Ser mãe é ver mudar o eixo do seu mundo. É ter um ou mais corações batendo fora do peito. É mais do que amar profundamente. É saber amar alguém mais do que a si própria. É bem mais do que aprender e ensinar sobre amor incondicional. É ser o exemplo desse amor.
É descobrir que você sabe mais do que podia imaginar. E, ao mesmo tempo, descobrir que, muitas vezes, não sabe nada. É perceber que aquilo que você aprendeu nem sempre funciona. E se reinventar. Ser mãe é, sem dúvida, se reinventar.
É entender que a sua força, flexibilidade e resistência são bem maiores do que você poderia acreditar. É descobrir que a maternidade te exige tudo isso, sem você planejar. É passar a se conhecer de um jeito que você nunca poderia imaginar.
É encontrar o rumo, mesmo quando falta clareza para enxegar. É acreditar que está no caminho certo ou, pelo menos, buscar sempre acertar. É ver mais de você no mundo. E querer ver tudo melhorar.
Ser mãe é encontro, comunhão, multiplicação.
Mas é também, muitas vezes, se sentir perdida.
É constatar que seus planos não estão mais só nas suas mãos.
É querer criar pessoas do bem, justas, humanas. É tentar compreender, sem julgar. É saber valorizar infinitamente mais o ser do que o ter. É dar valor pra essência. Saber cuidar e saber preservar.
Ser mãe é ser capaz de ser piegas, cafona e brega, mesmo quando você é chique. É poder gritar: “Lindo”, no meio da torcida. Ou a cada conquista. É se dar conta de que você carrega um troféu dentro do peito. É repetir os gritos de “bravo!”. E ver que você está mais parecida com a sua própria mãe do que poderia imaginar. Ser mãe é derrubar a censura!
É também perder a paciência ao botar pra dormir. E, depois, voltar pra admirar. É estar feia, cansada, impaciente ou estressada e, mesmo assim, não ser cobrada. Melhor: e ser amada. É saber reconhecer que, mesmo imperfeita, o maior amor do mundo, por boa parte da vida, será por você.
É se preocupar. Se ver leoa pra proteger. Ou pra brigar. E, ainda assim, saber perdoar. Tudo, sem planejar. É reconhecer e ensinar que fazer justiça com as próprias mãos não dá. Ser mãe é aprender a ponderar. E é também ser sempre capaz de se colocar em outro lugar.
É mudar planos, abrir mão de sonhos… E não se importar. É descobrir que, com filhos saudáveis e seguros, você sempre pode sonhar. Ser mãe é perder. E, ao mesmo tempo, é ganhar!
Ser mãe é conhecer a maior felicidade que existe no mundo sem precisar conquistar mais nada. Pra quem desejou, ser mãe é, sem dúvida, a maior riqueza que há. (*1º texto – Estadão 2018).
Porque o destino de uma mãe é esperar pelos filhos…
Espera por eles durante a gravidez.
Espera por eles quando voltam da creche. Espera por eles na saída da escola.
Espera por eles quando começam as suas vidas, ou na volta para casa depois de uma festa.
Espera por eles quando regressam do seu trabalho, para que eles encontrem sempre uma comidinha quente.
Espera por eles com amor ansiosamente, às vezes, com raiva que passa logo quando os vê e pode abraçá-los.
Certifique-se de que a sua velha mãe não precisa esperar mais.
Vá visitá-la, ame-a, abrace-a, aquela que o amou como ninguém nunca o fará. [isso vale para as mães de verdade, para as mulheres que realmente nasceram para a maternidade].
Não a faça esperar, é isto o que ela espera de ti.
O corpo envelhece, mas o coração de uma mãe nunca envelhece.
Ame-a enquanto puder. Ame-a enquanto estiver viva!
*O segundo texto é de autor desconhecido, revisado e alterado por Olga Cruz





