Na sexta-feira, 26 de abril, foi comemorado o dia do goleiro no Brasil. O dia foi criado em homenagem a um dos grandes goleiros brasileiros, Manga, que defendeu as metas de Botafogo, Grêmio, Seleção Brasileiros e de outros clubes. E para celebrar a data vamos lembrar de um dos maiores goleiros da história: o Rei Pelé.
Mas como assim, Pelé? Pois é, o maior jogador de futebol de todos os tempos, que nos deixou em dezembro de 2022, também tem estatísticas e atuações invejáveis como goleiro. E não seria exagero nenhum dizer que o Rei do Futebol realmente dominava todos os fundamentos, análise que é recorrente sobre ele.
Que Pelé marcou mais de mil gols, que é o maior atleta do século passado, ídolo do Santos e da Seleção Brasileira, tricampeão mundial e o Rei do Futebol todo mundo já sabe. E não custa nada repetir sempre que possível. O fato é que ele era um exímio goleiro e nem todo mundo sabe. E eu não estou falando de ser goleiro de rachões ou peladas, e se destacar em momentos de nenhuma exigência profissional. Mas sim de jogos oficiais em que Pelé, não satisfeito em iluminar o mundo com a bola nos pés, também foi ser o terror dos atacantes defendendo a do Santos.
Em sua carreira, Pelé foi goleiro em quatro partidas oficiais com a camisa do Peixe.
Santos 4 x 2 Comercial: Pelé quebra o galho e é elogiado em 1959
Um ano depois de se sagrar campeão mundial aos 17 anos pela Seleção Brasileira, Pelé estava de volta ao Santos para seguir a sua história na Vila Belmiro e em busca de ganhar títulos importantes pelo clube. No dia 4 de novembro de 1959, o Santos recebeu o Comercial, de São Paulo, pelo Campeonato Paulista. Essa seria a primeira vez que Pelé iria atuar de goleiro em um jogo oficial.
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Vale lembrar que Pelé era um jogador que “brincava” de goleiro. E foi assim em muitos momentos de sua carreira. Segundo seu ex-companheiro de seleção, o ex-jogador e ex-treinador de futebol, Procópio Cardoso, Pelé costumava treinar, em rachões e coletivos mais leves, como goleiro. Tinha uma notória habilidade para a posição.
Pois bem, no duelo contra o Comercial, o Santos venceu por 4 a 2, com gols de Pelé, Coutinho, Feijó e Dorval. Quando já tinha sofrido os dois gols do Comercial, o goleiro santista Lalá alegou dores na cabeça e pediu substituição. O jovem Pelé foi escolhido para ser o goleiro. Segundo matéria do Correio Paulistano, o futuro Rei do Futebol teve boa atuação e fez boas defesas, saindo sem sofrer gols. O, que, como vamos ver mais à frente, sempre aconteceu.
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Santos 4 x 3 Grêmio: o jogo mais importante com Pelé no gol, em 1964
Santos e Grêmio faziam a semifinal da Taça Brasil de 1963, que invadia o início do ano de 1964. No jogo de ida, em Porto Alegre, o esquadrão santista já havia vencido por 3 a 1. O jogo de volta, no dia 19 de janeiro, foi na capital paulista, no Pacaembu, onde o Santos mandava muitos jogos nessa época e lotava as arquibancadas.
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Deu a lógica. Mais uma grande atuação de Pelé, que marcou três vezes na vitória do Santos sobre o Grêmio por 4 a 3. Faltando seis minutos para o fim da partida, no entanto, Gilmar foi expulso por reclamar da arbitragem. E lá foi o Rei do Futebol fazer as vezes de goleiro num jogo de semifinal de Taça Brasil. Mais uma vez a imprensa paulista destacou a qualidade de Pelé como arqueiro e elogiou o camisa 10 do Santos que virou pela segunda vez o camisa 1, com o terno preto do Santos.
Amistoso na Paraíba com o Botafogo-PB em 1969
Pelé já era bicampeão mundial e uma estrela do planeta em 1969. A pouco menos de um ano de se sagrar tricampeão na Copa do Mundo do México, Pelé foi convidado pelo Governo do Estado da Paraíba para receber diversas homenagens, como o título de cidadão pessoense, em João Pessoa.
Além disso, o Santos foi contratado para fazer a entrega de faixas do atual campeão paraibano, o Botafogo-PB, num amistoso que marcaria a inauguração dos refletores do Estádio Olímpico, naquela altura a principal praça desportiva de João Pessoa. Todo esse cenário margeava um grande momento da carreira de Pelé: a sua busca pelo milésimo gol.
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Pelé tinha 998 gols quando chegou em João Pessoa para receber as homenagens e fazer parte daquele importante momento para o futebol paraibano no dia 14 de novembro daquele ano. Contra o Botafogo-PB, Pelé marcou um de pênalti, para alegria dos paraibanos que queriam ver o Rei.
O Santos passeou em campo e não teve muita dificuldade para construir uma vitória por 3 a 0 diante de um Botafogo-PB que pouco ofereceu ofensivamente, de acordo com a imprensa paraibana. A imprensa local, aliás, supôs que o Santos evitou que Pelé fizesse o milésimo gol na Paraíba.
Como? Aos 37 minutos do segundo tempo, o goleiro do Peixe, Jair Estevão alegou contusão e saiu do jogo. Pelé vestiu pela terceira vez na sua carreira como profissional a camisa do goleiro e defendeu a meta até o fim da partida sem ter tanto trabalho.
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Despedida nos Estados Unidos
Em 1973, enquanto a a Seleção Brasileira tocava a sua preparação para a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, já com Pelé fora do quadro canarinho, o Rei do Futebol rodava o mundo com excursões com um dos maiores times do planeta, o Santos de Pelé.
No dia 19 de junho daquele ano, Pelé pendurou as luvas. Fez a última das suas quatro partidas como goleiro pelo Santos em um jogo oficial. Em um amistoso contra o Baltimore Bays, nos Estados Unidos, onde o Peixe fazia uma série de amistosos, Pelé fez novamente o de sempre: gol. E ainda deu tempo para se despedir da curta carreira de goleiro.
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O jogo é histórico por dois motivos. O primeiro, já dito, marcou a última vez que Pelé atuou no gol de maneira oficial. Mas a partida também contou com o único gol de escanteio de Pelé: o famoso gol olímpico. Pelé marcou um gol na partida, vencida pelo Santos por 4 a 0.
Aos 36 minutos do segundo tempo, o goleiro Cláudio sentiu o joelho e saiu da partida. Pelé foi o responsável por pegar as luvas e guardar a meta santista. Dessa vez, novamente, não teve tanto trabalho e pela última vez, com maestria, trocou os pés pelas mãos no futebol.
Pedro Alves – ge





