Quero dividir com vocês que tem me dado a honra de ler minhas reflexões semanais nesta página do MS DELAS, que há alguns anos passei por situação desesperadora, não encontrei outro termo para definir, em relação a neoplasia maligna.
Hoje sei que se trata de uma condição genética da minha família, tanto que meus irmãos já passaram por isso também e agora minhas filhas, estas já cientes desta condição vem se cuidando com mais intensidade e constância.
No entanto, há mais de 20 (vinte) anos atrás as condições da saúde eram muito mais precárias, bem como, os avanços da medicina, aparelhos e remédios de ultima geração, que graças a Deus, apesar das situações de demora da burocracia e filas de regulação nos sistemas de saúde, podemos contar com certa eficiência e rapidez, mas principalmente, com a cura.
Primeiramente, me vi acometida de uma anemia violenta que me sugava toda a disposição e outros tipos de problemas de saúde, que em exames realizados descobri que um mioma estava localizado no útero provocando sangramentos desmedidos. Assim é que fui submetida a um tratamento eficaz para a anemia até que me permitisse realizar o procedimento cirúrgico, a chamada histerectomia.
Acreditando que isto era o fim do mundo, afinal eu tão saudável e que nunca tinha passado por nenhuma cirurgia, até meus partos foram normais, logo após, que reputo a mão de Deus mais uma vez, ao ler uma revista sobre tumores no reto e intestino e sua prevenção, constatei que tinha um dos sintomas e busquei um médico especialista que me indicou a colonoscopia e 15 (quinze) dias depois lá estava eu novamente na mesa de cirurgia, dessa feita, mais grave e com direito a quimioterapia, queda de cabelo e tratamento longo.
E descobri que não era imortal e que devia diminuir meu ritmo, olhar a vida de outra forma, dar valor às coisas que não se compra, amar ao próximo e compartilhar mais do que competir.
E como penso que os tumores são sapos que engolimos e não viraram príncipes, e como isso continua a acontecer e não temos controle desse reinado, fui buscar manter a minha saúde mental com a pintura em tela.
E passados mais de 10 (dez) anos, os sapos ainda teimando em se apresentar, novamente num checkup anual se constata em mamografia, que pequenos nódulos que eu mantinha sob controle haviam acordado e desenvolvido de forma irregular, e lá fui novamente para cirurgia e retirada de parte de um dos seios e novos tratamentos. Agora com menor sofrimento e exames mais eficientes e rápidos, que detectaram o que nutriam as células e com drogas direcionadas ao controle e extinção.
Mas não se acabou nesse momento, o Senhor ainda me reservava novas aventuras, posto que ao ser convidada a participar de testes para doutorado de um médico amigo, no último exame previsto, tomografia do cérebro (quem faz esse tipo de exame assim do nada??), apresentou um pequeno tumor na hipófise de difícil retirada e que convivo com ele apenas acompanhando seu crescimento.
Assim é meus amigos que resolvi trazer essas situações que enfrentei para que sirva de incentivo a todas as mulheres e aos homens também, para que não deixem de fazer a prevenção anual com Mamografia, Ultrassonografia, Rx e outros exames que forem indicados, especialmente se na família possuem outros casos semelhantes.
Outubro Rosa, campanha criada em 1990, tem objetivo de divulgar informações sobre o assunto e reforçar as recomendações do Ministério da Saúde para prevenção, diagnóstico precoce e rastreamento do câncer de mama.
O símbolo é o laço rosa, lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York (EUA).
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que é o 2º tipo mais comum entre as brasileiras, sendo 30% dos diagnósticos, ocupando a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no país.
Colhendo informações do INCA temo que os sintomas do câncer de mama incluem: Caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor, pequenos nódulos no pescoço ou na região das axilas, pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e por vezes a saída espontânea de líquido de um dos mamilos.
Dentre os fatores que são desfavoráveis na esfera comportamental, podemos citar obesidade e sobrepeso, após a menopausa, atividade física insuficiente, vida sedentária, consumo de bebida alcoólica, exposição frequente a raios-X, tomografia computadorizada, mamografia etc. e história de tratamento prévio com radioterapia no tórax
Temos ainda na esfera harmonal, quando a primeira menstruação (menarca) ocorre antes de 12 anos, primeira gravidez após os 30 anos ou não ter filhos, parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos, uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona) e realização de terapia de reposição hormonal (estrogênio-progesterona), principalmente por mais de cinco anos.
E um fator muito importante que deve ser acompanhado é o histórico familiar de câncer de ovário e/ou de mama em mulheres, principalmente antes dos 50 anos, caso de câncer de mama em homem, alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.
Cabe ressaltar que dentre os exames indicados o autoexame é um dos mais conhecidos e onde se inicia a detecção precoce da doença, indicado que seja feito a partir dos 20 anos de idade.
Este exame é simples e basta observar as cores dos mamilos, superfície e contorno das mamas. Apalpe os seios com a ponta dos dedos e veja se há algum nódulo ao longo da superfície, do pescoço ou da axila.
A mamografia é um exame mais detalhado que identifica nódulos nas mamas sem mesmo serem palpáveis. É recomendado que mulheres de 50 a 69 anos façam a cada dois anos. Pode ser indicada para mulheres abaixo dos 40 anos em casos de nódulos palpáveis e casos na família.
Importante que se cuide, lembrando que prevenir é um ato de amor próprio! Enfrente a adversidades com coragem e fé, seguindo em frente pelo caminho do sol, como um girassol, sem medo de ser feliz!
Dra. Iacita Azamor Pionti
Advogada e Coordenadora Municipal da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande-MS





