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Praça de Bonito vira picadeiro em Festival de Inverno

De longe já se via a estrutura com 14 metros de altura entre o céu e o chão da Praça da Liberdade, que foi palco do Festival de Inverno de Bonito 2023. Foram dois dias de montagem para o espetáculo que tirou o fôlego na abertura do evento.

A companhia Anjos Voadores de Circo e Teatro, de São Paulo, fez da praça o picadeiro com direito a palhaçaria, mímica, números aéreos e claro, o carro-chefe do show, “Trapézio de Voos”. Teve risada, susto, apreensão e muitos aplausos. Isso porque a cada encontro de mãos ou acrobacias de um trapézio a outro, a altura provocava adrenalina. Claro, que tinha rede de proteção, e toda uma equipe de segurança.

Animada do início ao fim, a médica veterinária Uli Queiroz de Araújo é uma daquelas pessoas da plateia que sentem a magia do circo acontecer diante dos olhos. “Para mim, isso aqui é educação, é arte, é felicidade, é mostrar que o Brasil tem uma arte linda, com profissionais inspiradores. É teatro, é circo, é acrobacia”, vibrava.

A apresentação começou com um dos artistas trazendo à reflexão, sobre pernas de pau, o que somos de corpo e humanidade: um entrelaçado de cores e lirismo emocionante.

“Lembrem-se, o homem é apenas um pequeno átomo deste grande corpo que se chama humanidade. O ar, sintam o ar! O ar, crianças, o ar, símbolo da vitalidade, símbolo natural da vida. É ouro! É ouro! Ao grande Éolo, deus dos ventos, mando já o meu recado, que pare a fúria dos ventos repugnantes, e vejamos o que acontece a estes nobres voadores viajantes”.

Saiu do solo e foi para o céu. As pernas de pau deram lugar ao número aéreo da bailarina no bambolê, acrobacias, cambalhotas num movimento de dança pautada pelo vento que parece ter ouvido as preces. Dinâmico, o espetáculo colocou trapézio, bambolê, corda, tecido, palhaçaria e toda a arte do circo em cena.

Produtora da companhia, Rosaine Braga acompanha o espetáculo há 10 anos, e ainda assim sente a emoção a cada acrobacia feita no ar. “Cada espetáculo é sempre novo. Nunca é a mesma coisa, porque é sempre uma emoção diferente. Tem alguns improvisos, e eu me emociono junto com o público, porque além do susto, tem a alegria, a magia”, descreveu.

No total, são 11 pessoas entre técnicos, artistas e produção que dão o suor e o sorriso durante 1h10 de espetáculo. “O que a companhia quer mostrar é todo este universo da linguagem circense, mas em espaços públicos abertos, a céu aberto, porque normalmente você assiste dentro de uma lona de circo, mas aqui não, está visível e essa é a nossa intenção”, destacou a produtora.

Entre o público mais genuíno, aquele que não esconde o riso nem o susto e muito menos a decepção, o que não faltaram foram caras e bocas de quem curtiu o circo sem lona do início ao fim.

O pequeno Théo, de 6 anos, é do Rio de Janeiro e estava em Bonito a passeio com a família. Com empolgação de quem gostaria de estar no picadeiro, o menino não sentiu medo em momento nenhum, nem quando um dos saltos não deu certo, e o artista encontrou aplausos na rede de proteção. “Achei muito alto, mas fiquei com vontade de fazer a mesma coisa, eu adoro circo”, comentou.

Apaixonado pela arte circense, Théo faz aulas na cidade onde mora, em Macaé, no Rio de Janeiro. “Viemos a turismo e aproveitamos o festival, descobrimos o evento ao longo da estadia, e foi uma grata surpresa”, comemorou a mãe, Carolina Lima.

Redação 

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