O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma data que destaca a luta histórica da população negra no Brasil e sua contribuição para a construção do país. Criada para honrar Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, a data também simboliza a resistência contra as desigualdades e injustiças que ainda persistem na sociedade brasileira. Mais do que uma celebração, o dia é um convite à reflexão sobre as marcas deixadas pela escravidão e sobre a importância de combater o racismo estrutural.
“A Consciência Negra não é apenas para nós, negros, mas para toda a sociedade. É um dia para pensar sobre como o racismo afeta a todos e impede o progresso de uma nação mais justa”, afirma a ativista e filósofa Djamila Ribeiro. Suas palavras reforçam a necessidade de ampliar o debate sobre o impacto das discriminações racial e social no Brasil, que ainda apresenta profundas desigualdades. Dados do IBGE mostram que a população negra é a mais afetada pela pobreza e exclusão, evidenciando como a história colonial ainda reverbera no presente.
A educação é um dos pilares dessa luta. A historiadora e professora Nilma Lino Gomes destaca que “reconhecer a história e a cultura negra é resgatar a dignidade de um povo que foi sistematicamente silenciado”. O ensino da história afro-brasileira nas escolas, garantido pela Lei 10.639/03, é um dos passos para reconstruir narrativas e valorizar a diversidade cultural que forma a identidade brasileira.
Mais do que um dia de memória, o 20 de novembro é um chamado à ação. Movimentos sociais e ativistas têm usado a data para exigir políticas públicas que promovam a equidade racial, como ações afirmativas e o combate ao genocídio da juventude negra. Como enfatiza o ativista Douglas Belchior, “a luta por consciência negra é, antes de tudo, uma luta por humanidade. Estamos falando de garantir o direito de existir com dignidade”.
O Dia da Consciência Negra reforça a importância de reconhecer a resistência e as conquistas da população negra, mas também evidencia os desafios que ainda precisam ser enfrentados. É um momento de celebrar, aprender e, sobretudo, lutar por um Brasil onde a igualdade não seja apenas um ideal, mas uma realidade compartilhada por todos nós!
Olga Cruz