Conforme publicado em suas redes sociais neste sábado, 11 de março, o deputado federal Vander Loubet (PT), esteve na fazenda Inho, ocupada por indígenas Guarani-Kaiowá, em Rio Brilhante (MS). Ele informou que conseguiu negociar com as lideranças indígenas a retirada das máquinas agrícolas e o término da colheita de soja.
A área, de aproximadamente 400 hectares, é administrada pelo presidente do diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) de Rio Brilhante, José Raul das Neves Junior e seu filho.
O território, entretanto, integra a Terra Indígena (TI) Brilhantepagua, por isso, é alvo de disputa, enquanto aguarda a conclusão dos estudos demarcatórios, incluído no Termo de Ajustamento e Conduta (TAC) firmado entre Ministério Público Federal (MPF) e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2007. Naquele ano, o acordo estabeleceu um plano de estudos para a demarcação de terras indígenas Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul.
Conforme publicado, depois de dialogar com o Governo Federal e Ministério, Vander informou que desde as 6h da manhã deste sábado estava na fazendo para buscar uma solução junto aos indígenas e aos donos da fazenda.
Ele foi até o ponto do conflito, junto do promotor do Ministério Público Federal, Marco Antônio, da Polícia Rodoviária Federal e o José Raul, proprietário da fazenda.
“Acabamos de acordar com o proprietário da fazenda, com as lideranças, que ele termine sua colheita, retire seus equipamentos e aguardamos uma decisão judicial”, explicou o parlamentar.
Ainda que falte a decisão judicial, sobre a situação da terra, Vander acredita ser esse o melhor caminho. “Que a gente possa ter uma saída sem derramamento de sangue, sem que nenhuma das partes sejam prejudicadas”, declarou.
Confira o vídeo no link.
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Entenda
No mês de março, cerca de 70 indígenas ocuparam a fazenda Inho. José Raul das Neves foi à Polícia Civil após ter a propriedade invadida no dia 3, e deter três desses supostos invasores.
Conforme boletim de ocorrência, o fazendeiro disse ter colhido apenas 40 hectares e que o local abrigava dois caminhões, colheitadeira e tratores para a realização dos trabalhos.
Kaiowá e Guarani do tekoha Laranjeira Nhanderu, em Rio Brilhante (MS), retomaram a sede da fazenda Inho, e então, passaram a ser assediados pelos locatários da fazenda, que insistiam em colher e plantar mesmo com os indígenas no local, provocando as famílias acampadas e suas casas, com os maquinários.
Na sexta-feira (10), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) autorizou o uso da Força Nacional de Segurança Pública em aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul.
Essa ação do ministério acontece em resposta à iniciativa de Eduardo Riedel, governador de Mato Grosso do Sul, em agenda na quarta-feira (08) com Flávio Dino, responsável pelo MJSP.
Na ocasião, o governador de MS disse que questões fundiária e de comunidades indígenas são temas sensíveis, sendo preciso colaboração com o governo federal.
“A solução passa pelo Ministério da Justiça e o ministro, com boa vontade de compreender e buscar os caminhos para que a gente solucione de uma vez por todas os conflitos no Estado”, disse o governador de MS.
Olga Mongenot