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Studio Nidal Abdul promove espetáculo de brasileira que é celebridade internacional da dança do ventre

No Brasil, ela já foi destaque na Revista Cláudia, Fantástico, no Programa Mais Você e, em programas de TVs internacionais ela perdeu as contas, de quantas entrevistas já concedeu. Lurdiana Tejas, é o nome da dançarina 100%  brasileira, referência internacional e celebridade no Cairo (Egito), e que o Studio Nidal Abdul traz com exclusividade para Campo Grande no próximo fim de semana, nos dias 25 e 26 de março. 

Sábado dia 25, Lurdiana fará um show, às 20h no auditório do Sebrae MS, e no domingo (26) a dançarina vai ministrar um curso aos profissionais de dança do ventre. 

“Para mim, é muita responsabilidade e um prazer enorme continuar difundindo, divulgando e mantendo viva as tradições da dança e da cultura árabe. Este grande evento cultural é para a população de Campo Grande, um grande espetáculo, um grande show internacional. Porque trazendo a Lurdiana para cá vamos estar mostrando a dança do ventre de Mato Grosso do Sul para o mundo”, explicou a dançarina e renomada professora de dança do ventre, Nidal Abdul que ainda destaca. 

“O valor do show da Lurdiana no sábado à noite é de R $60,00 reais por pessoa. Um valor quase simbólico pela importância internacional da artista. Um presente para a população de Campo Grande. Já no domingo, Lurdiana vai ministrar um curso de dança. As inscrições estão abertas”, explicou Nidal. 

Mais de 2,6 milhões de seguidores nas redes sociais

Desde que ganhou o título de melhor dançarina de dança do ventre do Egito, Lurdiana colocou o Brasil no top trending do Twitter egípcio por meio da sua arte.

Ela ficou famosa devido a um vídeo que viralizou quando dançava despretensiosamente no salão de beleza em que frequenta na cidade do Cairo. Foram mais de 100 milhões de visualizações. Com uma técnica apurada e muito ritmo nos quadris, a bailarina brasileira tem dominado os palcos do Egito e colecionado fãs pelo mundo todo.

Maria Lurdiana Alves Tejas, tem 32 anos, é natural de Porto Velho, Rondônia, mas aos sete anos de idade mudou-se com a família para Camboriú, Santa Catarina, onde morou no bairro Monte Alegre até ir para o Egito em meados de 2017 para tentar a vida de bailarina profissional de dança do ventre.

A dançarina aprendeu desde cedo a aproveitar os recursos naturais e valorizar o meio ambiente. “Lembro que o marido da minha avó pescava e ela fazia tudo com frutas e ainda preparava tapioca e açaí, tudo de forma natural. Não comíamos carne, porque era muito caro, então tudo vinha mesmo da natureza”, conta.

Ainda em Porto Velho, seu primeiro contato com a dança foi através da festa de celebração do Boi Bumbá, que fez parte da sua infância e o qual ela atribui uma energia muito forte.

“O Boi Bumbá é parte da cultura da minha região de origem, lembro que minha avó costurava os figurinos e todos lá em casa participavam. Era algo bem forte, tanto que, mesmo novinha, tenho a lembrança viva na minha cabeça. Eu devia ter uns 3 anos de idade, mas recorda da energia, das pessoas, foi algo muito marcante.”

Na adolescência, ela viveu uma fase difícil e chegou a ficar fora dos palcos por um tempo, pois achou que não era aquilo que queria para a sua vida, mas sua mãe não desistiu de ver a filha dançando.

Logo começou a levá-la para ser sua assistente nas aulas de dança que lecionava em escolas na época e mostrar que a dança podia ser uma profissão. Com 15 anos de idade, ela já assumiu algumas turmas e começou a atuar como professora de jazz infantil.

Foi nessa mesma época que sua mãe começou a estudar sobre a dança do ventre por meio de vídeo cassete e praticamente a obrigou a fazer suas aulas, algo que Lurdiana não gostou no início. Ainda assim, ela não a deixou desistir, porque sempre viu muito potencial na filha dentro da modalidade.

Na escola e no grupo de dança Adriana Alcântara em Balneário Camboriú, onde foi bolsista por mais de 15 anos, Lurdiana participou de diversos festivais de dança sendo premiada em muitos deles, inclusive no maior do país, o Festival de Dança de Joinville. Ela também dançou em restaurantes árabes em Itajaí e Joinville até receber o convite para tornar-se bailarina no Egito.

Com uma rotina de shows intensa, participações em festas, casamentos e workshops, Lurdiana tem ganhado também muita atenção da internet, já que seu Instagram chega hoje a mais de 2,6 milhões de seguidores.

Com todo esse carisma e amor pela dança, quem assiste suas performances e a acompanha nas redes sociais nem imagina a caminhada que ela percorreu para estar hoje entre as melhores bailarinas de dança do ventre do Egito.

“Foi um misto de emoções. Ao mesmo tempo que estava muito feliz e ansiosa por ter a oportunidade de trabalhar como bailarina em um país árabe, fiquei com medo de não conseguir me adaptar e realmente foi bem difícil no começo. Eu tinha muita saudade de casa, da minha família, dos amigos e de lugares preferidos”, relembra.

Entre as diferenças, preconceitos e culturas do Egito, Lurdiana já habituada explica: “Por ser um país onde 90% da população é muçulmana, a cultura e tradição são mais conservadoras comparado com o Brasil. Eles têm uma culinária em certo ponto parecida com a nossa, mas também pratos bem exóticos”, diz a bailarina, que também lembra que o clima e a vegetação são mais desérticos.

Ainda sobre o ambiente conservador, Lurdiana lembra da questão de gênero. “As mulheres são criadas para ter uma postura mais séria e discreta, tanto no comportamento quanto nas vestimentas. E nós, brasileiras, somos simpáticas, espontâneas e temos liberdade na maneira de nos vestir, então muitas vezes nosso jeito é interpretado de maneira errada por eles”, explica.

Preconceito

Lurdiana relembra que sofreu bastante, porque muitas mulheres usam a dança do ventre para intermediar a prostituição no Cairo, o que depois de alguns anos vivendo lá passou a entender muitos processos para poder viver melhor.

“Com isso, algumas pessoas também acham que somos prostitutas. Hoje, tenho um trabalho consolidado e respeitado, o que diminuiu muito o preconceito que tinham. Na verdade, depois de alguns anos vivendo aqui eu acabei entendendo como funciona o sistema e aos poucos fui me adaptando”, diz a profissional, que respeita e adota uma postura de acordo com os costumes locais.

Mas nem sempre foi assim. Ela confessa que no início teve dificuldades em tudo, inclusive na forma de se vestir, se comportar e até lidar com as pessoas, o clima, a comida. “Além disso, eu não falava inglês e muito menos árabe. Então, me comunicava com bastante dificuldade”.

Apesar de toda a adaptação, Lurdiana não tem uma rotina fixa. A maioria de seus trabalhos são previamente agendados, mas outros surgem em cima da hora, então para se manter saudável ela tem seus cuidados. “Tento manter uma rotina de cuidados com o corpo e a minha alimentação. Além disso, vou à academia e pratico yoga até três vezes na semana. Isso é essencial”.

A dançarina faz aulas de árabe e também tem produzido vídeos de aulas de dança do ventre para suas redes sociais. O tempo que sobra é pouco, mas ela aproveita para estar com suas amigas brasileiras que moram no Cairo e também para cozinhar. (*informações arquivo pessoal e Revista Cláudia). 

Mais informações sobre o show (sábado – 25) e sobre a oficina no (domingo – 26), pelo contato (67) 99252-9736.

Olga Mongenot

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