Foto destaque: Olga Cruz
O bioma Pantanal registrou a maior queda proporcional na supressão vegetal entre todos os biomas brasileiros em 2024. Segundo dados do sistema MapBiomas Alerta, apresentados nesta quinta-feira (15), a área desmatada caiu de 56.304 hectares em 2023 para 23.295 hectares neste ano — uma redução de 58,6%.
A queda interrompe uma sequência de crescimento nos últimos anos. Desde 2019, os números vinham subindo, com destaque para 2023, quando o desmatamento atingiu seu pico.
A redução é atribuída a uma série de medidas adotadas pelo Governo de Mato Grosso do Sul, como o monitoramento via satélite realizado pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS), que permite fiscalização em tempo real, e à Lei do Pantanal, sancionada em dezembro de 2023.
“Esse resultado é fruto de um conjunto de ações. A nova legislação, o monitoramento contínuo e as fiscalizações têm papel central na preservação do bioma”, afirmou o secretário-adjunto de Meio Ambiente, Artur Falcette, que participou da apresentação dos dados em Brasília.
A Lei do Pantanal tornou o bioma área prioritária para compensação ambiental, determinando que propriedades mantenham 50% da vegetação nativa em áreas florestais e 40% em áreas campestres. A norma também veda a expansão de cultivos como soja e cana-de-açúcar, e condiciona autorizações de desmatamento a critérios mais rigorosos, como a aprovação do Cadastro Ambiental Rural e a ausência de infrações ambientais.
O titular da Semadesc, Jaime Verruck, destacou ainda a criação do Fundo do Clima Pantanal e o investimento em programas de pagamento por serviços ambientais prestados por moradores da região como mecanismos de incentivo à preservação.
A tendência de redução no desmatamento foi observada em todos os biomas do país em 2024 — com exceção da Mata Atlântica, que manteve os níveis estáveis após forte queda anterior. Os destaques, além do Pantanal, foram o Pampa (-42,1%) e o Cerrado (-41,2%). A Amazônia (-16,8%) e a Caatinga (-13,4%) também registraram reduções.
“É um dado para ser comemorado, mas também um alerta de que ainda há muito trabalho a ser feito. Precisamos continuar apoiando quem preserva, especialmente os produtores rurais da região”, completou Falcette.
Olga Cruz
*Com informações do Governo do Estado
Galerias 1 e 2: Álvaro Rezende/Secom/Arquivo
Galeria 3: Saul Schramm/Secom/Arquivo