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Onças pintadas feridas em incêndio no Pantanal recebem tratamento intensivo

Nesta quarta-feira (28), o Hospital Ayty, no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), volta a realizar um manejo para a recuperação das onças-pintadas Miranda e Aitã, resgatadas recentemente no Pantanal.  Elas têm apresentado sinais de melhora após o tratamento intensivo que recebem desde que foram resgatadas com ferimentos graves nas patas, causados pelos incêndios na região.

Miranda, a fêmea, mostra uma evolução em seus ferimentos, com as queimaduras nas patas cicatrizando bem. Já Antã, o macho, que chegou em estado mais delicado, também está progredindo, embora ainda necessite de medicação constante devido às lesões de terceiro grau que sofreu, até com os ossos das patas expostos. Ele permanece sob vigilância rigorosa, enquanto sua recuperação avança lentamente.

As onças, agora lutam pela sobrevivência, abrigadas nas instalações do CRAS. Além delas, outros animais resgatados das áreas afetadas pelo fogo também estão sob cuidados intensivos. Filhotes de gatos-palheiros, veados e lobinhos, que embora não apresentem problemas de saúde visíveis, estão em risco devido à idade, o que torna o processo de reabilitação também mais delicado e prolongado.

Alimentação

A alimentação tem sido uma parte importante do tratamento. Miranda e Aitã recebem diariamente cerca de 13 kg de carne bovina e de frango, e em breve começarão a receber peixe em suas dietas.
Aitã consome entre 5 kg e 8 kg por dia, enquanto Miranda ingere de 3 kg a 5 kg.

Na natureza, as onças-pintadas não se alimentam todos os dias, mas em uma semana podem consumir entre 35 kg e 40 kg de carne após uma caçada bem-sucedida. Quando foram resgatadas, ambas estavam visivelmente desnutridas, provavelmente devido à falta de alimento na área destruída pelo fogo.

Antã é a onça em estado mais frágil, mas também vem apresentando melhoras

O resgate de Antã, que ocorreu na região do Passo do Lontra, foi um momento de esperança . O tratamento das feridas nas patas é fundamental para garantir que esses felinos possam retornar ao seu habitat natural com segurança. Segundo especialistas, as lesões nas patas comprometem a mobilidade, impactando diretamente a capacidade de caça e de fuga.

“Nosso objetivo é devolver esses animais à natureza o mais rápido possível, para que possam continuar suas vidas onde foram encontrados,” afirma Aline Duarte, gestora do CRAS.

Os resgates de Miranda e Aitã foram possíveis graças ao esforço conjunto do Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), com apoio da Polícia Militar Ambiental (PMA) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). Essas ações integram a Operação Pantanal 2024, uma iniciativa que une forças na preservação da fauna local e na mitigação dos impactos dos incêndios que continuam a atingir o Pantanal.

“A luta pela recuperação de Miranda e Antã é um lembrete da resiliência da natureza, mas também da fragilidade da vida selvagem. A esperança é que, em breve, esses felinos possam voltar a caminhar livremente no Pantanal”, afirmou André Borges.

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