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Ícone da culinária, Palmirinha, a vovó mais querida do Brasil morre aos 91 anos 

O domingo (7) amanheceu mais triste. A apresentadora Palmira Nery da Silva Onofre, a Vovó Palmirinha, morreu aos 91 anos. Segundo familiares postaram nas redes sociais, ela teve um agravamento de problemas renais crônicos. Ícone da culinária e da TV, ela sofreu um agravamento de problemas renais crônicos, afirmam familiares. A ‘vovó mais querida do Brasil’ trabalhou por 13 anos em programas culinários da TV Gazeta.

“A família, consternada e inconsolável, comunica o falecimento de Palmira Nery da Silva Onofre, a Vovó Palmirinha, aos 91 anos, ocorrido hoje, 7 de maio, às 11h20 em decorrência de agravamento de problemas renais crônicos. Ela estava internada na Unidade Paulista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, desde o dia 11 de abril”, afirmou o post na conta oficial dela.

O velório será na segunda-feira (8), no Cemitério do Morumby, das 9h às 17h, e estará aberto ao público das 11h às 13h. O sepultamento será reservado apenas para amigos e familiares.

Em 2020, a apresentadora foi internada três vezes em menos de dois meses. Em outubro, ela tratou uma infecção urinária e, no início de dezembro, devido a um baixo índice de sódio no sangue, foi internada na UTI. No final daquele mês, teve de voltar ao hospital por causa de mais uma infecção urinária.

Palmirinha deixa três filhos, seis netos e seis bisnetos.

Estreia na TV

Palmirinha estreou na televisão no fim da década de 1980, em uma participação no programa da apresentadora Silvia Poppovic, na Band. Além de contar sua história como vendedora de salgados, presenteou a equipe com uma cesta de quitutes produzida por ela.

Sofrimento e superação

A cozinheira tem uma história de vida de sofrimento e superação. Filha de uma imigrante italiana com um baiano, Palmirinha tinha quatro irmãos.

Ela contou que era muito parecida com sua mãe fisicamente, mas foi muito maltratada por ela na infância.

“Meu pai tinha uma paixão por mim, como eu era muito parecida com a minha mãe. Ele tinha paixão comigo, mas não tinha isso pelos outros filhos. Minha mãe sempre foi muito severa, então aquele carinho que ele queria fazer na minha mãe e não conseguia, ele fazia em mim, então minha mãe ficou com raiva de mim e me maltratava muito”.

Palmirinha disse que apanhou muito da mãe com vara de marmelo. “O meu pai me levava aonde ia para a minha mãe não me bater”.

Aos seis anos de idade, ela deixou São Paulo com uma mulher francesa, que prometeu ao seu pai que a filha seria sua dama de companhia e depositaria um salário para ela.

“Eu fui uma dama de companhia, ela tinha um poder aquisitivo bom, ela depositava sempre um dinheirinho para mim”.

Vendida por cinco mil réis

Mais tarde, Palmirinha foi vendida pela mãe para um fazendeiro por cinco mil réis aos 16 anos. Mesmo com tanto sofrimento, ela tomou conta da mãe até o fim da vida.

Além de apanhar da mãe na infância, Palmirinha também teve um relacionamento abusivo e apanhou do marido até os 45 anos, quando decidiu se separar.

“Ele bebia muito, tinha várias amantes e me maltratava muito, mas não maltratava os filhos. Eu achava que se eu me separasse dele, ia prejudicar o casamento das minhas filhas. Aguentei até o fim. Meu sonho era que minhas filhas casassem muito bem e não tivesse o mesmo destino que eu”.

Ela disse que trabalhava com os olhos roxos, boca machucada e contava para as colegas que tinha caído e batido no canto da mesa: “Me sentia muito humilhada”.

Antes de virar cozinheira, ela já trabalhou em uma fábrica de automóveis e trabalhou como faxineira em escritórios.

Palmirinha narrou sua história no livro “A Receita da Minha Vida”.

Olga Mongenot

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