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DISPUTA DE EGO

Trago hoje essa reflexão, apesar de não ser psicóloga, mas me atrevendo a trazer algumas situações que nos deparamos no dia a dia e que por vezes a maturidade faz pensar com mais clareza ou até mesmo repensar sobre alguns procedimentos e atitudes nossas e de terceiros.

No Brasil, estamos vivenciando diversas situações e que são exacerbadas em época de eleições, e que se encaixam nesse contexto, pois se percebe que há algum tempo duas correntes antagônicas travam uma disputa que vai além da política, da democracia e de princípios filosóficos, aliás, em alguns pontos, vai além de tudo que possamos imaginar.

E trazendo para nossa reflexão, percebemos que na maioria dos casos, falta o diálogo franco, presente a disputa de ego. Cada um se sente o dono da razão. Ninguém recua. Falta humildade, falta bom senso, falta Deus. Trazendo uma lupa para ampliar infinitas vezes os defeitos dos adversários, com muita “arma e munição”.

Ora, ora, em tudo que se dá zoom, se encontra algo que merece ser lapidado, não trucidado – e isso faz toda a diferença.

Desarmar e dominar o ego é desafio gigante, coisa para gente grande, diria meu pai. Se podemos admirar algum tipo de grandeza, que seja a da alma, jamais a do ego. A primeira manda pacificar, ressignificar, mas, a segunda apenas revidar.

Devemos buscar dominar a dor da decepção, da perda, que há de ensinar lições estratégicas para o enfrentamento de novas batalhas, aliás, ficar empacado no luto não sara nenhuma ferida. Pior ainda quando o ego abre brecha para o inconformismo e a vingança, como se isso fosse algum elixir.

A ferida cura com o tempo, à medida que amadurecemos e desenvolvemos atitudes assertivas. Não cabe truculência, alfinetada, deboche, provocação, dedo na cara, chavões, memes, enfim, isso só faz retroalimentar a dor, inflamar o todo e asfixiar a paz.

Melhor seguir em frente, diluindo a dor em perspectivas saudáveis de esperança. E nessa reconstrução, passar longe tanto da alienação quanto do fanatismo, ambos nocivos. Sejamos conscientes.

Vale manter olhar atento o suficiente para identificar erros e alternativas de correção viáveis. Aponte-as com o prazer de quem anseia o que é certo, nunca com arrogância ou ironia.

Segundo estudos de especialistas, e na verdade não precisa ser tão especialista para perceber que onde falta sabedoria emocional, a dor não se dissipa, muito pelo contrário, se cristaliza, se expande, ganha dimensão tóxica, não cessa, contamina outras pessoas, ajuda a construir uma realidade cada vez mais densa, nociva, insuportável, perigosa.

Onde quer que haja dor, é preciso transmutá-la, independentemente da sua origem.

Tratar a dor, aliviar, curar, diluir e transformá-la em aprendizado, em força para seguir adiante sem ranço, sem mágoa, com leveza na alma, é o que pode nos tornar vencedores.

Ficar estagnado na dor certamente é a pior opção. Isso serve para todos os campos na vida.

Por fim, vamos agir como “Gente Grande”, levando bom exemplo e praticando o bem, com ações que possam mudar a nós mesmos antes de mudar o mundo que desejamos ver, afinal, qualquer melhora só acontece quando começa em nós mesmos, o resto é consequência.

Que possamos continuar nossa caminhada com amor ao próximo, aceitando defeitos e limitações, buscando o diálogo franco e sincero, sem dor, ranço ou mágoa, com humildade no agir, com esperança e gratidão, sabendo que quem escolhe a sua hora é Deus e se tiver que mudar algo comece por você, sem medo de ser feliz!

Dra. Iacita Azamor Pionti

Advogada e superintendente da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande-MS

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