Entre o brilho agitado das vitrines, o tilintar dos copos e a correria das listas de presentes, existe um silêncio sagrado que muitas vezes esquecemos de ouvir. O Natal, em sua essência mais pura, não é sobre o que compramos, mas sobre o que recebemos de graça. É a celebração de um mistério profundo: o momento em que o Infinito se fez pequeno, e o Criador escolheu a fragilidade de um recém-nascido para nos resgatar.
Diferente do que nossa cultura de consumo sugere, o primeiro Natal não teve pompas. Não houve tapetes vermelhos, mas sim palha e feno; não houve palácios, mas uma humilde estrebaria. Deus decidiu entrar na história humana pela porta dos fundos, mostrando que Sua majestade não reside no luxo, mas no amor que se doa!
Jesus não nasceu em Belém por acaso. Ele veio para nos dizer que ninguém é pequeno demais para ser amado por Deus. Ao olhar para a manjedoura, somos convidados a despir nossos próprios orgulhos e entender que a verdadeira riqueza está na presença, na partilha e na paz que excede todo o entendimento.
O Presente Incomparável
Muitas vezes, passamos semanas preocupados com o “presente perfeito” para quem amamos. Mas, o Natal nos lembra que o Presente Perfeito já foi entregue há mais de dois mil anos, o “Emanuel – Deus conosco”. Este nome não é apenas um título, é uma promessa. Significa que, nas nossas noites mais escuras, não estamos sós. Nas nossas dores mais profundas, há um Deus que compreende o que é ser humano, que sentiu frio, cansaço e sede, para que pudéssemos ter vida, e vida em abundância.
O Natal é a prova de que o Céu não está distante e indiferente, mas sim inclinado sobre nós sempre com um olhar de misericórdia.
Celebrar o Natal cristão é permitir que Jesus nasça, todos os dias, na “manjedoura” do nosso coração. É entender que o banquete mais importante não é o que está sobre a mesa, mas a comunhão entre aqueles que se sentam ao redor dela.
O verdadeiro sentido do Natal se manifesta quando: perdoamos aquela ofensa que guardamos o ano inteiro; muitas vezes pe difícil, eu sei, mas é preciso liberar o perdão sim, para que nós mesmos fiquemos bem; é quando estendemos a mão a quem nada tem para nos oferecer em troca, e quando silenciamos o ruído do mundo para ouvir a voz mansa da esperança.
Quando as luzes decorativas forem guardadas em caixas e as festas terminarem, o que restará? Se vivermos o verdadeiro Natal, o que resta é a luz de Cristo brilhando em nossas atitudes. O Natal é o convite para sermos, nós mesmos, pequenos reflexos dessa Grande Luz no mundo!
Que neste Natal, possamos olhar para o presépio e ver ali não apenas uma estátua ou uma história antiga, mas o início da nossa própria libertação. O Rei nasceu para que pudéssemos, finalmente, voltar para casa.
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade.” (São João 1:14).
Jesus nasceu! Feliz Natal!
Olga Cruz





