O Prêmio Nobel é um reconhecimento mundial, organizado pela fundação homônima e entregue todos os anos por instituições suecas e norueguesas a pessoas ou organizações que realizaram, no ano precedente, pesquisas e descobertas benéficas à humanidade.
A cerimônia do Prêmio Nobel ocorre todos os anos no dia 10 de dezembro, em Estocolmo, na Suécia, e em Oslo, na Noruega.
As personalidades que ganham o prêmio tornam-se notáveis no mundo diante de suas áreas de atuação.
Está dividido em cinco categorias o Prêmio Nobel:
Química, Física, Medicina, Literatura e Paz.
Alguns vencedores do Prêmio Nobel da Paz com mais notoriedade foram: Martin Luther King Jr. (1964), que combateu a desigualdade racial, Madre Teresa de Calcutá (1979): ajudou a cuidar dos pobres e doentes; Nelson Mandela (1993): trabalhou em prol do término pacífico do regime do Apartheid e estabeleceu bases para uma nova África do Sul democrática; Malala Yousafzai (2014): lutou contra a repressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação.
Narges Mohammadi é a vencedora do Prêmio Nobel da Paz do ano de 2023 por ser ativista dos direitos humanos. O anúncio foi feito em 06 de outubro, pelo Comitê Nobel norueguês.
Narges é jornalista e é considerada a voz feminina do Irã, por lutar contra a opressão do regime no seu país. No momento, ela está presa.
Teerã chama os protestos de subversão liderados pelo Ocidente. Narges Mohammadi está atualmente cumprindo várias sentenças na prisão Evin, em Teerã, que somadas chegam a cerca de 12 anos de prisão, de acordo com a organização de direitos Front Line Defenders.
As acusações incluem a divulgação de propaganda contra o Estado. Ela é a vice-diretora do Defenders of Human Rights Center, uma organização não governamental liderada por Shirin Ebadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2003.
Narges Mohammadi é a 19ª mulher a ganhar o prêmio de 122 anos e a primeira desde que Maria Ressa, das Filipinas, ganhou o prêmio em 2021 juntamente com Dmitry Muratov, da Rússia.
“Este Prêmio Nobel encorajará a luta de Narges pelos direitos humanos, porém o mais importante, é que este é de fato um prêmio para a mulher, a vida e a liberdade (de movimento)”, disse o marido de Mohammadi, Taghi Ramahi, à Reuters em sua casa em Paris.
“Inspiração para o mundo”
O Prêmio Nobel da Paz, no valor de 11 milhões de coroas suecas, ou cerca de US$ 1 milhão, será entregue em Oslo no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do industrial sueco Alfred Nobel, que fundou os prêmios em seu testamento de 1895.
Berit Reiss-Andersen, que comanda o Comitê Norueguês do Nobel, começou seu discurso ao anunciar a ganhadora do prêmio deste ano dizendo, em persa, as palavras para “mulher, vida, liberdade” — um slogan de protesto — e que o prêmio reconhecia as centenas de milhares de pessoas que se opuseram à discriminação e à opressão contra as mulheres no Irã.
A vitória de Mohammadi ocorreu no momento em que grupos de direitos humanos afirmam que uma adolescente iraniana foi hospitalizada em coma após um confronto no metrô de Teerã por não usar o hijab, o véu islâmico. Apesar de que as autoridades iranianas negam os relatos.
O prêmio Nobel também veio pouco mais de um ano após a morte de Mahsa Amini sob custódia da polícia da moralidade por supostamente desrespeitar o código de vestimenta da República Islâmica para mulheres.
Isso provocou protestos em todo o país, o maior desafio ao governo do Irã em anos, e foi recebido com uma repressão mortal.
O escritório de direitos humanos da ONU disse que o prêmio Nobel destacou a bravura das mulheres iranianas. “Vimos sua coragem e determinação diante de represálias, intimidação, violência e detenção”, disse a porta-voz Elizabeth Throssell.
“Elas foram assediadas pelo que vestem ou deixam de vestir. Há medidas legais, sociais e econômicas cada vez mais rigorosas contra eles… eles são uma inspiração para o mundo.”
A ONU pede a libertação da ativista
O Escritório do ACNUDH (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos) disse no dia em que foi anunciado o prêmio, que a concessão do Prêmio Nobel da Paz à ativista Narges Mohammadi destacou a coragem e a determinação das mulheres iranianas.
“Temos visto coragem e determinação delas diante de represálias, intimidação, violência e detenção”, disse a porta-voz do ACNUDH, Elizabeth Throssell, a repórteres em Genebra.
“Elas têm sido assediadas pelo que vestem ou deixam de vestir. Há medidas legais, sociais e econômicas cada vez mais rigorosas contra elas. Isso realmente é algo que destaca a coragem e a determinação das mulheres do Irã e como elas são uma inspiração para o mundo.”
Throssell também reiterou os pedidos de libertação de Mohammadi, uma das principais ativistas do Irã que fez campanha pelos direitos das mulheres e pela abolição da pena de morte. “Nós e outros parceiros do sistema de direitos humanos da ONU pedimos repetidamente sua libertação”, afirmou Throssell à Reuters.
De acordo com Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê do Nobel, Narges Mohammadi é uma defensora dos direitos humanos e uma pessoa que luta pela liberdade.
“Nós queremos apoiar sua luta corajosa e reconhecer milhares de pessoas que se manifestaram contra o regime teocrático de repressão e discriminação que tem como alvo as mulheres no Irã”, afirmou o presidente. (Divulgação da Reuters / Forbes mulher).
Essa premiação tem sido muito positiva em todas as concessões, trazendo os problemas ao público internacional e suas lutas são reconhecidas e apoiadas por entidades de direitos humanos do mundo todo, como se espera que mais uma vez acontecerá com a coragem da Narges e a luta que representa.
Que possa ecoar pelo mundo inteiro –
Mulher, vida, liberdade – sem medo de ser feliz!
Dra. Iacita Azamor Pionti
Advogada e presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres