Descobrir um mentiroso compulsivo pode ser desafiador, pois eles costumam ser persuasivos e dissimulados, usando histórias elaboradas e até manipulação emocional para manter suas mentiras. Confrontar alguém sobre suas mentiras é desconfortável, mas essencial para preservar relacionamentos saudáveis e evitar situações onde possamos ser enganados ou prejudicados.
Pessoas com tendência à mentira compulsiva ou mitomania apresentam diversos sinais que as distinguem de mentirosos ocasionais. Psicólogos e psiquiatras explicam que a mitomania é um comportamento patológico em que o ato de mentir se torna frequente e até natural, sem necessariamente servir a um objetivo claro, como ganho pessoal direto. Essa condição pode estar relacionada a problemas emocionais, como baixa autoestima, necessidade de aceitação ou até traumas, o que faz com que o mentiroso compulsivo crie histórias para manter uma autoimagem idealizada e evitar enfrentar a própria realidade.
Entre os principais sinais, estão:
1. Inconsistência nas histórias: Mentiras compulsivas tendem a apresentar lacunas e contradições que tornam difícil acreditar nas narrativas. Os mentirosos compulsivos podem criar situações que desafiam a lógica, como afirmar estarem em dois lugares ao mesmo tempo.
2. Necessidade de atenção: Essas pessoas frequentemente buscam ser o centro das atenções, muitas vezes usando suas mentiras para ganhar a simpatia dos outros. Em seus relatos, colocam-se como heróis ou vítimas, o que gera empatia ou admiração, reforçando a imagem que tentam construir.
3. Falta de evidências: Outro comportamento típico é a dificuldade em fornecer provas concretas para suas histórias. Diante de questionamentos, podem reagir de forma defensiva ou até agressiva, o que indica resistência a ter suas mentiras desmascaradas.
4. Dificuldade em manter relacionamentos saudáveis: Devido à natureza de suas mentiras, essas pessoas frequentemente sofrem com desconfiança dos outros, o que impacta relações familiares, sociais e profissionais. As consequências podem incluir o isolamento social e problemas no ambiente de trabalho.
Em termos de tratamento, a psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC), é recomendada para ajudar o indivíduo a identificar os gatilhos de sua compulsão pela mentira e trabalhar no desenvolvimento de uma autoestima saudável. O acompanhamento de um psiquiatra também pode ser importante, especialmente em casos onde há um transtorno de personalidade associado, como narcisismo ou transtorno histriônico.
A mitomania é complexa e, além do sofrimento do próprio indivíduo, gera impactos profundos nas relações interpessoais. Por isso, quando identificada, é importante que a pessoa busque ajuda especializada para entender e reverter o ciclo de mentiras.
Olga Cruz
*Com informações dos sites, Psicanálise Clínica; Visão Saúde; A Mente é Maravilhosa.