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”Sobrevivi à leucemia e virei médica para salvar pessoas com a doença”

Aos 18 anos, Marina Aguiar enfrentava a leucemia, nesse período ela decidiu que seria médica e ajudaria seus pacientes a lutar pela vida, como ela mesma teve que lutar.

Marina Aguiar, hoje com 31 anos, trabalha como médica em um hospital de Brasília, na ala de tratamento de pessoas com leucemia. Quem a vê agora como médica não imagina que há alguns anos era ela quem frequentava os corredores de uma unidade de saúde, desenganada pelos médicos, sem respostas positivas ao tratamento e sem previsão de encontrar doadores de medula óssea compatíveis.

Ainda durante o tratamento, a jovem decidiu abandonar o curso de Odontologia para começar o de Medicina. Ela percebeu que era muito importante que os próprios médicos acreditassem na recuperação de seus pacientes, e isso faria total diferença na vida deles.

Enquanto cursava o ensino médio e estudava para o vestibular, Marina começou a sentir dores frequentes nas pernas, e, depois de vários exames, diferentes causas foram apontadas.

Ao descobrir que estava com anemia, a jovem iniciou um tratamento, mas este não surtia efeitos, até que, em agosto de 2006, depois de cinco meses sem um diagnóstico conclusivo, uma ressonância magnética mostrou sérias alterações em sua medula óssea.

Com 18 anos recém-completados, ela enfim recebeu seu diagnóstico: estava com leucemia linfocítica aguda (LLA), um tipo de câncer que ocorre na formação das células sanguíneas e dificulta a capacidade do organismo de combater infecções.

Ali teve início uma batalha de quase três anos entre internações e tratamentos. Logo após o diagnóstico, a estudante foi internada e começou a fazer quimioterapia.

Nos primeiros meses, o tratamento parecia não apresentar nenhum resultado, por isso os médicos disseram que Mariana precisaria de um transplante de medula óssea.

Muitas vezes, ela se sentia triste, mas sempre acreditava que tudo daria certo no fim.

Sua família fez os testes, mas todos foram incompatíveis, e mesmo estando com seu nome na fila do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), não havia muitas esperanças de encontrar um doador que pudesse ajudá-la. Assim, passados oito meses de tratamentos sem resultados, seus pais decidiram ter um novo filho, desejando que o bebê fosse compatível com a irmã e pudesse salvar sua vida.

Após a fertilização in vitro, a mãe de Marina, à época com 39 anos, ficou grávida de gêmeos. No entanto, os bebês nasceram prematuros e o casal teve de esperar que completassem um ano para fazer os exames e finalmente descobrir que eles também não eram compatíveis.

Nesse momento, todas as esperanças da família acabaram, só restava esperar um milagre, que foi exatamente o que aconteceu, como afirma Marina.

Enquanto ela dividia seu tempo entre a faculdade de Medicina, para a qual tinha sido aprovada, e as quimioterapias, o médico que a acompanhava disse que ela teria de parar com o tratamento por um tempo, pois seu organismo não suportaria.

Ao suspender o tratamento e realizar novos exames, a família recebeu a tão esperada notícia: não havia mais células cancerosas na medula óssea de Marina.

E hoje, mais de dez anos depois, como o câncer não voltou, ela finalmente pode ser atestada como curada.

Em dezembro de 2013, Marina se formou em Medicina. Depois da graduação, ela fez dois anos de residência em clínica médica e por fim mais dois anos de residência em hematologia, no mesmo hospital onde fez seu tratamento contra leucemia.

Essa especialização foi muito especial para a médica, pois ali ela podia ajudar pessoas no mesmo lugar onde tinha sido ajudada.

Agora também especialista em transplante, a médica pretende fazer seu primeiro transplante de medula óssea.

“Quero dar o meu máximo para ajudar os pacientes, sei que nem sempre poderei salvá-los, mas quero ter certeza de que fiz tudo que estava ao meu alcance.”

Fonte: O Segredo

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