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SAUDADE QUE DÓI…DÓI…DÓI…

A Palavra SAUDADE, só existe em português, mas é um sentimento que ecoa nos corações das pessoas que falam qualquer idioma.

Ela vem sem avisar, geralmente chega como uma grande dor diante de uma perda, alguém a quem amamos. Carregada de lembranças de passado que foi bom, mas acabou.

Esse sentimento é tão importante que ganhou uma data de comemoração mundial, dia 30 de janeiro.

Bate uma certa nostalgia refletir sobre a saudade. E como definir o que é saudade? O mais comum dos conceitos acadêmicos é que se trata de um sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa, uma coisa ou um lugar, ou à ausência de experiências prazerosas já vividas.

E não raro ouvimos que a saudade é a presença da Ausência

Em texto da psicóloga e psicanalista Renata Bento, colunista da Revista Psyque, podemos ler que “A saudade pode fazer disparar uma depressão, sentimentos melancólicos ou outros fatores que podem prejudicar a saúde. A mente e o corpo caminham juntos. É possível que a dor da saudade seja sentida fisicamente. É preciso ficar alerta para que esse sentimento não deixe a pessoa “paralisada”. ”

No entanto, mesmo sendo olhada e retratada como um sentimento que dói, a saudade é a inspiração para diversas músicas e poemas, não se nega que também propiciar dor física em algumas situações e até problemas de saúde.

Desta forma, cabe refletir de forma mais racional e menos sentimental que para evitar que a saudade interfira em nossa vida e na rotina de compromissos, devemos buscar compensar a lembrança antiga com novas experiências, tão ou mais prazerosas quanto as anteriores — orienta Paula Emerick, neuropsicóloga e fundadora da Solace Institute.

E desta profissional cabe trazer algumas recomendações:

1 – Lembranças alegres –   A saudade bate de vez em quando, mas podemos transformar em doces lembranças, acreditando que os nossos entes queridos estão num lugar bom.

2 – Respeitar a dor do outro é fundamental – Perder ou se afastar de alguém, algo ou lugar gera um estado de luto e a saudade faz parte dele. Se você é próximo a alguém que está passando por um momento de sofrimento, não menospreze a dor do outro.

Só ficamos de luto quando perdemos o que amamos muito. É preciso que as pessoas acolham quem está passando por esse momento. O sentimento de saudade não pode ser nem banalizado nem ridicularizado. Não se pode medir a dor do outro usando como parâmetro suas próprias dores. O luto precisa ser vivido para ser superado.

3 – Viver o luto – Seja qual for o motivo da saudade, haverá um momento de luto que deve ser vivido. Ele é importante para o processo de recuperação.

4 – Arrumar uma distração – Durante o período de luto é importante procurar atividades que gerem prazer. Elas ajudarão a desviar o foco da saudade.

5 – Manter a vida normal – Apesar de ser bem difícil, manter a rotina da vida, ajudará a conviver melhor com o período de luto.

6 – Não se isolar – Manter contato com outras pessoas é fundamental, outros entes queridos ajudarão a superar a saudade.

7 – Conversar sobre a saudade – É importante colocar o sentimento para fora, conversando sobre o que sente com familiares, amigos ou terapeuta.

8 – Evitar vícios – Algumas pessoas têm tendência de recorrer ao álcool e às drogas para tentar amenizar a dor da saudade, isto não ajuda. Aliás, só vão piorar a situação.

9 – Guardar o que foi bom –  Busque esquecer as lembranças ruins, procure relembrar momentos bons que você teve com aquela pessoa, animal ou lugar.

10 – Dar sentido à saudade – Uma forma de transformar a saudade em doces lembranças é buscar manter o legado que aquela pessoa deixou, como a família do Airton Senna tem feito. Regatando o que ele representou para a família e para a sociedade e a forma como ele gostaria de ser lembrado.

Que possamos enfrentar a dor da saudade que dói, com respeito, amor ao próximo, resgate do legado, para transformar a dor em lembranças suaves e carinhosas, sem medo de ser feliz!

Dra. Iacita Azamor Pionti

Advogada e superintendente da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande-MS

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