A desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil permanece uma realidade preocupante. De acordo com o 3º Relatório de Transparência Salarial e Igualdade Salarial, divulgado em abril de 2025 pelos Ministérios da Mulher e do Trabalho e Emprego, as mulheres brasileiras receberam, em média, salários 20,9% inferiores aos dos homens em 2024. Especificamente, enquanto a remuneração média masculina foi de R$ 4.745,53, a feminina alcançou apenas R$ 3.755,01.
Essa disparidade salarial tem se mantido praticamente estável nos últimos anos. Em 2023, a diferença era de 20,7%, e em 2022, de 19,4%.
A situação é ainda mais crítica para mulheres negras, que enfrentam uma dupla discriminação no mercado de trabalho. O relatório aponta que, em 2024, a remuneração média das mulheres negras foi de R$ 2.864,39, representando uma diferença de 52,5% em relação aos homens não negros.
Nos cargos de alta gestão, a desigualdade salarial se acentua. Mulheres em posições de diretoria e gerência receberam 26,8% a menos que seus colegas homens. Para aquelas com diploma universitário, a diferença salarial chega a 31,5% em comparação aos homens com o mesmo nível de escolaridade.
Além das questões de gênero, a desigualdade salarial também apresenta variações regionais significativas. O Espírito Santo lidera o ranking da disparidade, com mulheres recebendo 35,1% a menos que os homens. Outros estados com diferenças acentuadas incluem Paraná (33,8%), Mato Grosso do Sul (32,6%) e Mato Grosso (31,4%).
A persistência dessas desigualdades salariais evidencia a necessidade urgente de políticas públicas eficazes e iniciativas privadas que promovam a equidade de gênero no mercado de trabalho brasileiro. Garantir salários justos e oportunidades iguais para todos os profissionais, independentemente de gênero ou raça, é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País.
Olga Cruz
*Com informações do Ministerio das Mulheres, do Trabalho e Forbes Mulher