Reunidas no plenário do TCE-MS na manhã desta segunda-feira (13), conselheiras de Tribunais de Contas, procuradoras do Estado, auditoras, delegadas, militares e representantes de autarquias, participaram do encontro Liderança Feminina. A representatividade das mulheres nos espaços do poder e na tomada de decisões, foi amplamente debatida no evento realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul em parceria com o IDAMS – Instituto de Direito Administrativo de Mato Grosso do Sul.
A conselheira Susana Maria Fontes Azevedo Freitas, do TCE de Sergipe, falou que a participação feminina nos Tribunais de Contas ainda deixa muito a desejar, já que 68% dos cargos de chefia no controle externo são ocupados por homens. “A luta pela equidade e igualdade no ambiente de trabalho é constante, as mulheres precisam assumir mais os cargos de direção porque são cargos de decisão. Temos que lutar não somente pelas servidoras dos tribunais de contas, mas também pela composição de seus colegiados, porque o número de mulheres compondo as mesas diretivas ainda é muito pequeno”, explicou a conselheira, que ainda completou.
“Fiz questão de estar presente aqui em Campo Grande neste evento, porque a iniciativa do TCE-MS é de suma importância propondo o debate sobre este assunto. Maravilhoso o encontro porque não estamos aqui hoje comemorando o mês da mulher e sim trazendo propostas para a valorização da mulher. O Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, o presidente Jerson Domingos, o IDAMS e todos aqueles que organizaram este grandioso evento estão de parabéns”, finalizou a conselheira Susana Freitas.
Representatividade Feminina nos Espaços de Poder e Tomada de Decisão foi a pauta da mesa redonda composta por mulheres que são referência em Mato Grosso do Sul. A conselheira aposentada do TCE-MS, Marisa Serrano, destacou que, atualmente, as pessoas estão compreendendo que o mundo é feito de pessoas de todos os credos, raças, gêneros, e que cada um tem a sua contribuição para oferecer.
Ela falou que ao longo da vida enfrentou muitos desafios sendo mulher, e lembrou da época como professora, “uma profissão difícil, mal remunerada e muito menos valorizada. Como professora e diretora de escola, esse período também foi uma grande escola para mim”, lembrou Marisa Serrano.
A procuradora do Estado, Fabíola Marchetti Rahim, a auditora de controle externo, Kasla Garcia, a procuradora de Justiça, Ariadne Cantú, a subsecretária da subsecretaria de políticas públicas para mulheres, Cristiane de Oliveira, e a Tenente-coronel Luna Neves, também participaram da mesa redonda.
A primeira-dama do Estado, Mônica Riedel, ressaltou que a iniciativa do encontro é importante para que a mulher tenha uma representatividade maior em todos os setores. “Este evento aqui hoje nos mostra mulheres empoderadas, com poder e cargos de decisão. Propor esse debate é propor um olhar para as mulheres de toda a sociedade para que elas possam também se inspirar nas mulheres que estão aqui debatendo e propondo soluções para o assunto”.
A secretária municipal de meio-ambiente, e vice-presidente do IDAMS, Kátia Sarturi, ressaltou que toda a sociedade depende da mulher, mas que infelizmente, a realidade na ocupação dos cargos ainda é muito diferente.
“O problema é estrutural de comando, se para a sociedade ser formada depende da mulher, como explicar que o decorrer e a tomada de decisões mais importantes para a sociedade não têm a participação da mulher? Isso revela uma falha, um desequilíbrio de tudo o que temos na sociedade, a mulher precisa tomar posse de comando, para que a sociedade seja mais justa”, explicou Kátia Sarturi.
Olga Mongenot
*Imagem principal feita por Mary Vasques.