Com a maior quantidade de mulheres senadoras da história do Senado, a nova legislatura se inicia com a perspectiva de avanços por parte das senadoras. Apesar de não ocuparem nenhum dos cargos já definidos na Mesa do Senado, elas ainda aguardam a definição dos quatro postos restantes, além das vagas nas comissões. O novo ano já começa com uma conquista, que é o compromisso assumido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de colocar uma mulher à frente do novo colegiado que será criado para a defesa da democracia.
A senadora Leila Barros, Procuradora Especial da Mulher no Senado, afirmou que ainda são grandes os desafios enfrentados pela bancada feminina. Na quinta-feira (2), após a eleição dos membros da Mesa do Senado, ela criticou o fato de, mais uma vez, não haver uma mulher na composição e pediu uma reflexão dos senadores sobre o tema. Ainda assim, ela diz acreditar que houve um amadurecimento na luta pelos direitos das mulheres na Casa.
— São grandes desafios que nós enfrentamos dentro do Senado com relação a esse corporativismo masculino, mas acho que muitas de nós, senadoras, amadurecemos no sentido de lutar pelos nossos espaços dentro da Casa. Certamente, nós vamos ter grandes surpresas nas comissões — disse Leila.
A atual líder da bancada feminina é a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que se prepara para dar lugar a outra mulher no posto. Na última semana, após a eleição dos membros da Mesa, ela afirmou em Plenário que é preciso romper com a continuidade de ter apenas homens na Presidência da Casa e na Mesa do Senado.
— E agora é necessário e urgente que as mulheres estejam nas presidências de Comissões. Nós vamos fiscalizar, vamos acompanhar e vamos cobrar dos líderes partidários para que mulheres possam conduzir as comissões e possam ter ativismo e protagonismo aqui no Senado.
A senadora Soraya Thronicke (União-MS) lembrou que as mulheres são a maior parte do eleitorado brasileiro e continuam sub-representadas na vida pública. Para ela, há falta de sensibilidade dos partidos na indicação de mulheres para ocupar cargos importantes como os da Mesa.
“Infelizmente nós existimos como um degrau para a maioria dos homens exercerem cargos públicos. Muitas mulheres são usadas na política, e essa consciência precisa vir à mente dos brasileiros para que respeitem as mulheres. Acima de tudo, o que quero colocar aqui é que há uma falta de sensibilidade dos partidos na indicação das mulheres”, pontuou. (fonte: Agência Senado).
Redação