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No Dia Internacional da Educação, saiba o que é a Educação 4.0

O Dia Internacional da Educação é celebrado nesta sexta-feira, 28 de abril. A data reforça a importância da educação no desenvolvimento da humanidade e na transformação social. Em 28 de abril de 2000 foi realizado o Fórum Mundial da Educação, em Dacar, no Senegal. Na ocasião, diversos países assinaram compromissos e metas relacionados aos avanços da educação nas diferentes nações. O documento ficou conhecido como Declaração de Dacar. O Brasil foi um dos países signatários.

Desde então, a data enfatiza os impactos positivos que a educação possui nas relações e desenvolvimento humano. 

“A educação transforma o mundo, e as mudanças do mundo da mesma forma impactam a forma de educar. Não podemos esperar que o ensino permaneça o mesmo diante dos expressivos avanços da tecnologia, e tantos outros fatores que influenciam esse processo. Hoje caminhamos para uma perspectiva em que o professor muito mais guia do que lidera o aprendizado, com o aluno cada vez mais no centro do processo”.

Com as transformações no campo tecnológico e avanços nos processos de ensino e aprendizagem, a educação tem ganhado novos modelos.

A Nova Educação ou Educação 4.0 é um deles. A pesquisadora Judite Gauer conceitua este modelo como um conjunto de ferramentas físicas e digitais, metodologias criativas e ativas, educação híbrida que conversam com o contexto e realidade social.

A Educação 4.0, de acordo com Michel Arthaud, está baseado no ensino phydigital, que reúne os termos “physical” (físico, em inglês) e “digital”, remetendo à integração entre o on-line e o offline. Ambos proporcionam aprendizado ativo e personalizado, pontua o educador.

Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2021, a quantidade de matrículas nos cursos de graduação a distância (EaD) cresceram 274,3% nos últimos dois anos. Nesse sentido, o professor Michel acredita na expansão nessa modalidade, “o ensino phydigital não é uma ‘moda passageira’, e sim veio para ficar”, defende. 

O estudante no modelo da Educação 4.0 está situado no centro do processo de aprendizagem, e portanto, assume um papel de protagonista. Na avaliação de Michel, os estudantes constroem seus conhecimentos no processo de troca e suporte dos tutores e professores.

“Essa mudança de paradigma permite que os estudantes aprendam em seu próprio ritmo e de acordo com suas próprias necessidades, criando uma experiência educacional mais personalizada e envolvente”

O modelo está relacionado ao fenômeno da revolução, argumenta o professor. A promoção da inclusão e fortalecimento da democracia estão associadas ao movimento de transformação na educação a partir de estruturas como a da Nova Educação, pondera o educador. 

Benefícios da Educação 4.0

Novas habilidades

A partir do protagonismo dos estudantes, o processo de estudo se consolida para além da absorção do conhecimento. Com uma atuação mais ativa, os estudantes desenvolvem ‘skills’ como a criatividade, boa comunicação, relação interpessoal com colegas e professores, bem como a empatia, lista Michel. 

O professor destaca que habilidades como pensamento crítico e resolução de problemas também são aprendidas e aprimoradas a partir deste modelo. “Essa abordagem permite que os alunos se tornem mais independentes e confiantes em sua própria capacidade de aprender, o que é fundamental para o sucesso a longo prazo”.  

Entre as possibilidades deste modelo educacional, estão a atuação em trabalhos com projetos práticos. Nessas iniciativas, os estudantes são desafiados a resolverem problemas reais. Neste processo, eles desenvolvem pesquisas a partir de conhecimentos científicos que exigem diferentes tipos de abordagens.

A partir daí, uma das observações feitas por Arthaud é de que o estudante passa a compreender o seu papel na sociedade com o compartilhamento das informações dessas atividades.

Maior autonomia

A autonomia e independência dos estudantes são aprimoradas e qualificadas na Educação 4.0, eles passam a perceberem que podem comandar o seus próprios saberes.

O papel dos tutores e professores é de orientar, conduzir e fazer apontamentos, mas são os estudantes que protagonizam o aprendizado, segundo Michel.

A intenção é que nesta Nova Educação, a relação entre estudante e professor se estreite e se torne mais consistente, baseada no aspecto da confiança.

O processo passa a ser permeado por trocas de experiências. As aulas ganham dimensões mais fluídas e promovem o ambiente escolar como um espaço de crescimento e não de opressão, defende o professor de Química.

As tecnologias são grandes aliadas na Educação 4.0 e no ensino phygital. A aprendizagem é construída a partir de recursos interativos e multimídia.

Texto: Lucas Afonso.

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