Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de Toronto investigou se é possível identificar a classe social de uma pessoa apenas observando traços de seu rosto. A pesquisa revelou que, em muitos casos, as pessoas conseguem identificar com precisão se alguém é de classe alta ou baixa, mesmo quando a pessoa está com uma expressão neutra.
Os pesquisadores mostraram aos participantes uma série de fotos de rostos com expressões neutras e pediram que adivinhassem se a pessoa era rica ou pobre. Os resultados mostraram que os participantes foram capazes de identificar a classe social da pessoa com uma precisão acima da média, em cerca de 53% das vezes.
O estudo sugere que as experiências de vida associadas a diferentes classes sociais podem deixar marcas sutis nos rostos das pessoas. Por exemplo, pessoas de classe alta podem exibir traços faciais associados a felicidade e confiança, enquanto pessoas de classe baixa podem apresentar características ligadas a estresse e dificuldades.
A descoberta pode ter implicações importantes para a compreensão de como formamos impressões sobre os outros e como os estereótipos de classe social podem influenciar nossas percepções. Além disso, o estudo levanta questões sobre o preconceito inconsciente e como ele pode afetar as interações sociais e as oportunidades de vida das pessoas.
Este estudo se alinha com outras pesquisas que exploram a relação entre aparência facial e percepção social. Estudos anteriores já haviam demonstrado que características faciais podem influenciar a forma como julgamos a confiabilidade, a competência e até mesmo a saúde de uma pessoa.
Um estudo publicado no APA Journal of Experimental Psychology (referenciado em [2]) apontou que características como rosto estreito, lábios e sobrancelhas levantados, tez clara e espaçamento simétrico entre os olhos eram percebidos como traços de pessoas ricas. Outro estudo, mencionado em [3], sugere que as expressões faciais relacionadas à felicidade ou tristeza podem deixar marcas no rosto, influenciando a percepção da classe social.
Embora a pesquisa ainda esteja em andamento, esses estudos iniciais sugerem que nossos rostos podem revelar mais sobre nossa origem social do que imaginamos. É importante reconhecer a existência desses vieses inconscientes para promover uma sociedade mais justa e igualitária.
*Com informações da Revista Exame e Site Página Aberta.





