Internado desde a sexta-feira, dia 14, o Papa Francisco continua sob cuidados médicos, e seu estado de saúde tem gerado preocupação entre os fiéis. Com um quadro considerado “complexo”, o pontífice teria expressado aos seus assessores o temor de não conseguir “sobreviver” a essa fase delicada.
Aos 88 anos, Francisco já passou por complicações respiratórias anteriormente, tendo perdido parte de um pulmão quando jovem. Segundo informações do jornal britânico The Sun, fontes próximas indicam que o Papa pediu que seu legado fosse preparado, mostrando preocupação com o futuro da Igreja.
Na quarta-feira, dia 19, o Vaticano emitiu um novo comunicado informando que o líder da Igreja Católica teve uma “noite tranquila”, sem apresentar febre. Novos relatos também indicam que ele está em tratamento intensivo e tem seguido rigorosamente as orientações médicas devido a intensas dores.
Atualmente internado no Hospital Gemelli, em Roma, Francisco só aceitou a internação prolongada após insistência dos médicos. Todos os compromissos do Papa permanecem cancelados e, até o momento, não houve convocação de conclave.
Cardeais da Igreja Católica reconheceram nesta quinta-feira (20) que, devido ao estado de saúde do papa Francisco, internado há quase uma semana com pneumonia nos dois pulmões, a possibilidade de sua renúncia ao cargo está sendo considerada.
Durante uma coletiva de imprensa no Vaticano, o arcebispo de Marselha, cardeal Jean-Marc Aveline, afirmou que “tudo é possível” e declarou que a situação está sendo acompanhada “com certa inquietação”. O cardeal Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, também comentou o assunto. Ele disse que não é “nenhum profeta”, mas as normas da Igreja preveem a possibilidade de renúncia em casos como este.
Já o cardeal Gianfranco Ravasi, da Itália, avaliou que Francisco poderia, sim, optar por renunciar, especialmente se sua capacidade de realizar contatos diretos, algo que ele valoriza, fosse comprometida. “Ele sempre teve a tendência de combater e reagir, e essa é uma escolha legítima, porque ele conseguiu enfrentar até viagens em condições absolutamente difíceis, como ao Extremo Oriente”, disse à rádio RTL 102.5. “Mas não há dúvidas de que se ele se encontrar em uma situação na qual sua possibilidade de ter contatos diretos, como ele ama fazer, estiver comprometida, então acredito que ele poderia decidir renunciar”.
O próprio papa Francisco revelou, no início de seu pontificado, ter deixado pronta uma carta de renúncia, caso uma questão de saúde o impedisse de continuar suas atividades. Em um livro lançado no ano passado, ele afirmou que a possibilidade de deixar o cargo existia, embora naquele momento não sentisse a necessidade de tomar essa decisão.
O papa anterior, Bento XVI, renunciou em 11 de fevereiro de 2013. Foi a primeira vez em seis séculos que um pontífice optou por abdicar do cargo. O papa, então com 85 anos, explicou sua decisão em um discurso público, citando a sua saúde fragilizada e a incapacidade de cumprir adequadamente as exigências do papado devido ao envelhecimento. Sua decisão surpreendeu o mundo e gerou grande repercussão, visto que a tradição papal preza pela permanência no cargo até a morte. Após a renúncia, Bento XVI se retirou para viver em um mosteiro dentro do Vaticano. Ele morreu nove anos depois, em dezembro de 2022.
Diagnóstico do Papa Francisco
O Papa Francisco permanece internado em um hospital de Roma, na Itália, e os médicos divulgaram seu diagnóstico.
De acordo com um boletim médico publicado pelo Vaticano na terça-feira, dia 18, o religioso está com pneumonia bilateral. Seu quadro ainda é considerado complexo.
A pneumonia bilateral ocorre quando ambos os pulmões são afetados pela infecção, resultando em uma diminuição na capacidade respiratória do paciente.
O Papa teve uma boa noite de sono e se alimentou normalmente pela manhã. Ele se encontra de bom humor no hospital.
*Com informações do Correio 24h e O Segredo Oficial





