De modo geral, um abraço é um símbolo de proximidade e afeto. É uma demonstração física de vínculo que transcende palavras, fazendo parte da rica tapeçaria da comunicação não verbal. Em um mundo onde o toque pode transmitir emoções como simpatia, amor e até mesmo conforto, os abraços se destacam como gestos universais de acolhimento.
Pesquisas têm mostrado que o toque físico é essencial não apenas para o desenvolvimento emocional das crianças, mas também para a saúde mental dos adultos. A sensação de ser abraçado pode acionar a liberação de hormônios como a ocitocina, muitas vezes chamada de “hormônio do amor”, que promove sentimentos de felicidade e segurança.
Entretanto, nem todos compartilham desse entusiasmo pelo abraço. Para algumas pessoas, a ideia de ser tocado ou envolvido em um gesto tão íntimo pode evocar desconforto ou até mesmo aversão. Essa reação pode parecer estranha em uma sociedade que valoriza tanto o contato físico, mas é importante entender que cada indivíduo possui sua própria história e vivências.
Segundo a psicologia, essa aversão ao toque pode ter raízes mais profundas do que um simples desagrado; ela pode ser influenciada por experiências passadas, traumas emocionais ou até mesmo por questões relacionadas ao estilo de apego desenvolvido na infância.
Além disso, é fundamental reconhecer que essa preferência por evitar abraços não significa necessariamente que a pessoa tenha problemas emocionais ou relacionais. Existem aqueles que simplesmente não se sentem à vontade com o contato físico por conta de suas características pessoais ou sensoriais.
A diversidade nas preferências sobre o toque reflete a complexidade das relações humanas e nos lembra da importância de respeitar os limites alheios. Afinal, cada um tem seu próprio espaço pessoal e forma de expressar carinho.
Caso essa aversão aos abraços esteja gerando incômodos nas relações sociais ou afetivas, é possível trabalhar esses sentimentos com o apoio psicológico adequado. Um terapeuta pode ajudar a explorar as causas dessa resistência e oferecer ferramentas para desenvolver uma maior conforto em situações de toque físico, caso esse seja um desejo pessoal.
Ao final, compreender as nuances por trás da aversão aos abraços proporciona uma nova perspectiva sobre as relações interpessoais, promovendo empatia e respeito pelas escolhas individuais.
Significado não gostar de abraços
Estilo parental
A Dra. Suzanne Degges-White explicou à Psychology Today que a socialização na infância pode influenciar a forma como uma pessoa lida com abraços.
Em uma família que não costuma demonstrar afeto fisicamente, as crianças podem crescer seguindo o mesmo padrão afirma
Ou seja, quando a criança cresce sem esse tipo de contato, ela pode continuar evitando abraços na vida adulta, pois aprendeu esse comportamento dentro do ambiente familiar.
Baixa autoestima
Degges-White também aponta que pessoas mais abertas ao contato físico tendem a ter níveis mais altos de autoconfiança. Por outro lado, quem enfrenta dificuldades com a autoestima pode evitar interações emocionais que envolvam toque, incluindo abraços.
Além da autoestima, fatores como a percepção da própria identidade e inseguranças com o corpo podem influenciar essa aversão. A especialista afirma que, para algumas pessoas, “há algo assustador em ser tocado”, e, em certos casos, quando recebem um abraço, podem até se emocionar a ponto de chorar.
Ansiedade e depressão
A aversão ao toque pode ser um sintoma relacionado a transtornos de saúde mental, como ansiedade, depressão ou transtorno de estresse pós-traumático.
Segundo o site Mundo Psicólogos, esse comportamento também pode estar associado à ansiedade social.
Traumas
Experiências traumáticas, como abuso físico ou sexual, podem levar uma pessoa a evitar qualquer tipo de contato físico, incluindo abraços.
Isso pode resultar em um medo intenso de ser tocado, conhecido como haptofobia.
Necessidade de preservar o espaço pessoal
Para algumas pessoas, receber um abraço pode dar a sensação de que seu espaço pessoal está sendo invadido.
Isso pode gerar desconforto, insegurança ou até a sensação de vulnerabilidade. Além disso, em alguns casos, a recusa ao contato físico pode estar relacionada a um leve medo de germes, conhecido como germofobia ou misofobia.
Estilo de apego inseguro
Pesquisas indicam que os estilos de apego desenvolvidos na infância continuam influenciando nosso comportamento na vida adulta.
Segundo a teoria do apego de John Bowlby, os bebês desenvolvem um dos quatro principais estilos de apego com base nos cuidados recebidos de seus pais ou responsáveis. Se uma criança cresce em um ambiente onde há pouco contato físico, ela pode desenvolver um apego inseguro.
Diferenças culturais
Em alguns casos, a aversão a abraços pode estar ligada a fatores culturais.
Em determinadas culturas, o abraço não é uma demonstração de afeto comum no dia a dia. Por exemplo, na Ásia, abraçar pode ser visto como um gesto invasivo. Já na França, o abraço em público não é uma prática habitual, enquanto na Finlândia esse contato físico costuma ser reservado apenas para pessoas muito próximas.
*Fonte: O Segredo





