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Ser Mulher 

Com quase meio século de vida que completarei, com a graça de Deus, no mês de Agosto deste ano, acredito que tenho um pouco de experiência e posso falar com propriedade sobre a benção e os desafios de ser mulher ao longo dessas quaaaase 50 primaveras. Neste 8 de março, data em que é celebrado no mundo todo o – Dia Internacional da Mulher – deixo aqui algumas considerações e reflexões, e quem se identificar, fale comigo depois para trocarmos algumas experiências, porque tudo, tudo para mim é aprendizado. 

Sou a segunda filha de um casamento que, infelizmente, como muitos casamentos não foi perfeito. Meus pais se separaram quando eu ainda tinha recém completado um ano de vida (até onde sei). Fui criada durante pouco tempo pela minha avó materna, em razão de alguns problemas que prefiro não expor aqui.  

Mas vamos lá, não nasci numa família de posses, meus avós sempre batalharam muito para alcançar uma certa estabilidade financeira. Mas voltando a vovó, morei com ela por pouco tempo, e depois com um casal de tios que me criaram com muito amor e carinho. Nem tudo foi às mil maravilhas, mas apesar dos problemas, tive acolhimento por parte deles. 

Aos 21 anos, namorei, engravidei e aos 22 casei e tive meu primeiro filho, que, como o irmão caçula, é a minha razão de viver. Ao longo desses anos também não juntei riquezas, minhas maiores riquezas, meus “bens” mais preciosos são os meus dois filhos, que junto ao pai deles (com quem fiquei casada por 23 anos) batalhamos para lhes oferecermos as maiores riquezas que ninguém pode usurpar – o amor, a criação à luz da Palavra de Deus e  os estudos, com uma educação de qualidade à eles. 

Para mim, compartilhar um pouquinho da minha vida, é mostrar, mesmo que “o resumo do resumo”, as diversas fases em que passa uma mulher, um ser humano. Nesse meio tempo tive problemas hormonais, problemas de depressão pós-parto, houve momentos em que me achei linda, me achei feia, sofri com TPMs, chorei de tristeza e também chorei e sorri em razão dos muitos momentos de alegrias. 

E com propriedade digo que não é fácil ser mulher, mas é divino e especial. Ser mulher é mergulhar, ao mesmo tempo, em um oceano de feminilidade e enfrentar desafios que permeiam todas as esferas de nossa breve vida nesta terra. 

É uma jornada marcada por altos e baixos, em que as nossas responsabilidades se entrelaçam em uma montanha-russa de emoções e experiências.

Desde a nossa puberdade, passando pela tempestade hormonal da TPM, até a delicada fase da menopausa, que é a que estou vivendo agora, nós, mulheres, enfrentamos um turbilhão de mudanças físicas e emocionais. É um ciclo de nossa vida que nos traz desafios únicos e, muitas vezes, árduos.

Além dos desafios fisiológicos que nos permeiam em toda a nossa existência, enfrentamos cobranças da sociedade como um todo, e o que é pior, dentro de nossa casa, de nossa própria família, além das cobranças que exigimos muitas vezes de nós mesmas porque fomos criadas assim, não por culpa de nossos pais, mas por que vivemos em mundo que sempre impôs a nós mulheres essas cobranças que as em da cultura e que ultrapassa gerações. 

Existe na sociedade, que infesta as redes sociais, uma expectativa irreal de que, para nós, mulheres,  conquistarmos o nosso espaço e recebermos o devido reconhecimento, temos que ser como “mulheres-maravilha”, capazes de equilibrar todas, todas  as responsabilidades que nos são impostas, sem nos permitir a chance de falharmos. Ledo engano, a realidade é que ninguém, ninguém é imune ao estresse, à pressão e às incertezas da vida.

Ser mulher é abraçar uma jornada multifacetada, com muitos desafios a serem conquistados e uma infinidade de papéis a se desempenhar. 

Por isso, afirmo que, ser mulher é mais do que um gênero; é uma identidade que carregamos que possui consigo uma riqueza de experiências, perspectivas e de contribuições para com a nossa sociedade.

À algumas de nós, mulheres, foi-nos concedido o dom da criação da vida, e nossa importância transcende fronteiras e culturas, molda o curso da história e inspira gerações. Um papel assumido por muitas de nós, e que nos exige sacrifício, dedicação e muita resiliência. 

Ser mulher não é fácil, mas é mágico, muitas vezes significa ser uma guerreira em múltiplas frentes, tendo que conciliar carreira e família, enfrentar o teto de vidro e desafiar estereótipos de gênero até em nosso local de trabalho. 

Ser mulher é abraçar a sensualidade, a suavidade e a graça, sem comprometer a nossa força e a determinação. É desafiar definições estreitas de feminilidade e ao mesmo tempo reivindicar o nosso direito de ser autenticamente nós mesmas.

Ser mulher é transcender limites e desafiar convenções. É ser uma voz para os sem voz, uma força em busca pela equidade e justiça. 

É importante lembrarmos que é essencial praticarmos a sororidade, apoiando umas às outras, evitando o julgamento. Que nós possamos nos esforçar para alcançar o equilíbrio emocional a cada dia (o que não é fácil), na busca de uma vida plena e satisfatória em qualquer fase de nossa jornada. Luto por isso todos os dias!

Aprendi e aprendo que nunca é tarde para buscarmos a felicidade, para sorrirmos mais e seguirmos em frente sem nos preocuparmos como estão nos medindo. Em qualquer idade, nós, mulheres, temos o poder de aprender, crescer e evoluir, sem permitir que nada apague o nosso brilho ou destrua os nossos sonhos. 

Que este Dia Internacional da Mulher sirva para nos lembrarmos de que precisamos praticar a unidade, e  celebrarmos juntas (delas ou deles), ou com nossas famílias e amigos, ou até mesmo sozinhas, a nossa diversidade. Que continuemos a lutar juntas, apoiando umas às outras na busca de construirmos, cada vez mais, um futuro em que todas nós, possamos florescer plenamente, independentemente da idade, sem limites ou barreiras.

Que a gente corra atrás de nossas realizações e felicidade, independente de nossa condição física,  financeira, podemos sim tudo o que desejarmos fazer de alma e coração. 

E para finalizar, não vamos deixar para depois o que podemos fazer agora, nos lembrando sempre da letra da célebre música dos Titãs:

“Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o Sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer

Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração”

”Ela ama, cuida, trabalha, persevera, batalha, muda a sua história e faz acontecer!

Feliz Dia Internacional da Mulher!

Por Olga Cruz 

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