Uma onda de alegria percorreu os corações dos fiéis na manhã do último domingo, 7 de setembro. Durante a missa em celebração a canonização de São Carlo Acutis, o arcebispo da Arquidiocese da Capital, Dom Dimas Lara Barbosa, fez um anúncio que tocou a alma de todos os paroquianos: a Capela Nossa Senhora Aparecida, a Capela do Milagre, será elevada a Santuário Nossa Senhora Aparecida e São Carlo Acutis no próximo dia 12 de outubro.

A comoção tomou conta da Paróquia São Sebastião após Dom Dimas fazer o anúncio ao fim da missa de celebração.
“Um Santuário não se concretiza da noite para o dia. Necessita-se de uma comissão para verificar a veracidade das informações, bem como a existência das peregrinações e outros eventos relacionados que podem caracterizar um possível santuário. Talvez eu o tenha encontrado. Tem certas coisas que a gente não escolhe, Deus escolhe? E agora a Capela do Milagre, de novo, não foi a Paróquia São Sebastião, mas foi a Capela da Nossa Senhora Aparecida. A partir de outubro a capela será conhecida como Santuário Nossa Senhora Aparecida e São Carlo Acutis”.
Uma data de símbolos e graças

A escolha do dia 12 de outubro para a elevação é carregada de simbolismo. A data não apenas celebra a Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, mas também marca o falecimento de São Carlo Acutis, em 12 de outubro de 2006. Além disso, foi exatamente neste mesmo dia, em 12 de outubro de 2013, que o primeiro milagre atribuído a Carlo Acutis ocorreu na capela em Campo Grande (MS), consolidando a devoção ao então jovem beato.


A Capela do Milagre, em Campo Grande, já era o lar de um fragmento da relíquia do corpo de Carlo Acutis. O objeto que guarda fios de cabelo e parte do coração de Carlo foi enviado por dona Antônia, mãe dele, diretamente da Itália. Os relicários com os artefatos do corpo foram produzidos pela própria Igreja Católica após a exumação do corpo, em 2019.
No entanto, devido à amizade de dona Antônia, padre Marcelo Tenório, pároco de Campo Grande que difundiu a história de Carlo Acutis no Brasil, recebeu o relicário como presente.
E foi assim que a “capela do milagre” passou a abrigar, em seu altar dedicado a Carlo, as relíquias de primeiro grau. Abaixo de um quadro com a foto do santo, o relicário fica exposto diariamente em um altar na igrejinha, localizada na Vila Margarida.
Ao lado do artefato, a capela disponibiliza papéis e canetas, onde os fiéis podem escrever pedidos a São Carlo Acutis e depositar em uma urna alocada bem ao lado.
A elevação a santuário é um reconhecimento da profunda devoção da comunidade e da graça de Deus que se manifesta neste lugar. A Capela do Milagre, que agora será o Santuário Nossa Senhora Aparecida e São Carlo Acutis, será um ponto de referência ainda maior para a fé e para a peregrinação, um lugar onde o céu e a terra se encontram em um abraço de fé e esperança!
O 1º milagre
Em 2013, Matheus Vianna, na época com apenas 3 anos e gravemente doente do pâncreas, participou de uma missa onde estava exposto o relicário de Carlo Acutis. O toque no objeto sagrado mudou a vida do menino e da comunidade.
Na ocasião do milagre, o relicário trazia um fragmento de roupa usada por Carlo. A missa foi celebrada por um frei que visitava a cidade, levando a relíquia a diversas comunidades. O menino, que sofria de atresia pancreática, tocou a relíquia e, dias depois, passou a se alimentar normalmente, contrariando todos os prognósticos médicos.
“O garoto estava raquítico e tinha problemas sérios de saúde. Logo após tocar a vestimenta, ele foi curado”, afirmou padre Marcelo Tenório na época.
Anos depois, em 2019, o Vaticano reconheceu oficialmente o episódio como milagre, abrindo caminho para a beatificação de Carlo. Desde então, a igreja ganhou novo significado para os fiéis, que passaram a vê-la como um espaço de cura, fé e proximidade com o santo millennial.
Olga Cruz





