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Festas de fim de ano elevam comércio de uva em MS

Produção local aproxima consumidor do campo. (Foto: Thauana Luares)

Com a chegada do fim do ano, o comércio de frutas está em um dos períodos mais aquecidos em Mato Grosso do Sul, impulsionado pelas celebrações de Natal e Ano Novo. Entre os itens mais procurados pelos consumidores está a uva, fruta tradicional nas ceias e carregada de simbolismo para a virada do ano.

De acordo com a Ceasa (Central de Abastecimento) de Campo Grande, em dezembro, a procura por frutas cresce entre 20% e 30% na comparação com os outros meses do ano. Além da uva também se destacam pêssego, maçã, ameixa, morango, kiwi, melão e melancia.

Com o crescimento da demanda, há também uma tendência de aumento dos preços das frutas nesse período. Em condições normais de oferta, os preços podem registrar um acréscimo médio entre 10% e 25%.

A uva é uma das líderes de vendas, tanto para consumo in natura quanto para ceias e tradições simbólicas de Ano Novo. Em dezembro de 2024, o comércio cresceu aproximadamente 90% frente aos outros meses.

Ceasa de Campo Grande/MS
Procura e comercialização de frutas crescem significativamente em dezembro. (Foto: Ceasa Campo Grande/MS)

Segundo o diretor de abastecimento e mercado da Ceasa, Fernando Begena, o comportamento se repete todos os anos, e as projeções para 2025 são de valores tão expressivos quanto os do ano passado.

“A expectativa é de um desempenho igual ou superior ao do mesmo período do ano anterior, quando registramos aumento de 25% na comercialização em geral”, afirmou Begena.

Produção local aproxima consumidor do campo

A produção local de uvas também tem se destacado em Mato Grosso do Sul, mostrando que o cultivo regional pode unir tradição, qualidade e contato direto com o consumidor. Um exemplo é a Estância Angélica, localizada às margens da MS-040, que há 15 anos aposta na produção familiar de uvas e hoje colhe os frutos de um trabalho construído com dedicação.

À frente da propriedade está o produtor rural Celso Cortada, que conta com o apoio de cinco funcionários para o cultivo de três hectares de parreiras de uva, comercializadas de forma direta ao consumidor final. 

A proximidade com o público é um dos diferenciais do negócio: além de adquirir uvas frescas, os clientes podem conhecer a produção de perto e vivenciar um pouco da rotina do campo.

São colhidos em média de 10 a 12 toneladas de uva por hectare, entre os meses de outubro e janeiro. Podendo se encurtar até dezembro, conforme a estação e a produtividade da safra.

Em entrevista ao Primeira Página, o proprietário afirmou que o negócio começou de forma simples e conquistou os consumidores que prezam por qualidade.

“Há 15 anos nós plantamos uva, começamos a produzir por causa de uma brincadeira de fazer charutinho de folha de uva e aí depois virou um negócio comercial. A partir disso, passamos a procurar assistência técnica e orientação para poder fazer um serviço em ordem”, relata o produtor.

Proprietário da Estância Angélica Celso Cortela
Celso Cortela diz que a qualidade é o diferencial de seu negócio. (Foto: Thauana Luares)

Apesar do sucesso e da alta procura, especialmente no fim do ano, os desafios ainda existem. Segundo Celso, a produção local exige mais investimentos, pois em Mato Grosso do Sul não há insumos suficientes para o setor. 

“Tudo que a gente faz aqui tem que trazer de fora, porque aqui não tem nada, vem de fora as mudas e os produtos agroquímicos. É pouca coisa que tem aqui específica para uva. Agora que está começando a aparecer, mas ainda não é suficiente”, acrescentou Cortada.

A procura por produtos frescos e regionais crescem no fim do ano, e a uva é uma das frutas em destaque segundo a Ceasa. Esse cenário reforça a importância de iniciativas como a da Estância Angélica, que fortalecem a economia local, geram empregos e aproximam o consumidor da produção rural.

Primeira Página

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