Em entrevista exclusiva ao podcast Política de Primeira (portal Primeira Página), conduzida pelos renomados jornalistas Fabiano Arruda e Henrique Shuto, o ex-governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), teceu um balanço de sua trajetória política, reforçou a importância de seu legado à frente do Executivo estadual e apontou caminhos para o futuro político sul-mato-grossense. Atualmente, presidente estadual do PSDB e tesoureiro nacional da legenda, Azambuja também comentou sobre sua possível candidatura ao Senado em 2026, mas deixou claro: “Minha prioridade é a reeleição do governador Eduardo Riedel”.

Na entrevista, Reinaldo contou que iniciou a sua trajetória política em 1995, quando se filiou ao PSDB a convite do então senador Lúdio Coelho. “Na época, não tinha nenhuma pretensão de disputar cargo eletivo. Foi por amizade”, relembra. No entanto, em 1996, elegeu-se prefeito de Maracaju, onde exerceu dois mandatos consecutivos. Desde então, trilhou uma carreira sólida: foi deputado estadual em 2006 (o mais votado à época), deputado federal em 2010, e, em 2014, eleito governador de Mato Grosso do Sul. Foi reeleito em 2018, e, ao final de seu segundo mandato, em 2022, contribuiu decisivamente para a eleição de seu sucessor e atual governador, Eduardo Riedel.
Ao comentar sua experiência fora de cargos públicos, Azambuja se mostra sereno. “Sou muito tranquilo. Tenho minha vida, propriedades, fico no Pantanal, gosto do campo. Mas continuo presente na política como dirigente partidário”, afirma. Ele reconhece também o momento de instabilidade no cenário político, marcado por fusões, federações e articulações que envolvem diretamente o PSDB, partido que hoje comanda em Mato Grosso do Sul e que conta com 44 prefeituras e 286 vereadores no Estado.
Gestão transformadora
Durante a entrevista, Reinaldo fez questão de relembrar os principais marcos de sua gestão à frente do Estado. Entre eles, destacou as reformas administrativa e previdenciária, a modernização da máquina pública, a redução de 17 para 9 secretarias, a criação do teto de gastos e medidas duras de ajuste fiscal. “Enfrentamos momentos difíceis, mas foram decisões necessárias para garantir o equilíbrio financeiro do Estado. Hoje, Mato Grosso do Sul é referência em sustentabilidade, digitalização, inclusão e eficiência administrativa”, pontuou.
Azambuja também ressaltou o papel de Eduardo Riedel em seu governo, primeiro como secretário e, agora, como governador. “Eduardo tem um projeto de Estado sustentável, verde e inovador. O Mato Grosso do Sul será o primeiro Estado carbono neutro e já universalizou o saneamento básico. Minha prioridade é garantir sua reeleição para consolidar esse trabalho”.
Possível candidatura ao Senado
Embora evite oficializar sua pré-candidatura ao Senado, Azambuja admite que essa possibilidade está em análise. Segundo ele, qualquer decisão será tomada em conjunto com o grupo político e dentro de uma estratégia que priorize a reeleição de Riedel e a construção de um palanque forte também a nível nacional.
“Política é como um jogo de xadrez. Precisamos colocar as peças certas no tabuleiro para alcançar bons resultados. Posso ser candidato ao Senado, mas isso depende de todo o contexto. Se houver nomes mais qualificados que fortaleçam a candidatura do governador, não tenho problema nenhum em apoiar”, destacou.
Críticas à política fiscal do governo federal
O ex-governador também manifestou preocupação com os rumos econômicos do País e com a forma como a reforma tributária poderá impactar negativamente Mato Grosso do Sul. “O modelo atual prejudica estados produtores. Vamos perder muito com o fim do ICMS e ISS. Hoje, 92% da arrecadação estadual vêm do ICMS. É preciso garantir que o novo modelo de imposto sobre valor agregado (IVA) compense essas perdas. Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Espírito Santo serão os mais afetados”, alertou.
Apesar das críticas à política fiscal do atual governo federal, Azambuja afirmou respeitar a democracia, mas defende a necessidade de construir uma alternativa sólida para 2026. “Precisamos modernizar o Brasil. O País corre risco fiscal. A solução não pode ser aumentar tributos, mas sim melhorar a eficiência da máquina pública”, concluiu.
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Olga Cruz