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Consulta pública quer saber como está a saúde mental da juventude de MS

A Cidadania quer saber como está a saúde mental da juventude sul-mato-grossense. Desde 12 de julho, a consulta pública está aberta para envio de sugestões e propostas que vão subsidiar a construção dos materiais e direcionar a abordagem do tema central na Semana da Juventude.

A iniciativa quer ouvir ativamente a voz de adolescentes e jovens, além de proporcionar um espaço de diálogo aberto e acolhedor, onde o público-alvo possa expressar preocupações, compartilhar experiências e contribuir com ideias.

Subsecretário de Políticas Públicas para Juventude, Jessé Cruz explica que ao participar da consulta, os jovens terão a oportunidade de responder a perguntas e ainda pontuar desafios enfrentados, discutir sobre recursos e serviços disponíveis, e propor soluções para melhorar o acesso e a qualidade do apoio psicossocial.

“Diante do contexto da saúde mental e dos dados que são bem assustadores, este será o eixo central da Semana da Juventude. Então, ouvi-la nessa temática faz total sentido, porque é por meio dessa escuta e diálogo com a juventude que a gente consegue ser mais assertivo dentro de todas as ações que nós vamos propor. A consulta é uma forma de ouvir os jovens, e deles também se sentirem pertencentes a esse movimento, que não é algo da Subsecretaria, da Cidadania ou dos parceiros, mas sim construído coletivamente”, explica Jessé.

Lançamento

Lançamento ocorreu em três polos da Capital, um deles foi na Escola Municipal Carlos Henrique Schrader

A Semana Estadual da Juventude foi lançada oficialmente nesta sexta-feira (12), em três pólos da Capital. Além da consulta pública, a Cidadania junto aos parceiros, também apresentou a cartilha “Juventude e Saúde Mental”.

De agora até a Semana Estadual da Juventude, que é instituída por lei, em setembro, o tema “Saúde Mental” será trabalhado em todo o Estado de Mato Grosso do Sul. 

“Teremos a capacitação para os pontos focais, a entrega de cartilhas para as juventudes, ações-referências e diversas manifestações, para que a semana seja a culminância de todo este trabalho”, completa o subsecretário.

Pela manhã, a Cidadania esteve no Instituto Mirim de Campo Grande, onde foram ministradas palestras, além da apresentação da cartilha e da consulta. Enquanto na parte da tarde, a Escola Municipal Carlos Henrique Schrader, na região do Jardim Flamboyant, abriu as portas para os alunos compartilharem experiências sobre saúde mental, com apoio da Semed (Secretaria Municipal de Educação) de Campo Grande. 

Na solenidade, a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, enfatizou que a promoção dos direitos e da cidadania deve chegar a toda a juventude da rede pública de ensino.

“Nosso governador Eduardo Riedel sempre fala que os alunos não têm cor de uniforme, se é do Estado, se é do Município, toda a rede de ensino faz a diferença na vida dos jovens, por isso estamos aqui. Vamos falar de oportunidades, de cidadania, saúde mental, apoio psicossocial. A Secretaria da Cidadania foi instituída para não deixar ninguém para trás”, ressaltou Viviane. 

Bárbara Vicente, aluna que encenou monólogo sobre bullying

O evento contou ainda com a apresentação da Orquestra Indígena e de um monólogo da aluna do 7º ano, Bárbara dos Santos Vicente, de 12 anos. Para que a encenação trouxesse o ambiente de sala de aula, carteiras foram colocadas ao centro, e até chamada a professora realizou.

Na hora do intervalo, a aluna Bárbara protagoniza uma cena em que é vítima de bullying, e desabafa, aos prantos. 

“Eu tremo, eu tenho falta de ar, eu tenho enjoo. Tudo por sua causa! Eu não aguento mais a droga da minha vida, e saber que eu tenho que conviver com gente assim todo dia. Eu cansei, eu cansei de tudo”, diz no monólogo.

A estudante conta que para construir o texto juntou ideias próprias e buscou inspirações pelas redes. “Acho que, às vezes, as pessoas se veem ali, sabe? E isso pode ajudar alguém”, explica. 

Cartilha

A Subsecretaria de Políticas Públicas para a Juventude, por meio da Secretaria de Estado da Cidadania, ao lado de diversos parceiros, elaborou a cartilha como parte integrante da Semana Estadual da Juventude. 

O material teórico foi construído com o propósito de fornecer informações cruciais e orientações práticas sobre um tema de extrema importância: a saúde mental da juventude. Esse grupo populacional apresenta um alto índice de adoecimento e morte relacionados à saúde mental. Esta, é uma realidade que deve ser observada, discutida e enfrentada.

Em uma linguagem simples, a cartilha fala sobre conceitos, sinais de alerta, prevenção e onde procurar ajuda. Todo o material também está sendo traduzido para línguas maternas indígenas como o terena, kadiwéu e guarani-kaiowá.

Cerezio Hopuxokenati, da etnia terena, de 30 anos, é um dos indígenas que está trabalhando na tradução e adaptação do material. “A gente falar sobre isso é algo complexo, porque envolve muitas outras linhas, e através de mim e de outros, a gente acaba sendo a ponte pensando na juventude que está presente na base, nas aldeias”, resume.

Semana Estadual da Juventude

A Semana Estadual da Juventude tem o objetivo de desenvolver e implementar estratégias abrangentes de promoção, prevenção e atendimento em saúde mental para a população com idades entre 15 e 29 anos. 

Este projeto terá como foco central a saúde mental, culminando na Semana da Juventude (Lei nº 3.748, de 25 de setembro de 2009), e se enquadra nos pilares de atuação de “Promoção do Bem-estar e Saúde Mental”, contribuindo diretamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 (Saúde e Bem-estar) e 4 (Educação de Qualidade). 

Entre os parceiros envolvidos nesta iniciativa estão a Secretaria de Estado de Saúde, a Secretaria de Estado de Educação, a Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Mato Grosso do Sul), o Conselho Estadual de Juventude, o Grupo Amor Vida, o Observatório da Cidadania de Mato Grosso do Sul (UFMS), a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) – Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), a Associação Amando Vidas, a Subsecretaria de Políticas Públicas para Povos Indígenas, a Subsecretaria de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência, a Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres, a Subsecretaria de Políticas Públicas para Igualdade Racial, Subsecretaria de Políticas Públicas para Assuntos Comunitários, Conselho Regional de Psicologia (CRP 14), Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas (CEAD), entre outros.

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