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O colega jornalista, empresário e ex-senador, Antonio João Hugo Rodrigues, morreu na noite desta segunda-feira (18) por complicações após uma cirurgia cardíaca. O jornalista que construiu a carreira à frente do jornal Correio do Estado, veículo prestes a completar 70 anos em Mato Grosso do Sul, leva consigo uma parte da história da comunicação em Mato Grosso do Sul.

Diabético e já operado do coração, Antonio João não resistiu a mais uma parada cardíaca nesta segunda-feira (18). Ele estava no Hospital do Coração, após ter sido atendido na Unimed. Há um mês, o jornalista havia passado por um cateterismo e na última quinta-feira (14), ele infartou.

A equipe médica pretendia fazer novo cateterismo, mas por dificuldades de acesso a veia, que estava muito fina, decidiu desobstruir a gordura em uma das válvulas do coração com medicação. No sábado (16), “AJ”, como era chamado por alguns conhecidos, chegou a receber visitas e conversou com amigos.

Polêmico, o ex-sócio-proprietário do Grupo Correio do Estado era apaixonado por política. Chegou a exercer o mandato no Senado em 2006, por quatro meses, quando foi suplente do ex-senador Delcídio do Amaral.

Depois, participou ativamente do processo eleitoral, disputando os cargos de deputado estadual pelo PTB, em 2006, senador pelo PSD em 2014 e chegou a ser suplente de deputado estadual em 2018, pelo PTC.

Era dono da cadeira nº 13 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, a mesma que o pai e também jornalista, José Barbosa Rodrigues, já tinha ocupado. Tinha no currículo profissional um dos prêmios mais importantes da imprensa nacional. Quando era repórter do jornal O Estado de S. Paulo, foi laureado com Prêmio Esso de Jornalismo, em 1976.

Quando repórter, se aventurava como fotojornalista e cobria o campeonato esportivo na época de ouro do futebol sul-mato-grossense. Ao assumir o comando do jornal fundado pelo pai, AJ participou ativamente da articulação política do Estado e da Capital.

Homens públicos frequentavam o último andar do prédio do Correio do Estado, onde ficava o famoso “Cafofo”, local de encontros para conversas e almoços. Nos últimos anos, se afastou da empresa e se dedicou a sua paixão por orquídeas.

Antonio João estava sempre vestido de camiseta azul ou branca. Apesar de ter feito muitos amigos e inimigos, tinha preferência pela solidão ao lado do cão “Fiote”. Ajudava muitas famílias carentes no anonimato e foi sem “papas na língua”, até o último dia de vida.

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