Vou procurar trazer algumas situações e fatos reais que tenho vivenciado em meus anos de advocacia, profissão escolhida e que desempenho com carinho, movida mais pelo senso de justiça trazida do meu berço familiar do que pelos bancos escolares onde a doutrina e a lei são frias e limitadoras.
Hoje vou dividir com vocês uma situação trazida por um cliente buscando informações sobre divórcio. Pelos problemas de relacionamento e até uma traição, apesar dele não querer o divórcio, a esposa estava decidida e, sequer queria conversar mais, estávamos diante de um divórcio litigioso.
Tudo bem, se não tivessem duas filhas que, ainda crianças, vinham participando de todos os ataques mútuos e haviam tomado parte em defesa da mãe e também não queriam mais falar com o pai.
Este, irritado com elas, me disse: vou deixar todos os bens para as meninas e a mãe, mas não quero ver ou falar com elas nunca mais…
Me contive e lhe falei pausadamente, que primeiro de tudo, o carinho e o amor do pai deve superar o que as filhas estão passando, que a separação é entre os pais, e que as filhas sempre serão suas filhas. Que os bens não se confundem com a pensão e a visita, e que sua responsabilidade de pai não deveria ser usada como objeto de chantagem ou negociação.
Esse momento de tomadas de decisões numa separação costumeiramente inflamam as emoções. O orgulho ferido e outras emoções são trazidas para a mesa de discussão. Contudo, a legislação brasileira protege o menor e o judiciário sempre procura primar pela proteção dos filhos e sua convivência com os pais e familiares.
Mais importante do que os bens que possam estar em jogo, o pátrio poder traz implícito a proteção e apoio material e emocional.
Mais justiça do que direito!
Entre a justiça e o direito, que se escolha a justiça!
Sem medo de ser feliz!
*Iacita T. R. de Azamor Pionti
Advogada – Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Campo Grande-MS.