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O que é a menopausa?

A menopausa é o período que ocorre, geralmente, entre os 45 e 55 anos, marcando o fim da fase reprodutiva feminina. A menopausa é definida pela ausência de menstruação (amenorreia) por 12 meses consecutivos e é determinada de forma retroativa, representando o término, permanente, da menstruação.

Antes, porém, ocorre o climatério, momento que antecede a menopausa. Diversas mudanças físicas ocorrem nessa passagem. O conhecimento dos sinais e sintomas permite cuidados individualizados, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar nos anos seguintes Quando esse processo ocorre antes dos 40, é classificado como precoce.

Em geral, os óvulos que a mulher vai liberar ao longo da vida já estão presentes no corpo feminino desde o nascimento. Essa reserva é usada da primeira menstruação (menarca) até a última (menopausa). As mulheres não formam novos folículos ao longo da vida e quando todos eles morrem, os ovários chegam ao fim da sua vida útil. Nessa etapa, as concentrações dos hormônios femininos — estrogênio e progesterona — caem de forma permanente.

Mesmo com a chegada da menopausa, a mulher deve manter o acompanhamento ginecológico regularmente. Além disso, alguns hábitos podem auxiliar na qualidade de vida, tais como manter o peso adequado (o que é um desafio), uma alimentação saudável, rica em cálcio e vitamina D e pobre em gorduras saturadas, evitar o uso de cigarros e consumo de álcool, praticar atividades físicas regularmente, além de práticas integrativas e complementares.

HORMÔNIOS

Eles são responsáveis por regular o funcionamento do nosso organismo e trabalham no nosso crescimento, humor e bem-estar. Ao longo de toda a vida, eles influenciam (e muito!) no nosso comportamento — seja para o bem ou para o mal.

Nas mulheres, os hormônios vivem uma verdadeira montanha-russa. As oscilações começam antes da primeira menstruação, passam pelo ciclo menstrual, período gestacional, pós-parto, TPM e climatério (que envolve a perimenopausa, menopausa e pós-menopausa). 

E as mulheres mais vulneráveis do ponto de vista genético são as que mais sofrem.

“Já na puberdade, ela começa a ter modificações no comportamento e começa a ter desregulação emocional, fica mais a flor da pele. Nos períodos de gestação e na perimenopausa também ocorrem impactos no cérebro e uma tendência maior a ter sintomas psiquiátricos, como depressão, ansiedade e insônia”, explica Christiane Ribeiro, psiquiatra, Mestre em Medicina Molecular pela UFMG e membro da Comissão de Estudos e Pesquisa em Saúde Mental da Mulher da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Os hormônios e a saúde mental

Os transtornos mentais não estão diretamente ligados às alterações hormonais, mas podem ser causas secundárias desse desequilíbrio, muitas vezes intensificando os sintomas.

Isso pode ser visto com bastante frequência no climatério, quando hormônios fundamentais para o organismo feminino começam a entrar em queda livre: o estrogênio e a progesterona. A falta de estrogênio no sistema nervoso central, por exemplo, modifica os neurotransmissores e esse desbalanço hormonal desencadeia alterações no humor, sono, libido, ossos e coração. A progesterona tem também função ansiolítica e a queda pode provocar mais ansiedade na mulher.

Mulheres que já têm histórico de algum transtorno psicológico provavelmente verão os quadros de ansiedade e depressão se intensificarem no período do climatério.

É importante investigar o período de vida em que a mulher se encontra, como foi a gestação — se ela tiver engravidado — para entender se ela tem uma sensibilidade hormonal importante. Sabemos que existe uma associação”, diz Christiane Ribeiro.

“A história pregressa conta muito. Se a mulher já foi diagnosticada com alguma questão psicológica, ela tem mais chance de ter algum transtorno durante a transição do período reprodutor para o não-reprodutor”, completa o psiquiatra Rodrigo Dias, que pesquisou a influência do ciclo menstrual no transtorno bipolar durante o doutorado.

Dias lembra que existem outras questões relacionadas ao aspecto psicológico que podem influenciar a fase menopausal.

“A mulher entra no período de não reproduzir mais, isso pode ser um fator de estresse associado. Também existe a mudança do corpo. A mulher perde cintura, sente um acúmulo de gordura. Tudo em um ambiente onde o corpo da mulher é muito valorizado. Ou seja, pode desencadear mais estresse“.

Quando o estresse, ansiedade, humor e depressão são mais leves e sem histórico anterior, a terapia de reposição hormonal (TRH) pode ser uma grande aliada, orienta o psiquiatra. No entanto, nem todas as mulheres podem fazer a TRH. Nesses casos os antidepressivos podem ser receitados — tanto para tratar a saúde mental quanto os sintomas do climatério, como os fogachos.

“Muitas mulheres têm dificuldade de assumir que não estão bem, que estão precisando de ajuda. Antigamente (e até nos dias de hoje), a mulher não podia falar que estava na TPM, era sempre estigmatizada. É importante conversar”, ressalta a psiquiatra Christiane Ribeiro.

MITOS E VERDADES

A mulher sente mais calor – Verdade

Os calores ou “ondas de calor” constituem o sintoma mais comum nas mulheres, podendo ocorrer em qualquer fase da menopausa/ climatério. Manifestam-se como sensação passageira súbita e intensa de calor na pele, principalmente do tronco, pescoço e face que pode apresentar aumento da circulação de sangue, acompanhada na maioria das vezes de suor.

Alteração de humor – Verdade

Alterações de humor, insônia, cansaço, melancolia.

O único tratamento possível é a reposição hormonal –Mito

A reposição hormonal só é necessária quando a queda na produção de estrogênio possa causar alguma doença mais grave. Esta avaliação deve ser feita por profissional de saúde, e não é indicada a auto medicação. Existem públicos que não tem indicação de fazer a reposição de hormônios, como por exemplo: quem tem obesidade, pressão alta, diabetes ou predisposição para câncer de mama. Existem outros tratamentos que amenizam os sintomas, como os fitoterápicos. Esses tratamentos naturais envolvem também alimentação e atividade física, eles ajudam a aliviar os sintomas da menopausa. O uso indevido e desnecessário de hormônios para reposição hormonal pode causar danos para a saúde.

Depois da menopausa não é possível engravidar – Verdade

Levando em consideração que o climatério é diferente de menopausa. No climatério é possível sim engravidar uma vez que o corpo está em fase de adaptação que compreende a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo.
Na menopausa não é possível uma vez que há insuficiência ovariana.

Não é possível engravidar, levando em consideração que a menopausa já esteja instalada, passado 1 ano de amenorreia (ausência da menstruação).

*O climatério, que é a fase inicial da menopausa, surge na vida da mulher, muitas pensam que não podem mais engravidar pois as menstruações tendem a ficar mais espaçadas. No entanto, durante o processo, a concepção ainda é possível. É indicado aguardar 2 anos após a última menstruação para ter certeza de que a mulher não é mais fértil. Independente da fase em que a mulher está, é importante utilizar preservativo durante as relações sexuais para prevenir as infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, sífilis e hepatites virais.

Ela reduz a libido – Verdade

Alguns sintomas como secura vaginal, que pode levar a dor à penetração e sensação de ardor. Para alívio dos sintomas, é indicado uso de lubrificante intimo à base de água.

A menopausa só chega depois dos 50 anos – Mito

Em algumas mulheres, essa fase pode chegar até mesmo aos 30 anos, na conhecida menopausa precoce. Porém, a partir dos 45 anos, ela é considerada normal.

A mulher fica mais suscetível a algumas doenças – Verdade

A queda nos hormônios pode gerar um risco aumentado de osteoporose e doenças cardiovasculares, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto e hipertensão. Para evitar esses problemas, é importantíssimo manter a saúde em dia, manter hábitos saudáveis e manter acompanhamento de saúde.

Problemas como insônia, depressão e ansiedade são comuns nessa fase – Verdade

A sobrecarga física e mental que afeta negativamente o processo saúde-doença. Nesse caso, a sobrecarga pode expressar-se como cansaço, fadiga, depressão, ansiedade e diminuição do desejo sexual.

Para amenizar os sintomas, é preciso se alimentar bem e praticar exercícios físicos – Verdade

Bons hábitos de saúde colaboram para manter o bom humor e a disposição, o que ajuda a encarar as mudanças da menopausa. Eles também reduzem as chances de surgimento da osteoporose e das doenças cardíacas.

A menopausa altera a aparência de pele, unha e cabelos – Verdade

A redução do estrogênio desestimula a produção de colágeno, a substância responsável pela elasticidade da pele. Por isso, os vasos sanguíneos ficam mais visíveis, surgem rugas mais aparentes e a pele em geral fica com aspecto mais fino. Esse mesmo motivo faz com que haja queda de cabelo e as unhas se tornem mais finas.

Fonte: The Cientist.

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