Esta segunda-feira, 14 de abril, é dia da segunda bebida mais consumida no mundo, o Dia Mundial do Café, mas… Você já se perguntou por que aquele primeiro gole de café parece não só acordar o corpo, mas também trazer mais clareza mental? Muito além de um hábito matinal, o consumo moderado da bebida pode ser um verdadeiro impulso para a função cognitiva e o equilíbrio emocional.
Novas pesquisas estão ajudando a desvendar os caminhos neuroquímicos que explicam como a cafeína pode atuar como uma aliada tanto para quem precisa manter-se alerta quanto para quem busca melhorar o humor ou fortalecer a memória.
A cafeína age no cérebro como uma espécie de “invasora” bioquímica. Ela ocupa os receptores da adenosina — molécula que sinaliza ao organismo que é hora de descansar — e bloqueia esse comando.
Sem essa sinalização de cansaço, os neurônios entram em estado de alta atividade, liberando neurotransmissores como dopamina, noradrenalina e acetilcolina. O resultado surge em poucos minutos: aumento de atenção, reflexos mais afiados e um foco certeiro para enfrentar tarefas rápidas.
Os limites entre o benefício e o excesso

Embora os efeitos positivos do consumo consciente de café sejam promissores, é fundamental lembrar que o excesso pode gerar problemas.
Pessoas com hipertensão, histórico de convulsões ou doenças cardiovasculares devem sempre procurar orientação médica para definir a quantidade ideal.
A seguir, veja alguns dos principais efeitos positivos observados com o uso moderado da cafeína.
Memória reforçada desde a primeira dose
A cafeína não apenas ajuda a manter a mente desperta, como também parece aprimorar a consolidação da memória.
Um estudo internacional divulgado na revista Nature Neuroscience mostrou que voluntários que tomaram café logo após memorizar uma lista de palavras conseguiram lembrar 25% mais do conteúdo no dia seguinte. É como se a cafeína selasse as informações com mais firmeza no cérebro.
Combinação com chá-verde: foco sem ansiedade

O conceito de “alerta relaxado” está ganhando espaço entre quem busca mais produtividade sem agitação. Essa expressão descreve o estado de concentração calma alcançado ao unir cafeína com L‑teanina, um aminoácido presente no chá-verde.
A combinação suaviza os efeitos estimulantes da cafeína, permitindo alternar tarefas com mais leveza. Não à toa, muitos profissionais da área de tecnologia preferem o matcha ao tradicional expresso.
Mais proteção no futuro e melhora do humor
De acordo com uma pesquisa publicada no Journal of Alzheimer’s Disease, consumir entre três e cinco xícaras de café por dia durante a meia-idade pode reduzir o risco de declínio cognitivo nas fases mais avançadas da vida.
Há estudos que indicam uma redução de até 30% no risco de desenvolvimento de doenças como Alzheimer e Parkinson entre os consumidores regulares. A ação antioxidante da cafeína, sua capacidade anti-inflamatória e o bloqueio da formação das placas beta-amiloides estão entre os mecanismos investigados.
Além disso, o café também ativa os centros de recompensa do cérebro, aumentando os níveis de dopamina e serotonina. Consumidores moderados relatam mais disposição, leve euforia e sensação de bem-estar.
Pesquisas também revelam uma relação inversa entre o consumo diário da bebida e a ocorrência de quadros depressivos, sugerindo que ela pode atuar como um apoio natural no combate à tristeza.
Como aproveitar os benefícios sem correr riscos
Para extrair o melhor da cafeína sem prejudicar a saúde, é importante observar algumas práticas recomendadas:
- Dose ideal: entre 100 mg e 200 mg por vez, o equivalente a 1 ou 2 xícaras de café, costuma ser suficiente para a maioria dos adultos.
- Melhor horário: consuma entre 9h e 15h, respeitando o ciclo natural do cortisol e evitando impactos no sono.
- Pausas estratégicas: fazer uma pausa de uma semana a cada mês ajuda a manter a sensibilidade à cafeína e prolonga sua eficácia.
- Combinações funcionais: misturar o café com óleo MCT ou chá-verde pode prolongar os efeitos e evitar picos de energia seguidos de queda.
- Cuidados com a saúde: pessoas com pressão alta, gestantes, indivíduos com histórico de convulsões ou problemas cardíacos devem consultar um profissional antes de ajustar a ingestão.
Fonte: O Segredo