Explorar o que uma cidade tem de melhor como turista difere bastante de aproveitá-la como residente. Entre essas duas perspectivas estão os expatriados, pessoas que optam por viver e trabalhar em um destino diferente de seu país de origem, com base nas oportunidades que o local oferece.
No final de 2023, a InterNations, a maior comunidade global de pessoas que vivem e trabalham no exterior, divulgou seu relatório anual classificando os melhores lugares para se viver no mundo.
O Expat City Ranking utiliza as opiniões de 12.065 participantes como referência, considerando como eles percebem viver e trabalhar no exterior.
Para compilar a lista, a InterNations entrevistou expatriados de 177 nacionalidades e 181 países ou territórios, avaliando cinco áreas específicas, tais como qualidade de vida (assistência médica, opções de lazer), facilidade de adaptação (fazer amigos, cultura e recepção), trabalho no exterior, finanças pessoais e aspectos essenciais para expatriados (questões administrativas, moradia).
Este ano, a lista abrange 49 cidades ao redor do globo, sendo Málaga a líder. Vejs quais cidades conquistaram as 10 primeiras posições no ranking.
1. Málaga, Espanha
Conforme o abrangente relatório da InterNations, a cidade espanhola na Costa del Sol alcança o topo entre os expatriados, consolidando-se como o melhor destino global para viver e trabalhar.
Málaga, uma das cidades mais antigas do mundo, reconhecida por seu rico legado histórico, cenário artístico e cultural, clima mediterrâneo e gastronomia excepcional, também é a cidade mais bem avaliada em termos de simpatia (1º lugar): 89% dos entrevistados afirmam que os locais são particularmente amigáveis com os residentes estrangeiros, uma característica refletida na seção “encontrar amigos”, onde Málaga ocupa a segunda posição.
O índice de qualidade de vida (2º) é outro destaque. Além disso, está em primeiro lugar em relação ao clima, sendo escolhida por seu ambiente natural (8º) e diversas opções de lazer (2º).
Málaga se destaca entre as dez melhores nas subcategorias “viagens e trânsito” (8ª) e “saúde” (10ª), no entanto, as avaliações em “trabalho no exterior” (13ª) e mercado de trabalho local (41ª) ficam um pouco aquém, representando suas características menos favoráveis.
Os expatriados demonstram grande satisfação com a questão habitacional (6º): as moradias não apenas são facilmente encontradas (11º), mas também apresentam um custo muito acessível (5º). Para muitos, é o destino ideal para quem busca economizar, liderando o índice de finanças pessoais e custo de vida geral.
O índice de qualidade de vida (2º) é outro destaque. Além disso, está em primeiro lugar em relação ao clima, sendo escolhida por seu ambiente natural (8º) e diversas opções de lazer (2º).
Málaga se destaca entre as dez melhores nas subcategorias “viagens e trânsito” (8ª) e “saúde” (10ª), no entanto, as avaliações em “trabalho no exterior” (13ª) e mercado de trabalho local (41ª) ficam um pouco aquém, representando suas características menos favoráveis.
Os expatriados demonstram grande satisfação com a questão habitacional (6º): as moradias não apenas são facilmente encontradas (11º), mas também apresentam um custo muito acessível (5º). Para muitos, é o destino ideal para quem busca economizar, liderando o índice de finanças pessoais e custo de vida geral.
Em resumo, 88% dos expatriados expressam contentamento com suas vidas em Málaga, comparados a 72% globalmente.
2. Alicante, Espanha
A Espanha mantém sua presença na lista, agora com destaque para essa comunidade valenciana, que desce para o segundo lugar – em relação ao ano anterior – devido à sua baixa posição no índice de trabalho no exterior (40º).
Da mesma forma, Alicante se destaca, principalmente por oferecer acomodações mais acessíveis para os expatriados (1º); pela facilidade de instalação (2º), pela sensação de ser bem recebido e em casa (1º), e pela valorização da nova vida social (1º).
A principal desvantagem continua sendo a questão do trabalho: os entrevistados indicam que a cultura empresarial local não favorece a criatividade (39º), o trabalho autônomo (40º) ou a flexibilidade (41º).
Em outras palavras, as avaliações das oportunidades de carreira pessoal não são as melhores e estão quase no fim da classificação geral (40º).
Por outro lado, o estilo de vida parece não ser limitado pelos custos: Alicante ocupa o terceiro lugar no índice de finanças pessoais, e a maioria dos expatriados (78%) está satisfeita com o custo de vida geral.
O índice de qualidade de vida (5º) é mais um ponto alto, juntamente com os cuidados com a saúde (5º), as opções de lazer (7º), a excelente qualidade do ar (7º) e o clima (3º), resultando em uma média geral de 92% de “felicidade”, em comparação com 72%globalmente.
3. Valência, Espanha
A Espanha se destaca como a grande vencedora em 2023, emplacando um total de cinco cidades entre as 20 mais preferidas pelos expatriados.
No terceiro lugar, encerrando o pódio das 10 principais, está Valência, outro destino reconhecido por sua notável facilidade de instalação, qualidade de vida elevada (1º) e sólidas avaliações em finanças pessoais:
“Isso se traduz em culturas acolhedoras que tornam a vida agradável e acessível”, afirma a InterNations, cujo relatório também posiciona a terceira área metropolitana mais populosa do país no primeiro lugar da lista de melhores serviços de saúde.
Outros números notáveis incluem: opções de lazer (3º) – a cidade se destaca em primeiro lugar por suas oportunidades de esportes recreativos; a facilidade de deslocamento a pé e de bicicleta em Valência (3º); e a acessibilidade do transporte público (9º).
No aspecto menos favorável, a experiência de trabalhar no exterior não é tão positiva em Valência (36º), suas oportunidades de carreira para expatriados são as menos bem avaliadas (47º) entre as cidades espanholas nesta classificação, assim como a falta de segurança no emprego (47º).
Custo de vida geral (3º), índice de finanças pessoais (6º), moradia acessível (7º) e simpatia dos residentes locais (89%) são alguns dos fatores que influenciam a pontuação geral, e 91% dos expatriados expressam grande satisfação com suas vidas na cidade.
4. Ras al-Khaimah, Emirados Árabes Unidos
Esse emirado, um dos sete que compõem os Emirados Árabes Unidos, é o único a conquistar a independência total após o término da ocupação britânica em 1971. Talvez por esse motivo, Ras al-Khaimah destaca-se nesse ranking como um destino onde a satisfação no trabalho é significativamente elevada.
Segundo os entrevistados, é a cidade mais propícia para expatriados começarem a trabalhar: 78% não enfrentaram dificuldades para obter visto, a moradia é acessível (68%) e fácil de encontrar (72%).
Ras Al Khaimah se destaca pela satisfação geral no trabalho (1º) e pelas excelentes opções de carreira pessoal (2º), posicionando-se como uma das melhores cidades para trabalhar no exterior (2º).
Além disso, destaca-se em finanças pessoais (8º) e vida social: facilidade de estabelecimento (9º), habilidade para fazer novos amigos (63%) e sensação de pertencimento (76%).
As desvantagens incluem a falta de transporte público (44º), opções culturais e vida noturna consideradas decepcionantes (42º), poucas oportunidades de esportes recreativos (40º) e um ambiente natural pouco atrativo (43º), resultando em uma pontuação média no Índice de Qualidade de Vida (25º).
5. Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos
A capital e segunda cidade mais populosa dos Emirados Árabes Unidos é, conforme relatado pelos entrevistados, considerada “o destino no deserto com a melhor qualidade de vida”.
Abu Dhabi ocupa a quinta posição no ranking devido a essa qualidade (6º), à melhor infraestrutura automotiva do mundo (1º) e aos seus serviços médicos (3º); adicionalmente, 94% dos entrevistados destacam a importância da segurança pessoal, e 84% valorizam a estabilidade política.
O que mais ela oferece aos expatriados? Destaca-se por proporcionar uma das fases de transição mais tranquilas (3º) e lidar com questões administrativas facilmente gerenciáveis (2º), desde a obtenção de visto (2º) até a abertura de conta bancária (5º); embora 18% dos entrevistados expressem insatisfação devido ao acesso restrito a muitos serviços online, incluindo redes sociais.
A cidade também oferece excelentes opções de moradia (8º) e é considerada o local mais acessível para aqueles que não falam o idioma local ou oficial (1º).
Encontra-se na 9ª posição em termos de oportunidades de emprego no exterior, com 55% afirmando que a mudança para Abu Dhabi melhorou suas perspectivas de carreira, em parte devido à cultura empresarial local que incentiva a criatividade e o pensamento inovador.
Por outro lado, destaca-se a insatisfação com as finanças pessoais (23º), onde os salários não correspondem à quantidade de trabalho realizado, e a renda familiar não é suficiente para proporcionar uma vida confortável.
6. Madri, Espanha
A última cidade espanhola no top 10 é Madri, destacando-se como um centro cultural para expatriados. A capital espanhola é reconhecida por sua acessibilidade digital (10º): é extremamente fácil realizar pagamentos sem dinheiro e garantir acesso à internet de alta velocidade em casa, sem restrições online.
Entretanto, 51% dos entrevistados afirmam que viver na cidade sem falar o idioma local é bastante desafiador, sendo um dos principais pontos negativos.
Quanto ao ambiente de trabalho em Madri,a classificação é relativamente baixa (38º), assim como a segurança no emprego (42º) e a situação da economia local (41º). Os números apresentam melhora ao considerar as finanças pessoais (10º), e a qualidade de vida (3º) figura entre as melhores do mundo.
Tanto o transporte público (5º) quanto o sistema de saúde (2º) são considerados acessíveis, e a cidade está no topo da lista (1º) de opções de lazer: sua cultura e vida noturna são imbatíveis, assim como sua variedade culinária e gastronômica e suas inúmeras oportunidades de esportes recreativos.
Todos esses elementos colaboram para um índice significativo de facilidade de adaptação (8º) para os expatriados, que se integram à cultura local e experimentam uma recepção acolhedora por parte dos madrilenhos.
7. Cidade do México, México
A América Latina é representada pela rica cultura e pelos baixos custos que a Cidade do México oferece aos expatriados que escolhem viver e trabalhar lá. Segundo os entrevistados, a cidade possui a segunda população mais amigável do mundo e está classificada em 7º lugar em termos de custo de vida geral.
As finanças pessoais são consideradas muito acessíveis (5º) e, se o índice de facilidade de estabelecimento (3º) for levado em consideração, os habitantes locais contribuem para tornar a estadia na Cidade do México ainda mais notável.
Adaptar-se à cultura mexicana (6º) também não é um desafio, e os expatriados afirmam sentir-se em casa. No entanto, a Cidade do México está na parte inferior do ranking em relação à segurança pessoal (49º), qualidade de vida (45º) e assistência médica (44º).
Destaca-se pela diversidade culinária e pelas opções de restaurantes, sendo apreciada por 93% dos entrevistados em relação à cultura e vida noturna.
A burocracia figura como uma das áreas mais desafiadoras, embora 69% afirmem que é fácil encontrar moradia na cidade. A classificação no trabalho no exterior não é ruim (20º), e os expatriados se sentem bem remunerados e satisfeitos com as oportunidades de carreira disponíveis para eles.
8. Kuala Lumpur, Malásia
O que faz com que a capital da Malásia ocupe o oitavo lugar nesta lista, segundo os expatriados? Em primeiro lugar, eles se sentem bem remunerados e apoiados mesmo longe de casa.
Kuala Lumpur conquistou a melhor pontuação no índice de finanças pessoais (4º), e os entrevistados expressam grande satisfação com sua situação financeira (5º) e com o custo de vida geral (4º), a ponto de 86% acreditarem que a renda familiar é suficiente para uma vida confortável.
No entanto, a cidade obteve a pior pontuação no índice de qualidade de vida (38º), em parte devido ao transporte público considerado ruim e inacessível (43º), à segurança pessoal (46º) e à falta de estabilidade política (43º), sendo essas três áreas motivo de grande preocupação.
Esses aspectos desfavoráveis são equilibrados por uma classificação em 12º lugar em relação à facilidade de estabelecimento, encontrar amigos (8º), vida social dos expatriados (10º) e a sua extensa rede de apoio (6º).
No índice de trabalho no exterior (30º), 80% dos entrevistados se consideram bem remunerados (1º), a acomodação é acessível (3º) e fácil de encontrar (5º): em resumo, 81% dos expatriados estão satisfeitos com sua vida em Kuala Lumpur.
9. Bangkok, Tailândia
Quase encerrando a lista, temos Bangkok, um dos destinos mais bem avaliados no índice de finanças pessoais (2º). Os expatriados afirmam que a situação financeira (3º) e o custo de vida geral (5º) são muito satisfatórios na capital da Tailândia, sendo que 86% acreditam que a renda familiar é mais do que suficiente para garantir o sustento.
Entretanto, o índice de qualidade de vida encontra-se entre os mais baixos (39º), assim como as pontuações referentes ao clima e meio ambiente (49º) e segurança (44º), sendo a falta de liberdade de expressão uma questão preocupante.
Entretanto, o índice de qualidade de vida encontra-se entre os mais baixos (39º), assim como as pontuações referentes ao clima e meio ambiente (49º) e segurança (44º), sendo a falta de liberdade de expressão uma questão preocupante.
Dentre os principais fatores positivos estão as opções de lazer (9º), assistência médica (7º) e o índice de facilidade de estabelecimento (10º).
Os expatriados também elogiam a simpatia dos residentes locais (8º) e a próspera vida social (4º), contudo, o índice de trabalho no exterior figura no final da lista (35º), juntamente com a satisfação no trabalho (44º), pois a cultura empresarial local não favorece a criatividade, o trabalho autônomo ou a flexibilidade.
A burocracia desafiadora (48%) é mais um obstáculo, mas isso é compensado pela acessibilidade e facilidade de encontrar moradia (2º).
10. Mascate, Omã
Os expatriados que escolheram estabelecer-se na maior cidade e capital do Sultanato de Omã a colocam em décimo lugar na lista, destacando a simpatia de seu povo e a acessibilidade da moradia (6º).
Mascate não apresenta muitos obstáculos em termos administrativos; ela ocupa a segunda posição nas subcategorias de moradia e idioma, onde os entrevistados afirmam que conseguem viver facilmente sem falar a língua oficial.
Entre os aspectos mais positivos estão também a facilidade de adaptação (7º), a cordialidade local (3º) e a facilidade para fazer novas amizades (9º).
No entanto, Mascate ocupa a 29ª posição no índice de qualidade de vida. O transporte público não é tão acessível (47º), embora os expatriados expressem grande satisfação com a rede de estradas e rotas.
A qualidade do ar também é notavelmente boa (10º), e os entrevistados acreditam que o governo está efetivamente empenhado em apoiar políticas que visam a proteção do meio ambiente.
A avaliação para segurança pessoal é bastante positiva (3º), mas há um certo desapontamento em relação às opções de lazer oferecidas pela cidade (43º).