ligado ao desenvolvimento de placas de gordura nas artérias, o que pode levar a problemas cardíacos sérios”. Segundo ele, apesar da manteiga ser um alimento natural, seu consumo deve ser moderado, especialmente para pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas.
Margarina: alternativa vegetal, mas com polêmica
A margarina, por outro lado, é um produto processado à base de óleos vegetais. Durante anos, foi promovida como uma opção mais saudável por conter menos gordura saturada que a manteiga. No entanto, o processo de hidrogenação utilizado na fabricação da margarina, principalmente em versões mais antigas, gerava gorduras trans — extremamente prejudiciais ao coração.
Nos últimos anos, a indústria alimentícia tem reformulado a margarina, eliminando as gorduras trans e aumentando a quantidade de gorduras insaturadas, que são benéficas para a saúde do coração. Segundo a nutricionista Dra. Paula Moreira, “as margarinas atuais, sem gorduras trans, podem ser uma opção melhor do que a manteiga para quem precisa controlar o colesterol, especialmente por conterem ácidos graxos ômega-3 e ômega-6”.
Estudos
Estudos recentes indicam que, em termos de saúde cardiovascular, a margarina reformulada é geralmente considerada uma escolha melhor do que a manteiga. A British Medical Journal publicou uma meta-análise que concluiu que substituir gorduras saturadas por insaturadas, como as que estão presentes em margarinas modernas, pode reduzir o risco de doenças coronarianas em até 30%.
Consumo no Brasil e no mundo
De acordo com um levantamento da Euromonitor, a margarina é a opção mais consumida em vários países, incluindo o Brasil. O país, que possui uma vasta produção de óleos vegetais, consome mais margarina do que manteiga. A margarina representa cerca de 60% do mercado de gorduras espalháveis no Brasil, enquanto a manteiga fica com cerca de 40%. Globalmente, a situação é semelhante, com a margarina predominando nas Américas e em grande parte da Europa, enquanto a manteiga é mais popular em países como França e Nova Zelândia.
Enfim, qual escolher?
Não temos uma conclusão de qual seja a melhor para a saúde, há os que defendem qua manteiga seja melhor por ser de origem animal e relativamente mais pura em seu processo de processamento, em relação a margarina que necessita de alguns componentes aditivos.
A escolha entre manteiga e margarina deve levar em conta o perfil de saúde de cada pessoa, ou seja, é individual de cada organismo.
Para aqueles que precisam controlar o colesterol ou têm maior risco de doenças cardiovasculares, as margarinas atuais, sem gorduras trans, podem ser uma escolha mais saudável. No entanto, para quem prefere produtos menos processados e não tem restrições médicas, o consumo moderado de manteiga também é uma opção válida.
Olga Cruz